If Them's The Rules

Melania Black

1939

Harry estava ocupado fazendo o café da manhã quando a coruja chegou.

'Eu me pergunto se é do ministério', ele pensou, abrindo a janela. A única outra opção que lhe ocorreu foi, bem, qualquer um do novo grupo de amigos de Tom. Merlin, só de pensar em como o garoto estava se socializando com pessoas de sua idade, Harry ficava ridiculamente feliz e orgulhoso. Ele levou Tom ao Beco Diagonal alguns dias antes para ver esses amigos e, pelo que Harry observou, todos pareciam ser bons.

Ele havia dado a Tom alguns galeões e permitido que ele andasse livremente com seus amigos. Mais tarde, ao ver as crianças se unirem em torno das coisas que haviam comprado, fez Harry se perguntar se a falta de dinheiro impediu Tom de se conectar com as pessoas na primeira vez... se ele se distanciou na esperança de que ninguém se incomodasse em questioná-lo sobre dinheiro, ou colocá-lo em uma situação que o forçaria a admitir que não tinha nenhum. Com a personalidade orgulhosa de Tom, era muito provável que ele fosse bastante sensível quando se tratava de todos os tipos de desvantagens que ele tinha enquanto crescia.

Atualmente, o menino estava lendo a última edição do Global Galleons, ocasionalmente contando a Harry sobre as políticas fiscais ou o que quer que alguns partidos estivessem propondo, e quão terríveis elas eram. Harry não tinha certeza se era isso que Tom queria dizer — tudo parecia completamente estranho para ele e uma parte dele se perguntava se a falta de bom senso que a maioria dos bruxos parecia sofrer vinha da falta geral de educação quando se tratava de qualquer coisa que não fosse mágica.

Hermione já havia reclamado sobre isso, há muito tempo, mas Harry não tinha prestado muita atenção ao discurso naquela época. Agora, no entanto, ele sentia que conseguia entender muito mais a frustração dela. Por que a matemática não foi ensinada junto com a Aritmancia? Por que a História Trouxa não foi ensinada junto com a História Mágica, considerando que alguns dos incidentes mais formativos da história humana foram completamente desprovidos de magia. Por que eles aprenderam a aparatar antes de ensinar geografia aos alunos ou pelo menos a ler mapas?

A pequena coruja que tinha voado soltou um pio alto, assustando Harry para fora de seus pensamentos. O pássaro deixou cair um pedaço de pergaminho no balcão à sua frente antes de se acomodar na mesa próxima. Tom ergueu os olhos de sua revista, olhou para a coruja com uma carranca no rosto por alguns momentos silenciosos, antes de espantar o pássaro e voltar a ler o que quer que tenha despertado seu interesse. Harry suspirou e pegou a carta para lê-la.

“Sr. Riddle”, a carta começava, cada palavra escrita com uma bela caligrafia que era completamente desconhecida para Harry.

"Eu sou Melania Black, esposa de Arcturus Black.

Como estou com pouco tempo e energia, não vou desperdiçar seu tempo com formalidades desnecessárias. Chegou ao meu conhecimento que meu marido está, talvez, sendo um incômodo para você. Não tenho certeza do quanto ele lhe contou até agora, mas há assuntos importantes que você precisa saber antes mesmo de pensar em passar um tempo com ele.

Ficaria muito feliz se você aceitasse meu convite para um brunch..."

O restante da curta carta consistia principalmente no horário e local precisos, com algumas linhas de como Black não estava aprontando nada. Era, no geral, uma carta bem estranha. Não estranha o suficiente para Harry descartá-la, no entanto. O lugar que Lady Black havia sugerido era público, e ela não parecia o tipo de atacar alguém com testemunhas por perto. Além disso... talvez fosse melhor assim. Ele preferia encontrá-la em público e ouvir o que ela tinha a dizer, do que correr o risco de ser encurralado em algum lugar em circunstâncias menos neutras.