𝟏𝟓

213 29 219
                                    

William entrou no escritório do Comandante Finn com uma postura firme, mas por dentro sentia a tensão. Assim que viu Finn e Thompson sentados à mesa, ele soube que aquela não seria uma conversa qualquer. Respirou fundo, mantendo sua expressão controlada enquanto fechava a porta atrás de si.

― Capitão Wales, por favor, sente-se, ― disse Finn, com um tom formal, mas sem hostilidade. William obedeceu, mantendo-se ereto na cadeira.

Finn entrelaçou os dedos sobre a mesa, o olhar fixo no Capitão.

― Antes de começarmos, preciso que você seja absolutamente sincero conosco, William. Essa conversa é confidencial, mas precisamos esclarecer algumas coisas. Pode fazer isso?

― Claro, senhor, ― respondeu William, com o tom profissional de sempre.

Thompson inclinou-se levemente, cruzando os braços.

― Vamos começar com o básico. Sabemos que você é sociável, William. Gostamos de ter oficiais carismáticos. Mas a linha entre sociável e imprudente pode ser tênue. Queremos ouvir sua visão sobre isso.

William soltou um suspiro, escolhendo as palavras com cuidado.

― Senhores, eu sou sociável, não nego. Sempre fui. Ao longo dos anos, me envolvi com algumas mulheres da base, sim. ― Ele fez uma pausa, como se ponderasse. ― Acredito que tudo foi consensual e claro desde o início. Nunca prometi nada além do que podia oferecer.

Finn e Thompson trocaram um olhar, deixando-o continuar.

― É claro que eu entendo como isso pode ser visto... problemático, considerando meu cargo. Mas nunca misturei isso com meu profissionalismo. No meu trabalho, sempre busquei manter o respeito e a seriedade.

Finn assentiu levemente.

― Entendido. E sobre Isabella Armstrong? Você teve um envolvimento com ela?

William hesitou por um instante, mas decidiu não enrolar.

― Sim, tive, senhor. ― Ele respirou fundo, tentando manter o tom confiante. ― Nos envolvemos fora da base, mas também... em uma das salas aqui. Ela foi até mim, e... bom, foi consensual. Nós estávamos saindo na época.

Thompson ergueu as sobrancelhas, mas Finn manteve a expressão neutra.

― Você está dizendo que o encontro dentro da base foi consensual, certo? ― perguntou Finn, sem rodeios.

― Absolutamente, senhor, ― respondeu William, firme. ― Ela foi clara sobre o que queria, e... sou homem, senhores. Quando alguém se oferece, bem, é difícil recusar, principalmente quando você já está saindo com a pessoa.

A sala ficou em silêncio por um momento antes que Thompson soltasse uma risada baixa, balançando a cabeça.

― Sabe, William, você tem um jeito peculiar de colocar as coisas.

William esboçou um sorriso irônico, tentando aliviar a tensão.

― Apenas sendo sincero, senhor. Sei que pode não ser o ideal, mas nunca forcei nada, e nunca me aproveitei do meu cargo. Isso é algo que eu jamais faria.

Finn, que até então permanecera sério, relaxou um pouco, apoiando-se na cadeira.

― Agradecemos sua sinceridade, William. Não estamos aqui para condenar suas escolhas pessoais, mas você entende como isso pode ser visto em um ambiente como o nosso, certo?

― Entendo perfeitamente, senhor, ― respondeu William, com um aceno firme. ― E, sinceramente, eu já estava repensando muitas dessas coisas antes mesmo disso vir à tona.

TURBULÊNCIA ; 𝗐𝗂𝗅𝗅𝗂𝖺𝗆 𝖾 𝖼𝖺𝗍𝗁𝖾𝗋𝗂𝗇𝖾Onde histórias criam vida. Descubra agora