O apartamento de William estava silencioso quando ele entrou, a luz natural da primavera iluminando levemente o espaço através das cortinas parcialmente abertas. Ele largou a mochila no chão sem o menor cuidado, deixando-a deslizar e tombar ao lado do sofá. Seguiu diretamente para o quarto, tirando a camisa no caminho e a jogando em uma cadeira qualquer antes de se jogar na cama com um suspiro pesado.
O silêncio parecia ensurdecedor. Ele passou a mão pelo rosto, tentando se livrar da sensação de vazio que o consumia. William nunca foi o tipo de homem que lidava bem com a inatividade. Estar ali, longe da base e das responsabilidades que o definiam, era quase como uma punição maior do que a própria suspensão.
Olhando para o teto, sua mente vagou. Ele deveria estar na base agora, finalizando relatórios ou se preparando para outra missão. Mas, em vez disso, estava ali, sozinho em seu apartamento, sem ideia de como preencher o tempo. Ele revirou os olhos.
― Isso vai ser uma droga, ― murmurou para si mesmo antes de se levantar.
Decidido a fazer algo produtivo, foi até o banheiro e ligou o chuveiro. A água quente escorria pelo seu corpo, e ele tentou deixar que levasse consigo parte da frustração. Mas sua mente continuava inquieta, revisitando as últimas semanas como se fosse um filme. Isabella, os encontros, Catherine... Tudo parecia um turbilhão.
Quando terminou o banho, enrolou uma toalha em volta da cintura e ficou encarando o espelho. Passou a mão pelos cabelos molhados, respirando fundo.
― Duas semanas, ― repetiu para o reflexo. ― Dois malditos dias já seriam insuportáveis, quem dirá duas semanas.
Ele saiu do banheiro e foi até a cozinha, abrindo a geladeira mais por hábito do que fome. Alguns itens básicos estavam ali, mas nada realmente interessante. William pegou uma cerveja, abriu a garrafa e deu um longo gole. O silêncio do apartamento era quase opressor.
Decidiu que precisava de algo para distrair a mente. Talvez uma corrida, talvez um treino na academia, ou... Catherine. Ele parou por um momento, considerando a ideia. Uma mensagem? Uma ligação? Ou talvez simplesmente esperar que ela o procurasse, como parecia acontecer sempre.
Sentando-se no sofá, ele apoiou a cabeça para trás, segurando a garrafa na mão. Aquelas duas semanas seriam, sem dúvida, um teste ― para sua paciência, sua carreira e talvez até para entender o que realmente queria para si mesmo.
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Catherine caminhava pelos corredores da base com passos controlados, mas o coração inquieto. Tentava parecer casual, como se estivesse apenas seguindo sua rotina, mas sua mente estava em William. A ausência dele era estranhamente perceptível, e ela não sabia se isso a incomodava ou a deixava aliviada.
Passou pela torre de controle, pelo hangar e até pelo refeitório, onde discretamente olhou para o canto que costumava ser deles. Nada. O espaço parecia vazio sem ele, e isso a incomodava mais do que gostaria de admitir.
― Você está procurando alguma coisa? ― perguntou Zara, que apareceu ao seu lado, equilibrando uma bandeja com uma xícara de chá e um sanduíche.
Catherine balançou a cabeça rapidamente, tentando parecer despreocupada.
― Não, nada. Só... pensando em algumas coisas.
Zara arqueou uma sobrancelha, claramente não acreditando, mas não insistiu. Catherine suspirou aliviada quando a colega foi para outra mesa. Pegou um café e se sentou sozinha, olhando distraidamente para a fumaça que subia do copo. Não fazia sentido perguntar por ele. As notícias na base sempre corriam rápido, e ela não queria chamar atenção.
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TURBULÊNCIA ; 𝗐𝗂𝗅𝗅𝗂𝖺𝗆 𝖾 𝖼𝖺𝗍𝗁𝖾𝗋𝗂𝗇𝖾
FanficOnde Catherine Middleton, uma competente controladora de voo é transferida para a RAF Brize Norton para começar algo novo, algo grandioso. Ela só não sabia ainda que, entre as ordens de voo e as coordenações perfeitas, algo ainda mais inesperado est...