Boa leitura
O amanhecer trouxe uma claridade suave, mas o peso da noite sem dormir parecia maior do que nunca. Gulf sentia a mente cansada e, sem esperança de descansar, decidiu se levantar. Após um banho rápido e vestir algo confortável, ele foi até a cozinha da boate, onde começou a preparar um café.
Pouco depois, Mild surgiu. Ele também aparentava estar exausto e, ao ver Gulf, aproximou-se com um sorriso tenso.
— Bom dia, Gulf. Parece que você, assim como eu, também não conseguiu pregar os olhos essa noite.
Gulf virou-se, oferecendo-lhe uma xícara de café recém-preparado.
— Verdade, Mild. Minha cabeça estava a mil. Fiquei pensando em como tudo saiu ontem... mas, sinceramente, acho que o esquema de segurança foi tão forte que tanto os Kanawut quanto os Traipipattanapong devem ter ficado intimidados. Não tivemos nenhum sinal deles.
Mild assentiu em silêncio, mas parecia distante, inquieto. Por fim, respirou fundo e tomou coragem para falar o que o estava angustiando.
— Gulf... preciso conversar com você sobre algo importante. É sobre... a razão de eu ter aparecido na sua vida. Sei que talvez não seja o momento mais fácil para ouvir isso, mas você precisa saber.
— Vai me dizer que matou alguém? — Gulf brincou, tentando aliviar o clima pesado, mas o rosto de Mild permaneceu sério.
— Não, Gulf. Na verdade, é outra coisa. — Ele hesitou por um momento, mas continuou. — Meu nome completo é Mild Sitinut... e eu sou um detetive particular. Fui contratado para te encontrar.
Gulf franziu o cenho, confuso.
— Detetive? Contratado para me encontrar? Como assim, Mild? Quem te contratou?
— Foi o Mew, Gulf. Ele estava desesperado depois que você sumiu. Procurou a polícia, mas, como não havia nenhum indício de que você foi levado à força, eles não seguiram com a investigação. O próprio delegado sugeriu que ele contratasse alguém particular, e foi aí que eu entrei na história. Desde então, tenho seguido seus passos, investigando até conseguir te encontrar aqui na boate.
Gulf levou alguns segundos para absorver a informação, olhando fixamente para Mild.
— Então você esteve aqui esse tempo todo… como parte de uma investigação?
Mild assentiu, mas um leve sorriso surgiu em seu rosto.
— Sim, inicialmente era só mais um caso. Mas, ao te conhecer, eu me afeiçoei. Fui a Mew algumas vezes para levar notícias suas, e vi o estado em que ele estava. Ele estava se destruindo aos poucos, Gulf. Parou de se cuidar, de se alimentar. Passou tanto tempo sem comer que acabou no hospital, desidratado, com o corpo debilitado.
— Ele foi internado? — Gulf murmurou, surpreso. — Estela me falou que ele não estava bem, mas eu... não imaginei que estivesse assim. Eu sabia que ele ia sofrer, mas não pensei que fosse ficar doente.
— Ele te ama de verdade, Gulf — disse Mild suavemente. — O tempo que ficou longe de você foi devastador para ele. E eu só consegui que ele se cuidasse ao prometer que traria notícias suas. Ele fez um forte esquema de segurança para garantir que você estivesse protegido. E sabe, mesmo depois que cumprir minha obrigação com ele, gostaria de continuar por perto como seu amigo, como o amigo de verdade que me tornei.
Gulf sentiu um misto de emoções ao ouvir aquilo. Lembrou-se de cada momento compartilhado com Mew e da conexão que tinham.
— Não esperava que você fosse me contar tudo isso, Mild... mas agradeço pela honestidade. Saber que Mew passou por tudo isso me deixa mal, mas ainda tenho que lidar com tantas coisas antes de... estar pronto para vê-lo. Prometo que não vou demorar, mas ainda não posso voltar para ele.
Mild sorriu, aliviado.
— Eu entendo, Gulf. Tome seu tempo, mas lembre-se que estarei aqui, como amigo, para o que precisar. Agora, vou cumprir minha última tarefa profissional no caso: vou fazer um relatório para Mew e garantir que ele saiba de tudo. E depois disso, estarei ao seu lado, como um amigo.
Os dois trocaram um sorriso genuíno e voltaram a saborear o café em silêncio.
