Ecos do passado- timebomb

"Quase"

Ekko abriu os olhos devagar, sentindo o calor da manhã que se esgueirava pela janela. Ao seu lado, Jinx ainda dormia profundamente, os cabelos coloridos espalhados pelo travesseiro, os traços serenos,um raro momento. Ele não conseguia evitar um sorriso ao observá-la. Era quase surreal vê-la assim, tão diferente da Jinx de quem o mundo falava, a impetuosa e caótica garota que não parava um segundo. Ali, naquele instante,ela era só...

Movendo-se devagar para não despertá-la, ele se espreguiçou e, com um gesto cuidadoso, afastou uma mecha de cabelo do rosto dela. Mas, como se sentisse o toque, Jinx abriu um dos olhos e o encarou com uma mistura de sono e curiosidade.

– Ei – disse ela, com a voz rouca de quem acabou de acordar. – Tá me olhando por quê? É tão difícil me ver de cabelo solto que você tem que ficar me admirando assim? – provocou com um sorriso divertido.

Ekko riu, dando de ombros.

– Talvez seja. Eu que não vou te contar – respondeu, ainda sorrindo, enquanto ela revirava os olhos de maneira brincalhona.

– Acho bom – respondeu ela, virando-se para apoiá-lo, aconchegando-se um pouco mais perto dele. – Que horas são?

Ele deu uma rápida olhada no relógio em cima do criado mudo e fez um gesto vago com a mão.

– Ainda cedo. Ninguém tá esperando nada da gente hoje. Bom eu acho.

– Então... a gente pode só... ficar aqui? – Jinx perguntou, quase envergonhada. Ela se esforçava para fazer a pergunta soar casual, mas Ekko sabia o quanto aquilo era raro para ela, uma pessoa que vivia em uma constante pressa e agitação.

– Pode, sim. Que tal só... aproveitar o dia juntos? Quem sabe fazer coisas que um casal faria?

Jinx franziu o cenho, uma expressão de leve confusão.

– Coisa de casal? Tipo... o quê?

Ekko sorriu.

– Coisas normais. Cozinhar juntos, assistir alguma coisa, brigar sobre quem vai lavar a louça... essas coisas – disse, como se estivesse explicando algo muito complexo.

Jinx riu, levantando-se de repente e espreguiçando-se.

– Eu quero ver se isso vai dar certo! Então o que vamos fazer primeiro?

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Na cozinha, os dois começaram a aventura de preparar algo para o café da manhã. Ele sugeriu panquecas, achando que seria simples, mas logo ficou claro que "simples" não era um conceito que Jinx realmente entendia.

– Ok, o que é pra fazer com isso aqui? – ela perguntou, segurando a batedeira como se fosse uma granada.

Ekko soltou uma risada.

– Calma aí, Jinx! Você tem que misturar os ingredientes devagar...

Ela fez uma careta e começou a mexer a batedeira sem muita habilidade, enquanto farinha voava por todos os lados. O riso deles preenchia o espaço, e mesmo que o café da manhã tivesse se tornado um verdadeiro caos culinário, nenhum dos dois se importava.

Mais tarde, sentados no sofá com pratos desajeitadamente montados, eles comeram entre risadas e provocações, e quando Ekko sugeriu assistir algo, Jinx hesitou por um segundo.

– Eu... não sei se sou muito boa em ficar concentrada  – admitiu ela, desviando o olhar.

– Relaxe, você não precisa ficar. É só sentar e ficar um pouco comigo. É só isso. – Ele a puxou para mais perto, passando o braço ao redor dela.

A tarde foi preenchida com pequenos gestos e risadas. Eles discutiram sobre qual série escolher, provocando-se sobre suas preferências, e acabaram optando por um filme de suspense exagerado que acabou agradando a ambos. Durante o filme, Ekko segurava a mão dela, e Jinx, meio sem jeito, não a soltou.