Capítulo XIX

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_______________________________________12 De outubro de 1993

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12 De outubro de 1993.

Hoje, algo mudou em mim. Senti uma conexão tão intensa com Hermione que é como se eu estivesse flutuando entre dois mundos. Um mundo é o meu, repleto de sombras e obrigações, e o outro é este novo, iluminado pelo toque dela, que me atrai como um farol. Não sei como descrever o que aconteceu. Quando suas mãos tocaram meu braço, uma onda de emoções me invadiu, e eu fiquei paralisada. Era como se todo o peso do meu legado se dissipasse por um momento, e tudo o que restasse fosse a simplicidade daquela conexão. Mas essa simplicidade é enganadora, e a tensão entre o que sinto e o que me foi ensinado a temer é esmagadora.

Eu sempre soube que os Dolohov eram conhecidos por nossa ligação com as trevas, mas o que sinto por Hermione não é treva; é uma luz que me queima e me consome. Meus instintos gritam para que eu fuja, que eu mantenha distância, mas o desejo de estar perto dela é igualmente intenso. Ao mesmo tempo em que quero me afastar e me proteger, algo dentro de mim quer se lançar de cabeça nesse desconhecido. Como posso desejar alguém que representa tudo o que fui ensinada a evitar? O medo e a paixão se entrelaçam, e cada vez que olho para ela, sinto como se estivesse dançando à beira de um abismo.

Quando nossa magia se entrelaçou, foi como se as correntes que me prendiam se tornassem metáforas de um laço que eu nunca soube que queria. A forma como Hermione me olhou — a mistura de confusão e fascínio em seu rosto — me fez perceber que ela também sente algo. Algo que desafia a lógica e a razão. Essa conexão é poderosa, mas aterrorizante. E mesmo assim, mesmo com o medo borbulhando dentro de mim, o desejo de entender isso me atrai. O toque dela poderia ser a minha ruína, mas é também a única coisa que me faz sentir viva.

Naquele momento, enquanto o tempo parecia parar, percebi que o que mais temia poderia ser o que mais precisava. O toque de Hermione queimava como uma chama suave, desnudando as camadas da minha armadura. Cada vez que a ideia de me abrir para ela surge, sinto como se estivesse à beira de uma decisão irrevogável. Mas, ao mesmo tempo, a ideia de perder tudo que conheço, tudo que construí para me proteger, me assusta. Por que isso é tão difícil? Por que não posso simplesmente me deixar levar?

Quando me afastei, foi como se estivesse quebrando um feitiço. A verdade é que não posso continuar assim, presa entre o desejo e o medo. Preciso encontrar um lugar onde possa refletir, um espaço livre das pressões do meu legado e da confusão que é sentir tanto por alguém que, em teoria, não deveria ser o meu caminho. Mas o que eu sinto é real, e não posso simplesmente ignorá-lo.

Preciso de tempo para entender o que está acontecendo. O que será de mim se decidir seguir esse impulso? E se isso significar deixar para trás tudo o que sou?

O que eu sei é que não posso parar de pensar em Hermione, e isso me assusta mais do que qualquer sombra do meu passado.

mávres kardiés | Hermione GrangerOnde histórias criam vida. Descubra agora