LOVE DE BANDIDO

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Evellyn🦋

Terminei de arrumar as coisas do meu novo quarto e me joguei na cama.

Até que eu tô gostando de morar com a Lorena e com a Maya, elas são muito simpáticas e me tratam bem, diferente da minha mãe.

Eu praticamente cresci sem um pai, fui "criada" pela minha mãe que não ligava pra mim. Ela sempre me deixava sozinha em casa desde pequena e ia pra rua e só voltava no outro dia de manhã. Então desde muito nova eu tive que aprender a me virar sozinha e não receber afeto de ninguém.

Mas independente de tudo, minha mãe nunca me bateu ou me ofendeu com palavras, e eu não conseguia deixar de amar ela. Mas tudo isso mudou quando eu tinha 8 anos, minha mãe arrumou um namorado, um drogado maluco.

Ele foi morar com a gente na primeira semana de namoro deles. Um dia minha mãe saiu com uma amiga e me deixou com ele, nesse dia ele abusou de mim, ele fez tudo oque queria de mim, ele me usou como se eu fosse uma mulher, mas eu era só uma criança, eu só tinha 8 anos.

Ele me estrupou e me agrediu, eu implorei pra ele parar, eu chorei, eu gritei por ajuda mas ninguém me ajudou, e ele não parou. Quando ele acabou de fazer tudo oque queria comigo ele simplismente saiu do meu quarto e saiu de casa.

Eu fiquei no meu quarto chorando, sem saber oque fazer, minha mãe não estava ali pra me acolher e meu pai só ia me ver uma vez por ano.

No dia seguinte quando minha mãe chegou eu contei pra ela oque tinha acontecido, e aquela foi a pior decisão da minha vida. Ela me chamou de piranha e disse que ele só fez isso porque eu ficava provocando ele, e que a culpa era minha.

A partir desse dia eu passei a odiar a minha mãe, e confesso que quando ela morreu eu não senti tristeza nenhuma. E eu nunca contei pra ninguém sobre oque aconteceu por medo de me acusarem igual ela fez.

Não me senti sozinha porque isso eu já era, meu pai morreu a alguns anos atrás e eu praticamente não tinha mãe.

Quando eu fui pro abrigo eu achei que eu fosse ficar em um orfanato ate eu fazer 18 anos, porque eu não tinha família aqui. Na minha primeira semana lá eu conheci a Emanuelle, ela perdeu os pais em acidente de avião. Enquanto eles voltavam de uma reunião de negócios o avião deles caiu.

Ela se aproximou de mim e eu gostei dela logo de cara, a gente sempre estava juntas, eu me apeguei muito nela em apenas 3 semanas.

[...]

Acordei com o despertador tocando e levantei indo pro banheiro do quarto. Tomei um banho rápido sem molhar o cabelo, vesti meu uniforme e conferi minha mochila.

Desci pra sala e deixei minha mochila no sofá, fui pra cozinha e peguei uma maçã pra não sair de barriga vazia.

Depois de comer e escovar meus dentes eu saí de casa descendo o morro. Ontem eu conversei com a Lorena sobre qual ônibus eu tenho que pegar.

Quando cheguei no ponto tinha um menino com uma garotinha no colo, ele parecia estar indo pra escola também. Sentei do lado dele e fiquei mechendo no celular enquanto esperava o ônibus.

Xxx: -oi -a garotinha falou comigo depois de um tempo.

Evellyn: -oi -eu falei dando um sorriso pra ela que riu banguela.

Xxx: -cal é cheu nome? -ela perguntou embolado, já que ela ainda não fava direito.

Evellyn: -meu nome é Evellyn, e o seu? -eu perguntei desligando o celular e deixei o mesmo no meu colo.

Xxx: -meu nome é Maitê -ela falou e eu concordei com a cabeça.

Evellyn: -que nome lindo -eu falei com ela que riu.