Ekko acordou com a luz fria da manhã entrando pelas frestas da janela. O calor ao seu lado vinha do corpo de Jinx, ainda adormecida, enroscada nele de uma forma que era ao mesmo tempo intensa e tranquila. Com o tempo, tinham se acostumado à presença um do outro; agora, todas as manhãs começavam assim, e todas as noites pareciam terminar do mesmo jeito, com eles se entrelaçando até adormecerem.
Ele se espreguiçou devagar para não acordá-la, soltando-se dela com cuidado antes de se levantar. Observou-a por um momento, notando a forma como a expressão dela, sempre tão inquieta e provocativa, se suavizava enquanto dormia. Ele sabia que o relacionamento deles não tinha um rótulo oficial, mas era o mais próximo de algo "sério" que já tinha experimentado. Talvez mais sério do que qualquer um dos dois admitiria, até para si mesmos.
Depois de preparar um café forte e se arrumar, Ekko se inclinou sobre Jinx para deixar um beijo suave na testa dela antes de sair. Ela abriu os olhos, ainda meio sonolenta, e deu um sorriso preguiçoso. Ele riu baixo, se despediu, e saiu.
Pelas ruas movimentadas de Zaun, seguindo o caminho até o seu destino fora da sociedade que liderava.
No meio do trajeto, ele encontrou Vi. Ela estava de braços cruzados, encostada em uma parede, como se estivesse esperando por ele.
— E aí, Ekko — ela cumprimentou com um sorriso meio travesso. — Tem um tempo pra conversar?
Ekko sorriu, sabendo que Vi sempre tinha algo importante em mente quando o procurava.
— Claro, Vi. Sobre o que você quer falar?
Ela começou perguntando sobre a sociedade que Ekko havia formado em Zaun, interessada em saber como ele estava lidando com as questões políticas e os desafios constantes de liderar um movimento de resistência. Vi parecia genuinamente interessada no trabalho que ele estava fazendo, e Ekko não poupou detalhes sobre o esforço de tentar unir pessoas tão diferentes sob uma mesma causa. Era uma tarefa árdua, mas ele acreditava que estavam fazendo a diferença.
Depois de alguns minutos de conversa sobre isso, Vi mudou o tom e ergueu uma sobrancelha, um brilho curioso nos olhos.
— Então... e Jinx? Vocês dois, hum... estão realmente juntos?
Ekko deu uma risada curta, tentando disfarçar o leve desconforto.
— Ah... é complicado, sabe? Estamos juntos, mas não somos exatamente... sei lá, um casal oficial. A coisa acontece, entende?
Vi o olhou com uma expressão quase divertida, mas logo ficou séria.
— E ela? Não é... agressiva demais pra você? Digo, ela é procurada por todo mundo, vive em conflito com todo mundo. Não imaginei que minha irmã iria... namorar alguém, ainda mais sendo você.
O tom de Vi não era maldoso, mas Ekko entendeu a preocupação por trás da pergunta. Ele suspirou, passando a mão pela nuca.
— Olha, Jinx tem o jeito dela, mas... ela é diferente quando está comigo, sabe? É como se ela pudesse... respirar. Eu acho que entendo o que ela passa, e sei o que estamos fazendo não é... tradicional. Mas eu gosto dela, Vi. E gosto de como ela é, mesmo com as loucuras.
Vi observou Ekko por um momento, como se estivesse tentando ver através dele. Depois, balançou a cabeça, sorrindo um pouco.
— Bom, só não deixa que ela arraste você pro caos completo, tá? Se der certo, quem sabe não sou eu que vou ter que aceitar a ideia de vocês dois. Mas toma cuidado, Ekko. Ela tem um jeito de... se perder.
Ekko assentiu, entendendo o aviso. Ele sabia que o relacionamento com Jinx era complicado, mas também sabia que, de algum modo, ambos estavam tentando achar algum equilíbrio. E mesmo que isso fosse difícil de explicar para os outros e talvez até para eles mesmos, o que tinham era algo que ele não estava disposto a abandonar.
Enquanto voltava para casa, Ekko não conseguia tirar da cabeça a conversa com Vi. Não era raro conversar com ela mas era raro eles falarem sobre algo tão pessoal. E o fato de ela ter levantado o assunto, ainda mais sobre ele e Jinx, o deixava intrigado. Claro, Vi sempre tinha sido protetora com a irmã, e talvez até receosa sobre as companhias dela, mas havia algo a mais na maneira como ela falara. Ela parecia estar medindo cada palavra, como se houvesse uma preocupação que ia além da mera curiosidade de irmã.
“Será que ela tá só tentando entender a dinâmica? Ou tem alguma coisa que ela não me contou?” Ele pensava enquanto desviava dos transeuntes pelas vielas de Zaun. “Talvez Vi se preocupe que Jinx se machuque ou se perca... Ou talvez seja porque nós somos tão diferentes. Ou... será que ela sabe algo que eu não sei?”
Esse pensamento o deixou inquieto. Ekko sabia que, na relação dele com Jinx, havia perigos. Jinx carregava uma dor que ia além do que ele poderia alcançar. Mesmo entre beijos e risos, ele sentia a sombra do passado dela, das dores que a tornaram a pessoa imprevisível e explosiva que era. E, embora ele nunca tivesse admitido a ninguém ,talvez nem para si mesmo, Ekko tinha uma sensação persistente de que a relação deles poderia ter um preço.
Mas o que ele ainda não compreendia era o que Vi achava de tudo aquilo. Será que ela realmente tinha algo contra? Ou talvez... algo tinha a ver com ela estar sendo procurada? Vi não estaria novamente trabalhando com o povo de piltover? Uma possibilidade que ele não conseguia afastar era que Vi poderia estar preocupada em prender Jinx, a tirar dele, algo que estava relacionado ao passado ou até mesmo ao futuro de Jinx. Afinal, Vi conhecia Jinx como ninguém, ou pelo menos conhecia.
Esses pensamentos o acompanharam enquanto ele passava pelas ruas frias e escuras de Zaun, e, quando finalmente chegou à sua casa, a primeira coisa que viu foi Jinx, jogada no sofá, com um olhar entediado que logo se iluminou ao vê-lo. Ela abriu um sorriso travesso, puxando-o pela mão antes mesmo que ele pudesse dizer qualquer coisa.
Por um momento, enquanto ela o abraçava, ele se perguntou se algum dia poderia entender completamente o que Vi temia. E, no fundo, ele sabia que o medo de Vi talvez fosse o seu próprio também ,o medo de que, no final, ele não pudesse salvar Jinx do que quer que estivesse destinada.
Mas, ao olhar para o rosto dela, Ekko sentiu que qualquer que fosse o mistério entre eles, ele estava disposto a descobrir e no fundo desejava muito descobrir.
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Eu vi alguma pessoas comentando, vocês gostariam que nessa fanfic os dois tivessem um filho?
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Ecos do passado- timebomb
FanfictionJinx e ekko se distanciaram drasticamente após Jinx se juntar com silco, porém depois de anos eles se reencontram e percebem como tudo mudou, distinta a descobrir sobre o novo Ekko, Jinx acaba morando por um tempo com ele, e acaba descobrindo sobre...