Capítulo Doze: Investigações

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Quando a bala perfurou meu corpo, eu pensei que ali seria o meu fim. Após Pedro e os outros partirem eu tive cinco minutos, e assim, minha vida passou como um filme na minha cabeça. E então, eles chegaram e eu apaguei.

Quando eu acordei no hospital, havia se passado um mês. O ferimento havia sido tão grave e o fluxo da perda de sangue resultou em um coma temporário. Felizmente, não tive sequelas, apenas uma cicatriz que agora fazia parte de mim.

Após a notícia de um conflito entre gangues ter se espalhar pelos jornais de Salvador, meus pais foram ao meu encontro e eles não pareciam chateados quando os olhei nos olhos e tentei me explicar. Pelo contrário, eles choravam e se culpavam por não terem sido pais melhores.

Eu não queria que as coisas tivessem chegado aquele ponto. Ver eles pensando aquilo realmente doía.

Estou reecostada na cabeceira da cama assistindo bob esponja. Ontem eu voltei para casa e meus pais não saíram do meu lado. Eu estava me sentindo amada após alguns dias foragida senti falta do cheirinho da mamãe e as piadas do papai.

Valentina acabou confessando que, um dia, eu voltei para casa, mas que ela me ajudou a fugir novamente. Ela ficou de castigo mas logo pesuardi meu pai para que a tirasse dele. Ele cedeu durante algumas insistências e as coisas voltaram a ser como eram antes, exeto os olhares suspeitos, o medo recorrente deu fugir outra vez e as perguntas que eles estavam evitando até então.

- Por que fiz aquilo?
- Quem eram aqueles garotos?
- Como eu sobrevivi?

Seguido de mais perguntas feitas pelos policiais, que vieram ao meu encontro para concluírem a investigação.

- Nos diga onde os encontramos?
- Eles te machucaram?
- O que você fazia naquela estação?

Eu não respondi nenhuma.

⏤ Eu sei que você deve estar assustada,  depois de tudo aquilo é normal ficar traumatizada. ⏤ continua a falar o investigador. Meu pai está na porta com os braços cruzados. Desligo a televisão e me ajeito na cama. ⏤ Lavínia, você pode falar com a gente.

⏤ Vocês estão me sufocando. Quero ficar sozinha. ⏤ respondo-o.

⏤ Filha, não seja rude com o investidor Darson, ele está aqui para te ajudar.

⏤ Não, está tudo bem Sr.Duarte, voltaremos mais tarde. ⏤ o investigador se retira chamando meu pai para conversar no corredor. Levanto da cama sem fazer barulho e coloquei minha cabeça na porta ouvindo. ⏤ Mandarei um dos meus homens ficar de olho na sua filha caso ela tente fugir. Ela pode nos levar para onde esses marginais vivem. Para isso, você precisa dar espaço para que ela se sinta segura de fugir novamente.

⏤ Não vou permitir que minha filha volte pra rua. De jeito algum quero que ela volte para os perigos noturnos de  Salvador. ⏤ ouço meu pai rebater.

⏤ Como havia dito ao senhor, enviarei alguns homens para que a vigiem. Sua filha estará segura eu garanto a você. ⏤ me afasto da porta e volto para a casa. Aquilo não podia estar acontecendo.

Meu pai retornou ao quarto depois de alguns minutos, ele se aproximou de mim e se sentou no pé da cama.

⏤ Eu vou ter que sair. ⏤ fala. ⏤ Mas sua mãe ficará em casa, qualquer coisa a chame. ⏤ balanço a cabeça. ⏤ Amo você, filha. ⏤ ele beija minha cabeça.

⏤ Eu também te amo pai. ⏤ sorrio quando ele se afasta. Meu pai sai do quarto novamente e eu pula da cama e vou até a janela e olho para baixo.

Após alguns segundos, meu pai saiu pelo portão acompanhado do investigador e dos policiais que rondavam a casa. Ergo a cabeça olhando para a janela da casa de Dona Ester, ela estava entre aberta. Se Sem Perna estiver lá, ele será minha salvação.

Procuro por algo que me ajude a atrair a atenção dele caso ele esteja lá. Olho para o meu quarto e vou até a penteadeira. Pego algumas conchas que comprei na orla e volto para a janela e com o braço direito eu miro elas e arremeço na varanda. As três primeiras caíram no quintal, enquanto as outras atigem seu objetivo. Ninguém aparece e já estava penúltima concha.

⏤ Desiste não a ninguém ali além de funcionários que estão cuidando da casa. ⏤ me viro e vejo Rian.

⏤ Rian? ⏤ ele caminha até a janela e olha para fora.

⏤ A Dona Ester viajou tem uma semana com seu marido e o filho.

⏤ Sem Perna viajou? ⏤ indago em choque.

⏤ Sem o que?

⏤ Nada esquece, sabe para onde eles foram?

⏤ Não. ⏤ ele passa por mim e se joga na minha cama. ⏤ Por que o interesse?

⏤ Não é da sua conta.

⏤ Bom é, se ele estiver envolvido no roubo e no seu atentado. ⏤ fala. ⏤ Falando nisso, estou curioso. Aonde você se meteu esse tempo todo e como sobreviveu? ⏤ ando até ele e empurro seu pé sujo da minha cama.

⏤ Papai te mandou aqui?

⏤ Eu vim por conta própria eu juro. ⏤ ele levanta as mãos. ⏤ Por que você ajudou eles Lavínia?

⏤ Vou dizer a mesma coisa que falei para os nossos pais e aos investigadores. Da minha boca não sairá nada do que procuram.

⏤ Papai deveria te dar uma coça por ser tão ingrata. Não entendo como eles agem normal perto de você depois de você ter sido cúmplice em um roubo contra sua própria família. Que tipo de filha faz isso?  ⏤ cerro os punhos.

⏤ Cala boca você não sabe de nada.

⏤ Eu sei que você não vai longe incobertando criminosos que deveriam estar presos. ⏤ dispara.

⏤ Sai do meu quarto. ⏤ aponto para a porta. ⏤ AGORA. ⏤ grito.

Ele sai e eu me sentei no chão chorando. O que eu ia fazer? Se eu for atrás deles estarei os entregando, se eu ficar aqui, eu enlouquecerei. Eu estava perdida. E a voz dele é como um sussurro:

- Eu vou atrás de você.

Mas, naquela altura do campeonato, eu já não acreditava mais naquilo. Pedro havia me deixado, ele tinha mentido.

E se eu disser que agora eu não sei como dar continuidade, gente deixe sugestões de como eu poderia fazer o reecontro da Lavínia com os Capitães de Areia. Isso irá clarear minha mente. Desde já agradeço.

Eai, Rian foi babaca ou ele estava certo de dizer aquelas coisas para Lavínia?

FearlessOnde histórias criam vida. Descubra agora