Ecos do passado- timebomb

"Totalmente Grávida"

Os minutos pareceram horas enquanto Ekko e Jinx aguardavam o retorno de Heimerdinger. O laboratório, antes cheio de curiosidade e movimento, agora parecia frio e opressor. Jinx continuava inquieta, e Ekko permanecia ao seu lado, tentando manter a calma para ambos.

Finalmente, a porta se abriu, e Heimerdinger entrou segurando uma prancheta com anotações. Ele ajustou os óculos e olhou para os dois, sua expressão mais séria do que o habitual.

— Bem, Ekko, Jinx... — começou ele, sua voz carregada de um tom que imediatamente fez os dois prenderem a respiração. — Os resultados são claros. Jinx, você está totalmente grávida.

O silêncio que seguiu foi quase ensurdecedor. Jinx arregalou os olhos, piscando rapidamente como se não tivesse entendido as palavras.

— O quê? — ela conseguiu murmurar, a voz fraca.

Ekko, por outro lado, sentiu o mundo girar por um momento. Ele abriu a boca para dizer algo, mas nada saiu. As palavras de Heimerdinger ecoavam em sua mente como um sino incessante: "totalmente grávida."

Heimerdinger, percebendo a reação deles, continuou.

— Imagino que isso seja um choque, mas a saúde de Jinx e do bebê parece boa até agora. Claro, precisaremos acompanhar para garantir que tudo corra bem. Eu recomendo um médico especializado para guiá-los nesse processo.

Jinx ainda não conseguia dizer nada. Sua mente estava uma confusão de pensamentos, e o peso da notícia parecia esmagador.

Ekko, mesmo abalado, conseguiu balançar a cabeça em agradecimento.

— Obrigado, professor... nós vamos cuidar disso.

Com passos automáticos, os dois saíram do laboratório. A caminhada de volta para casa foi envolta em um silêncio absoluto. As ruas de Zaun pareciam mais vazias do que o normal, ou talvez fosse apenas a percepção deles, agora tão perdidos em seus próprios pensamentos.

Jinx apertava as mãos, os dedos inquietos, enquanto sua mente repetia incessantemente: Grávida. Eu estou grávida. Ela mal conseguia acreditar. A ideia de um bebê, de carregar uma vida dentro de si, era algo que nunca havia passado por sua cabeça.

Ekko estava igualmente perdido em pensamentos. Embora ele já tivesse considerado a possibilidade, ouvir a confirmação era outra coisa completamente diferente. Ele pensava em responsabilidades, em como sustentariam um bebê, em como apoiariam Jinx.

Quando chegaram em casa, ambos sentaram-se no sofá, ainda em silêncio. Jinx finalmente quebrou o momento, soltando um riso nervoso e sem humor.

— Totalmente grávida, hein? — disse ela, mais para si mesma do que para Ekko.

Ekko olhou para ela, tentando encontrar as palavras certas, mas tudo o que conseguiu fazer foi segurar a mão dela.

— A gente vai dar um jeito, Faísca — disse ele, a voz baixa mas firme.

Jinx olhou para ele, os olhos cheios de emoções conflitantes. Ela sabia que Ekko estava sendo sincero, mas isso não aliviava a confusão que sentia. Apenas suspirou e encostou a cabeça no ombro dele, enquanto ambos tentavam processar o fato de que suas vidas agora tinha um propósito mais importante.

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A manhã seguinte chegou lentamente, trazendo consigo a realidade que Ekko e Jinx ainda estavam digerindo. Ekko, como sempre, foi o primeiro a acordar. Em vez de ir direto para a cozinha, ficou sentado na cama, observando Jinx dormir. Ela parecia tranquila, mas ele sabia que, por dentro, ela devia estar tão confusa quanto ele.

Quando ela finalmente abriu os olhos, encontrou Ekko sentado ao seu lado, o olhar cheio de preocupação e ternura.

— Tá me olhando assim por quê? — perguntou ela, a voz rouca de sono.

Ekko deu um pequeno sorriso e passou a mão pelos cabelos bagunçados dela.

— Porque tenho algo pra te dizer — respondeu ele.

Jinx sentou-se devagar, olhando para ele com curiosidade e uma ponta de cautela.

— Lá vem. Fala logo, antes que eu ache que você tá planejando algo bizarro.

Ekko respirou fundo, buscando as palavras certas.

— Jinx, eu... — começou, hesitando por um momento. — Eu quero que você saiba que a partir de agora vou triplicar os cuidados com você. Não quero que você se sinta sozinha ou sobrecarregada com nada disso.

Ela arqueou uma sobrancelha, desconfiada, mas deixou que ele continuasse.

— Isso significa que vou fazer o possível pra estar aqui o tempo todo. Não quero sair, não quero te deixar sozinha, nem por um segundo. Você e... — ele hesitou, mas logo disse — ...o bebê são tudo o que importa pra mim agora.

Jinx piscou, claramente surpresa. O olhar confiante de Ekko era algo que ela conhecia bem, mas a ideia de ser cuidada daquela forma era uma novidade.

— Ekko, você tá exagerando — disse ela, tentando esconder a sensação estranha que aquelas palavras provocavam. — Eu sei me virar, sempre soube.

Ele riu baixinho e balançou a cabeça.

— Eu sei que sabe. Você é a pessoa mais forte que eu conheço. Mas isso aqui... — Ele apontou suavemente para a barriga dela. — Isso muda tudo. Não é só sobre você agora, ou sobre mim. É sobre nós três.

Jinx ficou em silêncio, processando aquelas palavras. Ela nunca fora alguém que gostava de ser protegida ou mimada, mas, de alguma forma, ouvir Ekko dizer que se importava tanto a fazia sentir algo diferente. Algo quente e confortável, como se, pela primeira vez em muito tempo, ela tivesse um lar de verdade.

— Tá... se é tão importante assim pra você, faz o que quiser — respondeu ela, desviando o olhar enquanto um pequeno sorriso surgia em seus lábios.

Ekko notou aquele sorriso, mesmo que ela tentasse escondê-lo, e sentiu-se aliviado.

— Bom, já que você deixou, vou começar agora mesmo. — Ele se levantou, estendendo a mão para ela. — Vamos tomar café.

Jinx segurou a mão dele, ainda tentando não mostrar o quanto estava feliz com aquela conversa. Sentia-se estranha, sim, mas também confortada. Pela primeira vez, a ideia de não enfrentar tudo sozinha parecia menos assustadora.

Enquanto caminhavam juntos até a cozinha, ela olhou de relance para Ekko, percebendo que, apesar do medo e das dúvidas, talvez, só talvez, ela estivesse pronta para encarar tudo isso ao lado dele. Mas só talvez.

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