«Meu Amor, como já deves estar tão grande e bonita!
O que eu e a tua mãe dávamos para estar aí contigo, neste dia tão especial! Sei que deves pensar que morremos e não deves perceber o porquê desta carta. Mas chegou a altura, depois de tanto tempo de saberes a verdade.
Eu e a tua mãe, fizemos grandes asneiras no passado, metemos-nos em grandes problemas com amigos antigos que juravam vingar-se, e como eras os alvo mais forte de nos atingir tivemos de partir! Não podíamos sequer meter a tua vida em risco e nós estando longe era o melhor para ti de certeza. Acredita que nos custou imenso! Eu e a tua mãe, Konstanzia, sofremos muito e ainda hoje nos arrependemos de tudo, mas talvez um dia, fique tudo normal e voltemos ao que éramos! Eu acredito que seremos uma família unida de novo! Tenho esperança disso!
Sabemos que te deve ter custado muito ficar sem nós, mas conhecer como te conheço, eu sei que tu lutaste por todos os teus objectivos e obstáculos como sempre fizeste! Nós amamos-te tanto por isso!
Sempre foste e és de certeza o nosso maior orgulho! Nunca te esqueças disso!
Com saudades do pai, Cameron.»
A carta caiu-me das mãos. Ali, naquele pedaço de papel estava a prova de que eles estão vivos, está a prova de que eles me deixaram por escolha própria.
Como é que eles podem meter em hipótese que o melhor para mim era eu ficar longe deles? Dos meus pais!?
Fizeram erros? Mas que erros? Será que isto tem alguma coisa a haver com tudo o que se tem estado a passar ao longo de todos estes anos? Será que Jason tem alguma coisa a haver com isto? Será que a razão de eu sofrer é por culpa dos meus pais?
A lágrimas aos poucos começaram a cair sobre as minhas bochechas quentes. Eu limpava-as para apagá-las, mas estas corriam ainda mais depressa a cada tentativa minha de pará-las.
Eles nem sequer fazem a mínima ideia que seja de quanto eu sofri durante todos estes anos! Eu sofri a perda dos meus pais! Eu cheguei mesmo a pensar que eles poderiam estar mortos!
Que me interessa que eles me digam alguma coisa passado todos estes anos? De que vale? Eles não voltaram! Eles não se preocuparam em me dar uma pista, mandar uma carta, uma fazer um rápido telefonema a dizer para eu esperar por eles até hoje. Eles não querem saber do que eu sinto! Durante quatro anos eu fui como NADA para eles! Que lhes interessa agora eu leia esta carta tão pobre em palavras e em sinceros desculpas.
Estou tão triste, chateada, irritada, magoada e principalmente sinto-me enganada por todos estes anos. Sinto que andei a sofrer injustamente. Porque realmente pensei que houvessem motivos muito mais fortes.
Eu poderia ter seguido em frente, e esquecer o passado! Mas como é isso possível se ele me ainda me prende a ele?
Se ele ainda me faz ter pesadelos, se ele me magoa com as palavras, se ele me agarra com umas algemas e me lança contra um rochedo como se fossem as ondas do mar a bater contra uma arriba e eu não o consigo evitar. É como se droga viajasse pelo o meu corpo e me fizesse ficar dormente ao ponto de não me conseguir libertar para fugir.
Deitei-me sobre a cama feita à pressa hoje de manhã e fechei os olhos durante 10mim. para me acalmar. Eu quero pensar. Quero entender tudo isto. Quero entender-me a mim própria e o que pretendo fazer em diante. Gostaria de ter mais facilidade em entender-me como todas as outras pessoas. Gostaria de conseguir perceber o que há de errado em mim e à minha volta. Gostaria de me saber mudar. Preciso de ajuda, mas não tenho coragem para pedi-la. Pelo menos uma coisa eu sei de mim. Sou fraca e não sei fazer escolhas.
Peguei na chave guardada na caixa branca em cima da cómoda do quarto. Abri a gaveta ao lado da cama e inumeras memórias que estão ali com o objectivo de algum dia ali ficarem retidas no tempo ficaram a olhar para mim como se me quisessem engolir e afogar ali dentro.
