Capítulo 67 - 2ª Parte

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(Cont.)

A porta da nova sala para onde me levaram abre cerca de quase duas horas depois de eu ter ligado à minha mãe. Mark aparece com uma pasta numa das mãos enquanto com a outra coça a barba que começa a crescer.

Mark: A tua mãe chegou Harry. Vai com calma, ela está nervosa. - Ele pousa a mão no meu ombro e eu faço questão de a sacudir de lá.

Eu: Vais tu agora ensinar-me como lidar com a MINHA mãe? - Eu olho para ele e empurro a cadeira para me levantar.

Puxo com força para trás a porta da pequena sala e saio à frente de Mark de forma decidida. E sou obrigado a parar a meio do caminho quando não sei para que lado ir.

Mark: Pela tua direita, por favor. - Ele diz com um sorriso nos lábios. Parvalhão!

Eu: Claro. - Viro à minha direita e passo por outras pessoas com papeis e documentos nas mãos a entrar e a sair de gabinetes. Num deles vi uma criança a chorar ao colo de um homem enquanto uma mulher aos gritos era arrastada dali para fora. - O que é que ela fez?

Mark: Eu não devia dizer... - Eu olho para ele e encolho os ombros. Eu apenas perguntei não o obriguei. - Desconfiamos que a mulher é tóxico-dependente e não tem condições suficientes para cuidar da filha.

Eu: Isso não quer dizer que não a ame. Viste a forma como a mulher gritava? - Via-se dor no rosto dela e na forma desesperada como esperneava agarrada aos braços de dois matulões. A criança chorava e gritava para a mãe voltar.

Mark: Sim, vi.

Eu: Tu melhor que ninguém devias saber que as coisas não deviam funcionar assim desta forma. - Ele olha para mim e consigo perceber que ele está a "recuar no tempo". Segundo o que ele me contou, a mãe dele tinha problemas com o álcool e sofria de uma doença que lhe provocava momentos de insanidade (tipo esquizofrenia) e ele foi tirado dela para casa de uma tia, embora ele não quisesse. Amava a mãe porque sempre fora amável para ele, talvez para os outros não e fosse uma doida varrida, mas era amiga dele. Morreu pouco tempo após depois de lhe tirarem o filho.

Mark: Eu sei. Mas estamos só a cumprir ordens! - «Vocês e as ordens!» Reviro os olhos.

Vejo a minha mãe ao longe ao pé de um homem alto. Mal ela põem os olhos em mim corre para mim.

Mãe: Harry! Harry filho! - Ela só pára quando me agarra com força por entre os braços dela. - Jesus, Maria, José! - Ela benze-se. - Como é que estás? - As mãos dela passam freneticamente pelo meu rosto. Agarro os pulsos dela levemente e puxo as mãos dela ligeiramente para baixo e estas ficam pousadas sobre o meu peito.

Eu: Estou bem mãe. Fica calma, por favor. - Eu peço-lhe. Os nervos dela parecem contagiantes e eu preciso de tudo menos deles neste momento!

Mãe: O que é que se passou Harry? O que é que tu fizesses filho!? - Ela olha para mim fixamente à espera de uma resposta. - Não percebi nada do que me disseste ao telemóvel.

Eu: Eu não fui o culpado pelo o que me estão a acusar! - Digo antes de mais. Eu quero que fique bem ciente que eu não sou o culpado!

Mãe: Mas o quê? - A minha mãe olha um pouco além de mim. - Mark!? - Ela fica sem reacção durante um tempo e chega mesmo a gaguejar ao pronunciar o nome dele. - O que é que o meu filho está aqui a fazer? O que é que vocês todos fizeram ao meu filho?

Mark: Calma Anne, eu sei que tudo isto é muito inesperado, mas temos todos de manter a calma para que corra tudo bem!

Mãe: Manter calma? Como queres que eu esteja calma quando o meu filho me liga a dizer que foi detido e está a ser acusado de um crime que não cometeu?

Choices I - A |H.S.| Fanfiction (ACABADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora