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Zoar o carro velho de Pip já tinha se tornado quase uma tradição para Cairo, uma brincadeira que a fazia esquecer, por um breve momento, o cansaço constante que parecia estar grudado em seus ossos. Mas, por mais que fosse divertido, ela não podia negar que o enorme porta-malas era útil – quase como o de uma caminhonete, e um bom lugar para analisar cada droga escondida por Andie Bell no coelho de pelúcia.
Enquanto isso, o vento da manhã, frio e insistente, bagunçava o coque mal feito de Singh. O frio parecia incomodar mais do que o normal, penetrando até os ossos e fazendo-a puxar as mangas do casaco com um arrepio, tentando proteger-se. Ela se sentia mais cansada, cada movimento parecendo exigir mais esforço do que deveria, e o peso nos ombros era difícil de ignorar.
Do seu lado, Amobi estava concentrada nas onze fotos tiradas no quarto de Bell, as páginas da agenda da garota, passando os olhos atentamente por cada anotação, relendo os códigos e rabiscos. Aquelas anotações comuns de escola, as letras firmes e os detalhes minuciosos davam uma sensação estranha, quase como se Andie estivesse viva de novo, uma presença que assombrava o ambiente e tornava tudo mais denso.
──── Alguém com certeza tirou o celular de lá, mas quem? - Pip murmurou, ajeitando suas pernas cruzadas.
Cairo desviou o olhar para as drogas na frente delas, brincando com as mangas do casaco.
──── Pelo menos encontramos as drogas, isso é bom, não?
──── O que é tudo isso?
Dando de ombros, a morena se aproximou, pegando os saquinhos e examinando-os com atenção. Não fazia ideia do que exatamente eram aquelas substâncias, mas já havia visto algo parecido nas séries de Ravi.
──── Pó… ou quetamina. Comprimidos, erva… Um baseado gigante.
──── Quem era a Andie Bell? - Fitz perguntou, erguendo o olhar para Singh.
