prólogo

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_______________________________________ 1 de outubro de 1993

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1 de outubro de 1993

Cada pessoa possui um modo único de se expressar, refletindo suas emoções e pensamentos de maneiras diferentes. No caso do meu primo Theo, ele se comunica através de ações. Um simples sorriso de Theo pode carregar um significado profundo, servindo como uma mensagem silenciosa, especialmente em momentos de interação social. Por outro lado, Draco utiliza palavras para manifestar seus sentimentos, fazendo afirmações cotidianas sobre as pessoas que ama. Essa forma de expressão verbal permite a ele compartilhar abertamente seu afeto e preocupações com as pessoas ao seu redor.

Quanto a mim, minha maneira de me expressar é através da escrita e da arte. Seja criando desenhos ou escrevendo letras, esses métodos se tornaram meus principais veículos para exteriorizar emoções que muitas vezes não consigo verbalizar. Desde a infância, sempre encontrei conforto na escrita, especialmente quando estou lidando com pensamentos perturbadores. O ato de colocar a pena no papel para escrever me traz uma sensação de alívio, mesmo que temporária.

Infelizmente, muitos pensam que me conhecem bem, mas, na verdade, poucos entendem a complexidade da luta interna em que me encontro. Existe uma escuridão que permeia minha mente, semelhante a um câncer, corroendo as lembranças felizes. Viver não deveria ser doloroso, mas a realidade é que todos enfrentamos sofrimento de alguma forma. Para mim, isso se traduz em ignorar minhas emoções enquanto mantenho a fachada de perfeição que minha mãe é todos esperam de mim, resultando em uma luta constante entre o que sinto e o que sou obrigada a demonstrar todos os dias.

Selene B. Dolohov.

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Estava no final de junho, em uma tarde tranquila na biblioteca de Hogwarts, quando Selene Dolohov se dedicava a escrever em seu diário, refletindo sobre sua vida agitada. Selene, uma herdeira sangue-pura, enfrentava não apenas a pressão familiar, mas também a dor profunda causada pela prisão de seu pai, um momento que marcara sua infância. O diário era seu único refúgio, um espaço acolhedor onde podia expressar seus sentimentos mais íntimos, longe dos olhares críticos alheios. Afinal, sua mãe não parecia se importar com nada que atormentavam a jovem, fazendo com que Selene se sentisse ainda mais sozinha. Era como se as palavras em seu diário fossem a única forma de libertação que lhe restava para desabafar e aliviar seu coração angustiado. E ainda sim as vezes escreve não ajudava a dissipar suas preocupações e medos.

A biblioteca, quase vazia naquela hora, proporcionava a serenidade que Selene tanto buscava, com suas estantes repletas de livros que guardavam mundos inteiros em suas páginas. Era um momento raro em que podia relaxar, imersa em suas reflexões, e evitar interações sociais que, na maioria das vezes, a faziam sentir-se sobrecarregada e ansiosa.

A Dolohov fechou seu diário guardado suas coisas e se levantando para andar rumo ao seu dormitório, para aproveitar o resto do seu tempo de descanso. No entanto, em meio à tranquilidade, ela foi pega de surpresa ao trombar com Hermione Granger, o que causou um pequeno acidente com os pertences da garota da Grifinória, espalhando livros e anotações pelo chão frio da biblioteca. Essa colisão inesperada trouxe a Selene uma mistura de embaraço e preocupação, já que não sabia como Hermione reagiria à situação.

A reação de Selene foi imediata; suas bochechas aqueceram-se levemente enquanto olhava nos olhos cor de mel de Hermione, que emanava curiosidade. A morena se abaixou ajudando a juntar as coisas de Hermione.

— eu sinto muito por isso eu estava distraída — Murmurou Para a surpresa da Granger, essa foi a primeira vez que a Dolohov se atreveu a iniciar uma conversa com alguém de outra casa, uma interação que naquele instante parecia tímida, demais para alguém como a Selene.

— tudo bem.. foi só um acidente — respondeu de forma gentil e rápida,o que fez Selene se sentir aliviada e um pouco mais confiante, se levantando e oferecendo a mão para ajudar a outra a se levantar. A Granger se afastou murmurando um rápido agradecimento e foi até uma mesa onde era possível ver Harry Potter e Ron Waesley.

A presença de Hermione trouxe a Selene uma surpresa inesperada, pois esperava encontrar a arrogância que muitos Sonserinos mencionavam sobre os Grifinórios. Contudo, a realidade era muito diferente dos estereótipos; Hermione foi gentil e cordial, desafiando as expectativas que Selene tinha. Enquanto a Sonserina a observou, uma curiosidade mútua começou a brilhar entre os olhares de ambas, e isso fez o coração de Selene acelerar de uma forma desconhecida e agradavelmente nova.

Desviando o olhar, Selene tomou a decisão de se afastar, caminhando apressadamente em direção à porta da biblioteca. Aquele encontro a deixara confusa, mas também intrigada, acendendo uma centelha de conforto em um coração muitas vezes solitário. Embora seu impulso fosse fugir, havia algo de especial nos olhos da Hermione e ela podia ver com clareza uma chama que queimar com algo desconhecido, Assim, deixou a biblioteca com a mente agitada, mas o coração um pouco mais acelerado do que o de costume.

A Hermione a observou atentamente enquanto saía e depois voltou seu olhar para seus amigos. Voltando aos seus livros. E aos seus estudos. a Dolohov sempre parecia orgulhosa e com a postura rígida com todo Sonserino. Então vê-la corar foi algo que atraiu a atenção da Granger. Ver o rubor traçar a sua pele de porcelana foi cativante. Seus olhos vagaram uma vez mais para a porta por onde a Selene havia saindo e voltou a olhar para seu livro. Sua mente agitada se voltava para a sangue-puro.

Em um dia comum elas nem teriam notando uma a outra ou sequer saberiam da existência uma da outra. Mais hoje elas o fizeram. A borboleta bateu suas asas e desencadeou eventos que ninguém poderia imaginar como iriam acabar. Eles poderiam causa o caos no mundo ou levar o mundo para a paz. Tudo dependeria do destino e de decisões confusas tomadas por pessoas mais confusas. Tudo dependeria delas. E de seus corações doloridos e confusos. Certo e errado não mais existiriam.

E isso ainda iria as atormentar. Tempos sombrios iriam começar e muitos decisões seriam tomadas precipitadamente.

A borboleta bateu suas asas e como a teoria diz. O bater de asas de uma borboleta pode gerar uma catástrofe.

Se Selene Não tivesse olhando para Hermione hoje na biblioteca nada mudaria. Se Hermione não tivesse se interessado mesmo que inocentemente pela Selene nada mudaria na história, Mas ela olhou. e Hermione a notou.

Os olhos azuis-escuros da sangue-puro encontraram os olhos, cor de mel da Nascida-trouxa. tão diferentes e no fundo eram tão iguais. havia uma escuridão nos olhos da Dolohov que fascinou Hermione. a Selene via a forma como a Granger expressava seus sentimentos e se sentiu atraída.

Era somente uma curiosidade inocente no início. mais virou algo a mais. uma necessidade crua, algo urgente imprescindível. algo tão necessário para elas como o próprio ar era para os seus pulmões.

Aquilo não era normal. E tão pouco seria.

mávres kardiés | Hermione GrangerOnde histórias criam vida. Descubra agora