LOVE DE BANDIDO

46

Lorena💕

Juliane: -vem dançar mulher, tu tá igual uma velha -ela falou puxando minha mão.

Lorena: -ai mona, tô cansada -eu falei fazendo corpo mole.

Juliane: -cansada de quê mulher? Eu grávida tô com mais disposição que tu -ela falou rindo.

Lorena: -pior que é mesmo viu, não consigo acompanhar seu pique, nem com essa barriga desse tamanho tu para quieta -eu falei e ela me olhou debochada.

Juliane: -paro mesmo não. Mas falando nisso, quando você vai dar pra irmãozinho ou uma irmãzinha pra Maya? -ela perguntou e eu me engasguei com o gin que eu tô bebendo.

Lorena: -nunca mulher, só a Maya já serve por 3 -eu falei rindo.

Juliane: -ai mona, vai me dizer que tu não sente saudade de quando tu tava grávida? A barriga, a sensação de comprar as roupinhas, fazer o enxoval, os primeiros dias... -ela falou e eu sorri lembrando de tudo isso.

Lorena: -saudade eu sinto, foi a melhor experiência da minha vida, nunca me senti tão feliz -eu falei quase chorando.

Juliane: -mulher, eu sei que eu não sou ninguém pra me meter na sua vida, mas se eu fosse você eu daria um irmãozinho pra Maya, é horrível ser filha única, e é bom que quando ela crescer e você não tiver mais aqui, ela não vai ficar sozinha no mundo sem família, e ela vai ter um amigo ou amiga pro resto da vida. Por isso que eu tô dando um irmãozinho pro Miguel -ela falou se sentando na minha frente e passou a mão na barriga de 6 meses.

Lorena: -eu sei como é horrível crescer sendo filha única, até porque eu só fui descobrir da Evellyn agora. Mas com você é diferente, você tem um relacionamento estável e saudável, já é uma mulher madura e sabe oque faz. Quando eu engravidei da Maya eu só tinha 18 anos, eu tava na minha fase rebelde e acabei engravidando de um vagabundo desgraçado, e agora eu tô tendo que criar a minha filha sozinha porque eu escolhi um pai de merda pra ela, e eu não quero ter outro filho pra ser mãe solteira de 2 -eu falei desabafando.

Juliane: -ai amiga, não pensa assim. Pensa que um dia você vai encontrar alguém que vai te amar e cuidar de você e da sua filha, e você vai construir uma família linda -ela falou sorrindo pra mim.

Lorena: -não sei se esse tipo de homem ainda existe, é bem raro hoje em dia encontrar um homem que quer uma mulher com filho -eu falei colocando mais gin no meu copo.

Juliane: -mas não vamos perder as esperanças -ela falou e nós rimos.

Juliane: -mulher, se você não se sentir confortável de falar eu vou te entender, mas oque aconteceu com o pai da Maya? Eu sempre tive uma curiosidade em saber -ela falou se ajeitando na cadeira.

Lorena: -tá morto, ele morreu um dia depois que eu contei que tava grávida. Quando eu dei a notícia ele surtou, me bateu, me xingou de piranha pra baixo e ainda falou que o bebê não era dele. Na mesma noite invadiram nossa casa e mataram ele com várias marteladas na cabeça, ele usava muita droga, acho que ele deve ter se metido em algum problema e resolveram calar ele -eu falei sem olhar pra ela.

Juliane: -meu Deus, mas e você? Não fizeram nada com você? -ela perguntou em choque.

Lorena: -me ameaçaram, disseram que se eu gritasse ou contasse pra alguém eles também iriam me matar, e só não fizeram naquele dia porque eu falei que tava grávida e eu implorei pra não fazerem nada comigo. Eles falaram que iam me deixar viva porque eu e o bebê não tínhamos nada a ver com as merdas que ele tinha feito, mas até hoje eu tenho medo de virem atrás de mim e da minha filha -eu menti novamente.

Juliane: -nossa senhora mulher, foi um baita dum livramento né -ela falou e eu concordei.

Ficamos ali conversando mais um pouco até as meninas virem chamar a gente pra dançar.