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Heloísa🎀

Eu sempre fui muito mimada, meus pais sempre me deram tudo do bom e do melhor, mas pra mim não era o suficiente.

Quando eu tinha 14 anos meus pais começaram a brigar muito, todo dia eles arrumavam um motivo diferente pra brigar; ao invés deles se separarem e viverem a vida deles, eles continuariam juntos por puro status. Eles sempre pensaram muito no que as pessoas iriam achar, e por nós sermos ricos seria pior ainda a opinião da alta sociedade.

No meio dessas brigas eles acabavam me deixando muito de lado e não me davam atenção, mas essa atenção e carinho que eu não tinha em casa, eu achei na rua, eu começei a sair escondido, ir pra bailes, beber, fumar, entre outras coisas piores.

Quando meus pais descobriram oque eu fazia eles ficaram putos, quase me mataram. Mas como só oque importava pra eles eram aa aparências, eles falaram que eu podia fazer o que eu quisesse, contanto que eu continuasse na escola, tirando notas boas, não engravidasse e não fosse embora de casa, eles não ligariam; eu óbviamente aceitei esses "termos".

Com 16 anos eu conheci uma menina em um baile que eu fui na VK, a Ingrid, a gente se deu bem logo de cara, eu começei a frequentar bastante a casa dela, as vezes até dormia lá, a gente tocava o terror na favela, e fora da VK também.

Com o tempo a gente se aproximou muito e eu já considerava ela como uma irmã pra mim.

Até que um dia, quando eu tinha 19 anos, resolvi ir em um baile na Rocinha, peguei muita gente nesse dia, mas um deles ficou na minha memória, um moreno de reflexo e fuzil atravessado, o ph. Um tempo depois eu voltei lá e encontrei ele e fiquei ele denovo, depois disso nós começamos a ficar com mais frequência e eu tava até gostando dele.

Mas no carnaval a gente bêbados acabamos transando sem camisinha, a gente achou que não ia dar em nada, mas um tempo depois eu começei a ficar enjoada e com tontura, comprei um teste de gravidez na farmácia e fiz escondido em casa; quando eu vi escrito o positivo no teste eu entrei em pânico, como eu ia contar pra minha mãe e pro meu pai?, como ia ser minha vida dali pra frente?, eu pensei ir morar com o ph, mas eu lembrei que uma vez ele tinha me falado que não queria ter filhos, então fiquei com medo de ele mandar eu abortar, então resolvi não contar pra ele e também não iria contar pra minha mãe.

Lembrei que quando eu fiz 18 anos, por incrível que pareça, meu pai me deu uma casa no meu nome de presente, segundo as palavras dele, as pessoas iam gostar disso🙄.

Minha mãe me obrigou a continuar morando com eles, e disse que era pra falar pras pessoas que eu ainda não tava preparada pra morar sozinha.

Como muitas vezes eu não podia levar ninguém na casa dos meus pais, eu levava pra essa casa na Barra, quando eu brigava com os meus pais eu dormia lá.

Descidi sair da casa deles e ir viver minha vida com meu bebê; mas no dia que eu fui iniciar o meu pré-natal, eu cheguei em casa super feliz, mas quando eu passei pela porta minha mãe tava sentada na sala com uma cara de raiva.

Eu lembro que ela falou que foi procurar alguma coisa na minha gaveta e achou o teste, ela me esculachou, me humilhou e me deu até o final do dia pra sair da casa dela, e falou que se no dia seguinte eu ainda estivesse lá, ela ia fazer eu perder o meu bebê.

Eu tive que me virar nos 30 pra conseguir sair da casa da minha mãe em 12 horas, arrumei um caminhão de mudanças rápido, também tive que dar o meu jeito pra arrumar as minhas coisas.

Com o tempo minha barriga começou a crescer e eu começei a comprar umas coisinhas pro meu bebê, a Ingrid sempre me apoiou muito, eu achei que quando ela descobrisse da minha gravidez ela se afastaria, mas ela fez o contrario, se aproximou mais de mim e foi minha única rede de apoiou, ela me animava e me fazia sair de casa, ia comigo em todas as consultas e tava comigo quando eu descobri que meu bebê era um menino.

Quando meu filho nasceu foi o dia mais feliz da minha vida, a Ingrid que assistiu o parto; quando eu batizei ele, chamei ela pra ser madrinha e ela aceitou sem pensar dua vezes, ela chorar, pulou, gritou.

Mais ou menos um mês depois eu recebi uma ligação do hospital onde eu tive o Théo pedindo pra eu ir lá o mais rápido possível; eu logo fiquei com medo de ser alguma coisa com o meu filho.

Quando eu cheguei lá eles me falaram que durante o parto eu adquiri uma doença muito rara, mas que tinha um tratamento. Começei a fazer esse tal tratamento e segundo os médicos eu tava tendo uma melhora, como os remédios que eu estava tomando eram muito fortes eu tive que parar de dar leite do peito pro Théo, começei a dar leite em pó pra ele.

Uns 6 meses depois eu fui na minha consulta semanal e recebi a pior notícia que uma pessoa pode receber, os médicos falaram que o tratamento não tava funcionando e que eles não tinham mais o que fazer pois essa doença era fatal.

Eu entrei em desespero sem saber oque fazer. Como ia ficar o meu filho? A Ingrid não iria poder ficar com ele porque ela trabalha, minha mãe eu não preciso nem dizer o porque não posso deixar ele com ela; só me restou uma opção, falar com o pai dele.
















Um capítulo pra vocês conhecerem um pouco da história da Heloísa, ficou bem ruizinho mas vai assim msm.

Sei que essa história da doença ficou muita coisa em aberto e tbm deve ter ficado meio difícil de entender, mas eu só precisava de uma desculpa pra ela morrer(spoiler)

Mas enfim, espero q vcs gostem

Beijoss😘

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