Na parte da tarde, havia alguns grupos de estudo no Salão Principal, um deles, o Trio de Outro, e na mesa da Sonserina, Draco estava com Blásio. Me sentei com o Trio.
-Eu preciso de ajuda com Poções, Mione. - choraminguei.
-Peça ao Harry. - ela fez uma cara de raiva.
-Que bicho te mordeu, Granger?
-Harry é o queridinho do Slughorn. - Rony revirou os olhos. - Melhor até do que Hermione.
-Porque ele tá com a cara enfiada nesse livro! Eu já falei que você não deveria ter ficado com ele! O que tem de tão interessante nele? - Hermione perguntou, esticando o braço para pegar o livro gasto de Harry, mas ele o puxou para longe.
-Me deixa em paz, Mione. - ele fez careta. - Por que não pede ajuda ao seu namorado?
-Depois que você socou ele? -perguntei. - E eu achei que fôssemos amigos, Potter.
-Eu não preciso ser amigo da mesma pessoa que vive colada no Malfoy. Você sabia que ele está por trás do que aconteceu com Katie?
-Porra, Harry, você tem alguma prova disso ou só está cismado, como sempre? - bati as mãos na mesa e me levantei.
-Ei, calma, vocês dois. - Rony tentou amenizar.
-Não. Não dá pra ficar aqui se cada palavra que sair da boca de Harry for um ataque ao Malfoy ou a mim, simplesmente por estar confiando mais em alguém da Sonserina do que nele. - reclamei e me afastei deles. Ouvi Hermione xingando Harry.
Blásio estava estudando uma coisa e Draco estava estudando outra. A qualquer momento Pansy brotaria do inferno e viria pra cima de mim com aquela vozinha de taquara rachada dela.
-Vaza. - olhei para Blásio.
-Calma, Lufa-Lufa. - ele ergueu a sobrancelha ao olhar para mim. Blásio era bonito, mas era chato pra cacete.
-Blas. - Draco repreendeu sem tirar os olhos do livro. Blásio revirou os olhos, bufando, e recolheu suas coisas, saindo da mesa. - Por que tá tão estressada hoje?
-Talvez porque eu tenha começado meu dia da melhor forma possível: vendo você no Corujal com aquela cara de sapo. - xinguei enquanto me sentava à sua frente. Aquele dia aparentemente era o dia que eu tinha pra brigar com todo mundo.
-Ela me obrigou a ir com ela, tá bem?
-E desde quando alguém te obriga a fazer alguma coisa, Malfoy? Ainda mais a Parkinson.
-Você está com ciúmes. - Draco analisou meu rosto com um sorrisinho orgulhoso. - Olha, se eu soubesse que você estava lá…
-O quê? Teriam ido se pegar em outro lugar?
-Tá bem, me desculpa. - ele falou com a cara mais lavada do mundo.
-Que saco, Malfoy!
-Você realmente está a fim de brigar com alguém hoje, não é? - ele ergueu uma sobrancelha loira. Eu fiz uma careta, mas quando abri a boca para falar alguma coisa, dar alguma resposta, não quis mais reclamar.
-Harry acha que foi você quem enfeitiçou o colar e Katie Bell. - falei baixo.
-É, tô sabendo. - ele suspirou. - Snape já reclamou comigo.
-Snape?
-Aparentemente, ele tem um Voto Perpétuo com minha mãe. Caso eu não consiga, ele quem tem que fazer.
Eu odiava aquele assunto, ainda mais em um lugar tão aberto quanto aquele, e eu conseguia ver o sofrimento tomando conta de Draco. Eu quis abraçá-lo do mesmo jeito que o abracei na ponte.
-Draco… - uma corujinha caiu rolando na mesa e parou sentada à minha frente. Eu tive uma crise de riso.- Diya!
Ela piou, zonza. Quase conseguia ver as estrelinhas rodando sua cabeça.
-O que trouxe pra mim?
Peguei o pedaço de pergaminho enrolado em sua patinha e li. Minha expressão mudou completamente.
-O que foi? - Draco franziu o cenho.
-É da minha tia. Ela vai passar o Natal na Irlanda com a família do marido e eu preciso liberar a casa pra ser alugada. Ótimo, vou passar o Natal embrulhando caixa, não de presente.
-Isso é um saco, Daya. - ele murmurou.
-Elle vai viajar para a casa da avó, então vou ter que fazer isso sozinha. Acho que poderia passar um ou dois dias nos Weasley. - dobrei o papel e o enfiei junto com as cartas do meu pai que levava para todos os cantos.
-Daya… não acho que seja uma boa hora pra ficar perto do Potter, não fora de Hogwarts. - Draco falou lentamente. - A casa dos Weasley… pode não ser tão segura. E eu não vou poder te proteger, e se algo acontecer com você…
-Tudo bem, Malfoy, eu entendo. - balancei a cabeça. Acho que aquela seria minha vida dali pra frente. Diya voltou a si e saiu voando.
-Talvez pudesse passar o Natal lá em casa, minha mãe não reclamaria, mas…
-Não. - falamos ao mesmo tempo.
-Vou pedir aos gêmeos pra me ajudar. Não se preocupe. - falei.
Ele balançou a cabeça, mas vi a sombra de algo passando em seu olhos, deixando-os momentaneamente negros. Ele não gostava muito da ideia, mas sabia que era melhor do que caso eu ficasse sozinha em casa.
-Lá vem sua namoradinha, Draquinho. - provoquei, e Pansy se aproximava. - Bom, vou resolver algumas coisas.
Me levantei, trocando olhares afiados com Pansy, que se aproximava.
-Não se atreva. - Draco segurou meu braço com cuidado para não me machucar e recolheu seu material, dando a volta na ponta da mesa sem me soltar.
-Draquinho… - Pansy chamou, fazendo cara de choro.
-Ocupado. - ele a cortou secamente e me puxou para longe. Não pude deixar de sorrir vitoriosa e vê-la me fuzilando com o olhar.
-Draquinho. - cantarolei do lado de fora do Salão.
-Não começa, Adhara. - ele me olhou por cima do ombro, dos pés à cabeça. Só o olhar daquele homem era o suficiente para me deixar bamba, a forma como ele pronunciou meu nome me fez arrepiar.
Dobramos um corredor pouco iluminado e sem ninguém àquela hora do dia, e ele me prendeu contra a parede, seus olhos focados nos meus. A mão que não segurava o material estava pouco acima da minha cabeça. O rosto de Draco estava a centímetros do meu e por um segundo eu esqueci como respirar.
-Nunca mais me chame de “Draquinho” de novo, Adhara.
Por um mísero segundo, imaginei ele gemendo meu nome e minha garganta ficou seca.
-Claro… Drac. - murmurei.
Seus lábios se aproximaram dos meus lentamente, mas o beijo não veio. Draco beijou meu pescoço, enviando arrepios por todo o meu sistema nervoso, e mais uma vez. Então se afastou com um sorriso perverso.
-Vamos, Daya, você tem coisas para resolver.
-Desgraçado. - sussurrei.
-Anda, Lufa-Lufa. Algum problema? - ele ergueu a sobrancelha, sabendo exatamente o que tinha feito. Ergui o dedo do meio para ele.
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Obsessed × D.Malfoy
FanficComo Lufana, lealdade era minha sina, minha benção e minha maldição, meu defeito mortal. A Morte não discrimina pecadores e santos, por isso eu perdi algumas das pessoas mais importantes da minha vida, e eu sobrevivi do mesmo jeito. O Amor não discr...