Eu acho que amo você

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Notas Iniciais: Olha, nem demorei, viu gente? Eu queria agradecer a todos vocês que acompanham a história, e dizer que estamos entrando na reta final. Outra coisa, vocês se importam do capítulo ser narrado em terceira pessoa? Não deixem de votar e deixar suas opiniões. Boa leitura!


Terceira pessoa narrando.


— O vírus de alguma maneira danificou o cérebro dele, matando as células cerebrais e impedindo que as novas células nascessem. Não sabemos o porquê disso, já que ele estava tomando os coquetéis, nenhum estudo mais aprofundando sobre isso ainda deu resultado — o médico explica para os presentes na sala de espera. — A perda de memória pode ser apenas temporária, ainda não há como saber. Iremos precisar esperar e ver como ele irá reagir aos medicamentos. É tudo o que podemos fazer.

— Meu pobre garoto! — Pattie senta-se deixando suas lágrimas escorrerem. Ryan conforta-a ao seu lado. Ele estava a caminho de uma importante reunião quando recebeu a mensagem de que o amigo fora internado as pressas, abandonando tudo de última hora, ele não pestanejou em ir para o hospital. Pattie acabara informando Alfredo quando achou o contato dele no celular do filho. E Alfredo por sua vez, avisou a todos os membros do Grupo de apoio que acabaram revezando-se para ter notícias de Justin. Emily não saiu da sala de espera por nenhum minuto. Agora ela entendia o porquê ficara sem notícias de Justin durante os últimos dias. Mas porque ele não lhe contou que estava mal? Pensou. Ela teria ido até ele. Teria lhe dado apoio e o ajudado.

Apenas por que? Sentiu sua garganta se fechar. Aquilo não era justo. Lembrou-se de quando perdeu o pai. Não importava o quanto implorasse antes de dormir para que ele ficasse bem ou orasse, no final, tudo o que lhe restou foi o buraco vazio onde aquela pessoa que ela amava costumava estar. E agora ela estava implorando novamente, mesmo que da primeira vez não houvesse dado certo, ela estava arriscando-se que o vazio não voltasse. Ela estava implorando para que um novo buraco não fosse aberto em seu peito, porque aquilo acabaria com ela. É engraçado como foi tão fácil a aproximação entre ela e Justin, e agora, tudo parecia perdido.

— Justin vai ficar bem, eu sei que vai — Ryan confortava Pattie. Mas por dentro também estava despedaçado. Tentava dissipar todos os pensamentos negativos que acabariam levando-o a loucura. Não queria pensar que estava perdendo o amigo. Não queria imaginar como seria uma vida sem a presença dele. — Você já ligou para Jeremy?

— Ele disse que tentaria pegar o próximo voo para cá — limpou as lágrimas. — Talvez consiga chegar ainda hoje — Ryan assentiu. Pelo menos uma vez na vida Jeremy devia estar presente, pensara. Não que ele fosse um pai ruim, apenas não foi o suficiente. Não foi o suficiente quando ele estava lá um dia, e no outro simplesmente desaparecia. Não foi o suficiente quando fazia Justin pensar o quanto era importante pra ele, e no outro dia machucava-o. E não foi o suficiente quando escolheu partir, lembrando do filho apenas quando parecia conveniente.

[...]

— Ele ainda não acordou? — foi a primeira pergunta que Ryan fez quando o médico apareceu. Já havia se passado mais de duas horas e ainda não obtiveram notícias. Todos já estavam sentados à beira da loucura. Jeremy havia chegado, ido para o hospital direto do aeroporto.

— Ainda não — o médico negou. — A mente dele deve estar confusa, ele precisa de um tempo. Não sabemos se quando ele acordar a amnésia ainda estará presente, então é melhor aguardamos.

Todos assentiram silenciosos. Emily se afastou para mandar uma mensagem informando a situação para a mãe. Ryan sentou-se novamente deixando escapar um suspiro.

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