Emily Donovan Narrando.
— Antigamente era comum a relação entre homens na idade antiga — o professor Sanchez explicava. Ele não tinha mais de 40 anos, alto e de peso médio. Talvez o pior professor que eu já tive. Qualquer coisa, ele mandava para diretora. As vezes costumo pensar que se eu respirar muito, ele pode descontar a minha nova.
— Essa é nova – Megan murmurou ao meu lado. — Eu não sabia que existiam homossexuais naquela época, imagina que sonho ver aqueles homens se agarrando quase nus.
— Você é nojenta — ri fazendo negação com a cabeça.
— Aposto que você pensou a mesma coisa — ela piscou pra mim. Minha risada ecoou na sala fazendo todos os olhares caírem sobre mim, me afundei na cadeira sentindo todo o meu rosto queimar.
— Senhorita Donavan — senhor Sanchez parou ao meu lado cruzando os braços. – Será que a senhorita sabe tanto sobre a idade antiga que gostaria de explicar para os seus colegas assumindo meu lugar aqui na frente da sala?
— Não senhor — murmurei sentindo meu rosto esquentar com a tenção da sala sobre mim.
— Ótimo — falou com uma carranca. — Agora preste atenção na aula e se eu ver você de gracinhas de novo, direto para a diretoria.
— Sim senhor – respondi. Mas por dentro eu queria mandar ele se foder.
O tempo passou e o senhor Sanchez continuava explicando a matéria, não que eu estivesse prestando atenção é claro, porque meus olhos focaram no desenho que eu rabiscava em meu caderno. A principio eu não havia entendido direito a quem pertencia o rosto, mas a medida que eu desenhava, os contornos se tornavam cada vez mais claro.
Quando terminei o desenho, fiquei encarando-o por algum tempo, meu coração pareceu acelerar quando reconheci quem era.
— Emily! — Megan me chamou. Ela estava em pé em frente a porta com os materiais na mão. — Em que mundo você está garota? Já bateu o sinal e você está boiando.
— Não foi nada — menti. — Só estava pensando em algo.
— Aposto que era em macho — ela sorriu maliciosa me fazendo revirar os olhos.
— Você só abre a boca para falar besteira Megan.
— E você concorda, mas se faz de santinha — ela sorriu vitoriosa. Não respondi.
Enquanto caminhamos pelo corredor da universidade, alguns alunos pegavam seus materiais nos armários, enquanto outros apenas ficavam se paquerando. Mas o que me chamou a atenção, foi o fato de Luke estar fazendo piadinha com um garoto "nerd".
Luke sempre foi meio revoltado por nunca ter conseguido ser capitão do time de basquete, ele culpava a todos por suas derrotas, notas baixas, falta de atenção das garotas, os problemas que os pais passavam e descontavam nele. Como eu sei? Bom, quando sua mãe é uma psicóloga, isso ajuda bastante a ficar sabendo dos problemas dos outros, no meu caso por exemplo, todas as pessoas da escola que se consultavam com ela, eu sabia. É claro que existia o sigilo profissional, mas quando você faz uma forcinha pra forçar a barra, ela sempre acaba cedendo com o pedido de "eu te conto, mas não fale para ninguém", e bom, eu nunca falei.
Fiquei prestando atenção enquanto Luke humilhava o garoto e me perguntei como alguém pode ter o coração tão firo, quer dizer, talvez ele tenha passado e ainda passe por muitas coisas, mas se ele é capaz de sentir essa dor, por quê ele faz com que os outros se sintam exatamente como ele?
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AIDS
Fanfiction(Fanfic concluída) (J.B) Cada badalada no ponteiro significa um minutos a menos que ele possui. É doloroso viver assim. Afinal, quem consegue? Quem aguenta acordar todos os dias sabendo que está um passo mais perto da morte? Justin sabe que não irá...