Pousei a carta dos meus pais ao lado das nossas fotos de família feliz que já não faziam sentido algum. Escondido a um canto estavam as cartas. As cartas que chegam e me assombram todas as semanas e me fazem dormir mal todas as noites. Eu queria não me preocupar, mas é inevitável.
Fechei a gaveta com força quando já não mais conseguia olhar para aquilo, dei uma volta à chave e guardei-a no local de onde a tirei.
Levantei-me e arrastei os meus pés para fora daquele quarto. Atirei-me para cima do sofá da sala e meti uma manta por cima de mim. Ver um filme neste momento será a melhor opção! Procurei pelo comando e ele estava no outro lado da sala para grande azar meu! Isto é tudo tão irritante! Eu amava ter poderes psíquicos para me poder fazer chegar as coisas com a mente.
O filme que estava a passar era interessante, mas não tão interessante como eu queria para me poder fazer abstrair absolutamente dos meus problemas. No entanto existe um facto positivo no meio de toda esta história. O meus pais não morreram e isso de certa forma permite que um pouco da culpa que sempre esteve em mim, possa agora fluir e me deixe. No entanto não deixo de me sentir desiludida, as pessoas que eu sempre mais amei conseguiram fazer com tudo isto acontecesse e de certa forma eu tornar-me no que sou hoje. Uma pessoa que eu não quero ser.
A lembrança um outro pequeno embrulho à minha espera é me recordada. Calcei os meus chinelos por causa do chão frio, apaguei a televisão e voltei a subir pela escadaria escura até ao meu quarto.
***
Era uma pequena caixinha vermelha com um grande laço na tampa. Fiquei curiosa ao ver.
Sentei-me na cama e com cuidado peguei a misteriosa caixa. Abanei-a e não ouvi nada. Que estranho.
Tirei o laço que a embrulhava em todo o seu redor e logo abri a tampinha e lá dentro estava de novo uma carta! Mas que raio hoje o meu destino é ler cartas a toda a hora?
Arqueei uma sobrancelha desconfiada. Não havia nome por fora.
O pequeno papel às ricas percebia-se que tinha acabado de ser arrancado de um caderno à pressa pois o picotado de fora ainda estava por cortar.
Abri.
«Benedith Waters.
Com muitas saudades do teu péssimo humor e lindo sorriso, te dou os meus grandes PARABÉNS! Espero que tenhas tido um dia fantástico! E quero que fiques a saber que conhecer-te é uma honra enorme! Gosto mesmo muito de ti miúda... (e de jogar matraquilhos contigo e vencer-te! Hahaha)
E espero mesmo que esta nossa estranha amizade (?) de certa forma resulte. Tenho esperanças disso, sabes?
Do teu amigo MUITO SEXY, Harry Styles.»
Rolei os olhos ao perceber de quem era. O Harry é tão....
As palavras sumiram-se, eu queria dizer que ele era um grande convencido por se ter chamado "MUITO SEXY" a ele próprio, mas de certa forma aquilo é verdade. E eu acho que já não o imagino de outra forma.
Estou bastante surpreendida por ele se ter lembrado de mim hoje. Quer dizer, como é que ele sabe sequer o meu aniversário? Gostava que ele estivesse aqui para eu lhe poder perguntar-lhe.
Voltei a ler de novo a carta mais duas vezes.
Eu diria que ela está fofinha, e mesmo com o Harry a meter defeitos ao meu humor eu gostei do que ele me escreveu. Não estou habituada a receber estes pequenos mimos normalmente.
Cada vez tenho mais duvidas quanto a isto que nós temos. Será que o posso considerar um amigo ou um conhecido que se aproximou de mim?
***
Olá!
Aqui está o capitulo de hoje!
Então acham que o Harry foi fofinho em se ter lembrado dela?
Obrigada por todo o apoio que me têm dado! Votem, comentem e partilhem a fic pelos vossos amigos se estiverem realmente a gostar!
Acabem 2014 em grande e da melhor forma possível! Amanhã vemos-nos again! :)
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Choices I - A |H.S.| Fanfiction (ACABADA)
Fanfiction"Nunca lhe confessei abertamente o meu amor, mas, se é verdade que os olhos "falam", até um idiota teria percebido que eu estava perdidamente apaixonado" - O Morro dos Vendavais de Emily Brontë