"motivo plausível"

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Ekko caminhava pelas ruas de Zaun, o peso das palavras trocadas com Vi ainda ressoando em sua mente. Ele sabia que ela não entenderia, não agora. Havia algo em seus olhos, uma dor profunda que ele sabia reconhecer. Vi tinha a sua verdade, mas Ekko tinha a dele. E esse caminho não o levaria até Jinx.

Quando chegou à sua casa, Ekko hesitou por um momento diante da porta. Ele sabia que Jinx talvez não reagiria bem ao que ele a falaria. Ela provavelmente estava ao lado de seus brinquedos destrutivos ou de seus livros indecentes, como sempre. Mas hoje seria diferente. Ele não sabia exatamente como, mas sentia que a conversa que precisaria ter com ela seria mais difícil do que qualquer outra.

Ao abrir a porta, o som de estilhaços e risadas maníacas preenchia o ambiente. Jinx estava ali, como sempre, entre as pilhas de metal e sucata, seus olhos brilhando com uma loucura peculiar que só ela podia ter.

— Ei, Jinx, preciso ter uma conversa com você. — Ekko fechou a porta atrás de si, a observando com um olhar preocupado.

Jinx virou-se lentamente, o sorriso irreconhecível no rosto, uma mistura de inocência e caos. Ela segurava uma de suas bombas, quase brincando com ela, como se fosse uma simples bola. Quando seus olhos se encontraram, algo no ar se transformou. Era como se Ekko sentisse a tensão, o abismo que se criava entre eles a cada segundo.

— O que foi, Ekko? — Ela balançou a bomba entre os dedos com uma risada nervosa. — o gato comeu sua língua? Fala logo, está me deixando curiosa.

Ekko respirou fundo, sabendo que não poderia mentir para ela. Não agora.

— Vi… Vi esteve aqui. Eu e a vi conversamos. Ela pediu pra conversar com você,mas não vou trazê-la até você. Não agora.

A expressão de Jinx se transformou, seus olhos se estreitaram e a risada parou abruptamente. Ela abaixou a bomba, colocando-a suavemente em cima da mesa de trabalho. Um silêncio pesado caiu sobre o lugar, antes que ela, com uma calma estranha, falasse.

— Ela acha que eu sou uma ameaça para você, é isso? — Jinx deu um passo à frente, seu tom de voz mais suave, mas com uma tensão crescente. — Sempre me enxergaram assim… achando que sou o problema. Mas, Ekko, acho que já me acostumei.

Ele deu um passo em direção a ela, os olhos fixos nos dela, sentindo o peso das palavras que estava prestes a ouvir.

— Jinx… você não sabe o que está fazendo. Não entende o que você ocasionou a pessoas inocentes. Não entende o que você fez até hoje. — Ekko sabia que estava sendo duro, mas era necessário.

Jinx soltou um suspiro baixo, quase como se estivesse cansada. Ela olhou para o chão, e por um momento, Ekko viu um brilho de vulnerabilidade nos olhos dela. Algo que ela raramente deixava escapar.

— Eu entendo mais do que você imagina, Ekko. — Ela disse com voz calma, mas cheia de dor. — Eu fiz coisas. Coisas horríveis. Mas você não sabe a razão. Você nunca soube.

Ekko franziu a testa, seu coração apertando. Ele se aproximou mais dela, sem saber o que dizer. Ele queria entender, mas ao mesmo tempo, temia o que ouviria.

Jinx começou a andar pela sala, passando os dedos pelas máquinas e artefatos espalhados, como se procurasse palavras.

— Sabe, Ekko… Vi me traiu. — Ela parou de repente, encarando-o com os olhos agora cheios de raiva e tristeza. — Quando precisávamos dela, ela não estava lá. Ela se afastou. Me abandonou. Trocou sua própria dignidade por uma defensora. E eu… eu não sei mais como confiar nela.

O silêncio pairou entre os dois, pesado e angustiante. Ekko podia sentir a dor dela, uma dor que ela nunca havia compartilhado com ele, mas que ele agora podia ver claramente em seu rosto.

— Jinx, você não pode carregar isso sozinha. Eu… eu não sei o que aconteceu entre você duas, mas você precisa de alguém em quem confiar. E eu sou esse alguém. Sempre fui, não importa o que tenha acontecido.

Ela olhou para ele, seu olhar suavizando um pouco, como se as palavras dele ainda estivessem procurando um caminho dentro dela. Ela se aproximou de Ekko, seus olhos ainda um pouco tristes, mas com uma chama de esperança ali, algo que ele nunca imaginou ver naqueles olhos.

— Eu não sei se posso confiar em mais ninguém, Ekko… Mas talvez, só talvez, eu  confie em você. Mesmo que eu tenha feito coisas que não posso apagar.

Ele colocou a mão em seu ombro, um gesto simples, mas cheio de significado.

— Nós dois temos nossas cicatrizes, Jinx. Mas tenho certeza que podemos tentar superar elas. Não importa o que aconteceu, sempre vou estar aqui. E nada vai mudar isso.

Jinx olhou para ele, os olhos agora mais serenos, e pela primeira vez, Ekko sentiu que ela estava ouvindo, verdadeiramente ouvindo. Talvez fosse um começo. E, por mais difícil que fosse, ele sabia que aquele era o caminho que ele precisava seguir.

Ele iria até o fim por ela, não deixaria ela cair na mão de alguém mais uma vez. Da última vez quando tentou salvar ela das mãos de silco, não teve sucesso algum e isso não se iria se repetir

—Jinx, eu preciso que você me fale o que você fez pra estar sendo procurada em níveis estremos, talvez a gente possa arrumar uma solução.

— é terrível, mas eu nem sei exatamente o por que disso, fiz muitas coisas antes que chegavam a ser pior e nunca me ocorreu isso.

—pode não ser tão ruim, mas eu preciso que me fale. Por favor.

—eu explodi o conselho de piltover — no momento em que isso saiu da boca dela, ekko não pode disfarçar a expressão de apavoro que estava.

—É um motivo plausível, você tem noção se isso causou alguma morte?

—sinceramente eu nem ligo se matou alguém, mas se vi tá atrás de mim é bem provável que ela esteja do lado da caitlyn.

Ekko não soltou mais nenhuma palavra, decidiu que não iria levar vi até Jinx. Por não ter noção da gravidade do problema.



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