"exame de sangue"

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O sol mal havia surgido quando Ekko se levantou. Ele não havia dormido tão bem quanto gostaria,a noite anterior fora cheia de pensamentos e preocupações que insistiam em acompanhá-lo. Ainda assim, era um novo dia, e ele sabia que precisava agir.

Na cozinha, Ekko começou sua rotina habitual. Preparou seu café preto, o aroma preenchendo o ar e trazendo um pouco de conforto para a mente inquieta. Sentou-se à mesa, esperando Jinx aparecer como fazia todas as manhãs, mas os minutos se passaram e nada.

Estranhando a ausência dela, ele terminou seu café rapidamente e decidiu preparar algo para ela também. Pegou uma caneca e encheu com leite quente, colocando um bom tanto de açúcar para adoçar, do jeito que sabia que ela tomava. Depois, preparou algumas fatias de pão com manteiga e um pouco de geleia. Tudo simples, mas feito com o cuidado que ele sempre tinha ao pensar nela.

Com o café pronto, foi até o quarto onde Jinx ainda estava deitada. Ao abrir a porta, encontrou-a enrolada nos lençóis, os cabelos bagunçados cobrindo parte de seu rosto.

— Ei, Jinx — chamou ele suavemente, aproximando-se da cama. — Hora de acordar.

Jinx murmurou algo incompreensível e virou-se para o outro lado, claramente ainda sonolenta. Ekko sorriu de leve, apesar da preocupação que carregava.

— Eu preparei um café pra você — disse, insistindo com um tom mais carinhoso. — Vemo, você precisa comer.

Com um esforço visível, Jinx abriu os olhos e sentou-se na cama, esfregando o rosto com as mãos.

— Tá, tá, já tô indo — resmungou, sua voz ainda arrastada.

Ekko estendeu a mão, e ela segurou-a enquanto se levantava lentamente. Ainda parecendo meio grogue, ela seguiu-o até a cozinha, onde a comida estava esperando. Sentou-se à mesa e começou a tomar o leite e comer o pão, sem dizer muito.

Ekko observava-a em silêncio, analisando cada pequeno movimento. Apesar de ainda parecer cansada, ela parecia estar um pouco mais animada do que nos dias anteriores, e isso lhe deu um pouco de alívio.

Quando ela terminou, Ekko se levantou e pegou as chaves.

— Vamos? — perguntou ele, a voz calma, mas séria.

Jinx olhou para ele por um momento, como se hesitasse, mas então suspirou e assentiu.

— Tá, vamos logo acabar com isso.

Os dois saíram juntos pela porta, caminhando pelas ruas estreitas de Zaun com destino ao sábio yordle.

O laboratório de Heimerdinger era uma mistura de ordem e caos, com ferramentas, tubos de ensaio e pergaminhos espalhados de maneira que só alguém como ele poderia entender. O cheiro característico de produtos químicos e máquinas em funcionamento era quase opressor, mas Jinx e Ekko não se deixaram distrair.

Heimerdinger, com seu olhar sábio e expressão atenta, observava os dois enquanto Ekko falava da situação.

— Então, professor... viemos para ter certeza. Jinx tem passado mal, está mais cansada que o normal, e... bem, algumas coisas apontam para a possibilidade que você falou. — Ekko hesitou, lançando um olhar para Jinx antes de continuar. — Pode fazer algo para confirmar isso?

Heimerdinger ajustou seus óculos, pensativo. Ele analisou brevemente Jinx, que estava encostada na parede, os braços cruzados e o semblante tenso.

— Hm— murmurou ele. — Pelos sintomas que vocês descreveram, é uma hipótese bastante plausível. Mas, para termos certeza, precisamos de um exame mais específico. Um exame de sangue deve ser o suficiente.

Jinx, que até então estava calada, ergueu uma sobrancelha.

— Exame de sangue? Sério? Vai me furar com aquelas agulhas? — perguntou, com um tom mais defensivo do que o necessário.

Ekko lançou-lhe um olhar compreensivo e deu um passo à frente.

— Vai ser rápido. Só assim a gente tira essa dúvida.

Ela bufou, mas acabou cedendo, rolando os olhos dramaticamente.

— Tá, tá. Mas que fique claro, não gosto disso.

Heimerdinger preparou o material e, em poucos minutos, retirou uma amostra de sangue de Jinx com precisão. Ela olhou para o outro lado durante o processo, fazendo uma careta, mas não reclamou muito.

— Muito bem, agora só preciso de alguns minutos para analisar o sangue. Fiquem à vontade enquanto isso. — E com isso, Heimerdinger saiu da sala, deixando os dois sozinhos.

O silêncio que se instalou era quase palpável. Ekko estava sentado em uma cadeira, os cotovelos apoiados nos joelhos, olhando para o chão enquanto processava tudo. Jinx, por outro lado, começou a andar de um lado para o outro, inquieta.

Ela mordeu o lábio, sentindo o peito apertar. A ideia de estar grávida, que antes parecia algo distante e até meio irreal, agora começava a tomar forma em sua mente.

— Ekko... — disse ela de repente, a voz um pouco mais baixa, hesitante.

Ele ergueu a cabeça e olhou para ela, os olhos cheios de preocupação.

— O que foi?

— E se... e se for verdade? — Ela parou de andar e olhou para ele, os braços caindo ao lado do corpo. — Eu nem sei como é ser mãe. Eu... — Ela hesitou, buscando as palavras. — Eu nem sei se consigo cuidar de mim direito, imagina de um bebê?

Ekko se levantou e foi até ela, colocando as mãos em seus ombros.

— Jinx, olha pra mim. — A voz dele era firme, mas cheia de ternura. — Eu sei que isso é assustador, e é muita coisa pra processar de uma vez. Mas, se for verdade, a gente vai encarar isso juntos. Você não tá sozinha, tá?

Ela o olhou nos olhos, tentando encontrar alguma segurança no olhar dele, mas ainda parecia aterrorizada.

— Eu não sei, Ekko... — sussurrou, balançando a cabeça. — Eu tô com medo.

Ekko suspirou, puxando-a para um abraço.

— Eu também tô, Jinx. Mas a gente vai dar um jeito. Sempre damos.

O silêncio voltou a preencher o espaço, mas dessa vez era carregado de uma tensão diferente. Ambos aguardavam ansiosamente pela volta de Heimerdinger, cada um lidando com o peso daquela possibilidade à sua maneira.

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Gente o dia que essa fic acabar eu vou lançar outra deles, é pq eu acho que mais de 40 capítulos fica muito grande aí queria acabar Jajá.

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