Enquanto isso, na casa de Mew, ele acordava de um sono leve. Os remédios haviam ajudado a acalmar sua mente, mas o descanso parecia superficial. Naquele momento, Estela entrou no quarto carregando uma bandeja com o café da manhã e um sorriso acolhedor.
Estela: Bom dia, meu menino. Como você está? Conseguiu descansar?
Mew: Bom dia, Estela. Consegui dormir um pouco, mas só por causa dos remédios. Sem eles, acho que não teria pregado o olho. A noite foi complicada... fiquei pensando no Gulf e em como ele estaria. Liguei para Mild e Boun, e eles me garantiram que tudo correu bem. Só então consegui relaxar o suficiente para dormir.
Estela: Entendo. Até eu tive dificuldades para dormir, com tanta preocupação. Aqui está o seu café. Por favor, alimente-se. Quero que você esteja bem para quando o Gulf voltar para nós.
Mew: (Suspira, pegando a xícara) Eu vou esperar mais um dia, Estela. Quero ver qual será a decisão dele, mas se ele não vier até mim, eu vou até ele. Hoje, o Mild vem aqui para conversarmos sobre o que aconteceu ontem. O esquema de segurança continua forte, a polícia está presente, mas não houve notícias de nenhum dos lados das famílias. Isso me deixa inquieto. Preciso saber o que eles estão planejando... preciso proteger o Gulf. Não posso deixá-lo enfrentar isso sozinho.
Estela: Como você pretende fazer isso, meu menino? Também espero que ele desista desse plano e volte para nós, mas sei que ele é determinado. Se ele decidir continuar... como faremos para convencê-lo?
Mew: (Olhar distante) Ainda não sei ao certo, mas preciso tentar. Primeiro, porque a saudade está me consumindo. Segundo, porque o medo por ele é constante. Ele terá que escolher entre a vingança e o nosso amor. Se ele escolher a vingança... (engole seco) não sei como lidarei com isso. Eu o amo demais, Estela. Mas se ele se entregar a isso, talvez eu tenha que desistir dele.
Estela: Não pense assim, meu menino. Dê a ele mais algum tempo. Ele precisa entender que a vingança não vai aliviar essa dor. O que realmente pode ajudá-lo é seguir em frente, construir sua própria vida, mostrar que cresceu. Ele pode honrar a memória dos pais dele mostrando que se tornou um homem íntegro, independente do passado. Eu acredito que Buda vai iluminar o caminho dele, e ele vai retornar para nós, em paz.
Mew: (Balança a cabeça, pensativo) Espero que sim, Estela. Quero que ele entenda que, por mais que tente se vingar, isso não vai apagar o que ele sente. Seguir em frente é o único caminho para mudar essa sensação de vazio e revolta. Eu só quero que ele veja que tem um futuro pela frente, que ele é mais do que essa sede de vingança.
Estela: Exato. Ele é um homem de valor, alguém que merece mais do que carregar esse fardo.
Mew: Eu até ofereci a ele a chance de usar o meu sobrenome, se ele quiser deixar de lado o peso das famílias dele. Quero que ele sinta que tem um lugar seguro e que não precisa carregar esse ódio, mas isso depende dele. Não posso obrigá-lo a nada, mas... não sei até onde posso suportar essa situação, Estela. Estou me sentindo à beira de um colapso.
Estela: Eu sei, meu menino, eu sei. Mas só mais um pouco de paciência, está bem? Vamos confiar que ele vai perceber que o amor que vocês sentem é o caminho de volta. Vai dar certo. Só mais um pouquinho...
Estela colocou a bandeja de lado, aproximando-se para abraçar Mew com ternura. Ela o envolveu com carinho, beijando suavemente o topo de sua cabeça. Mew fechou os olhos, sentindo-se acolhido.
Mew: (Sussurra) Obrigado, Estela. Você é realmente uma mãe para mim. Eu te amo.
Estela: (Emocionada) Eu também te amo, meu menino.
Mais um capítulo concluído espero que tenham gostado beijinhos 😘 😘 até o próximo
Não esqueçam de votar e comentar 🥰
VOCÊ ESTÁ LENDO
REJEITADO
FanfictionEssa é a história de Gulf KANAWUT TRAIPIPATTANAPONG Ele foi um bebê muito amado e desejado por seus pais desde que souberam que estavam grávidos é isso mesmo o pai de gulf sempre compartilhou com a esposa todos os passos da gravidez só tinha...