If Them's The Rules

The Man Out of Nowhere

O apartamento era pequeno, apertado e sombrio. A fechadura da porta da frente precisava de um empurrão antes de girar a chave para ser destrancada, e as dobradiças fizeram um barulho terrível quando Harry finalmente abriu a porta. A senhoria foi rápida em sair, presumivelmente para evitar responder a quaisquer perguntas possíveis. Entrando mais em sua nova casa, Harry não podia exatamente culpá-la.

O lugar não era arejado ou limpo adequadamente há um bom tempo, isso era óbvio. A entrada estreita levava diretamente a uma cozinha com várias prateleiras, uma lareira, um armário espaçoso e um forno que parecia ser mantido unido pela pura força de vontade da mulher que não queria comprar um substituto. A porta para o quarto mal mobiliado não tinha uma porta de verdade, e o banheiro minúsculo precisaria de muito mais do que uma rodada de feitiços de limpeza para ser utilizável.

‘Bem, isso não é incrível,’ Harry pensou, suspirando profundamente. Não é de se espantar que a Sra. Millington estivesse alugando por um preço tão baixo. ‘Eu me pergunto se Riddle — Tom, tenho que começar a chamá-lo assim — escolherá isso em vez do orfanato.’ Harry não sabia — e não queria pensar — no que faria se Tom rejeitasse sua oferta de adoção. Não era como se ele pudesse se dar ao luxo de deixar o garoto ser assim. Ele cresceria como Voldemort novamente, com certeza!

Com um pouco de magia, ele certamente poderia fazer até mesmo deste apartamento um lugar agradável e decente para se viver.

O tempo frio fez com que consertar as janelas e o aquecimento fossem prioridades. Depois disso, haveria muito trabalho a fazer no banheiro. Determinado a fazer o máximo possível antes do anoitecer, Harry sacou sua varinha e começou a trabalhar.

Nenhuma quantidade de limpeza poderia mudar a verdade e logo ficou claro para Harry que, embora ele pudesse consertar a maioria dos danos, o apartamento precisaria de um milagre para ficar bonito. Um scourgify só poderia fazer muito pelas paredes manchadas e Harry jurou silenciosamente que viver em Deptford seria apenas temporário. Era melhor do que ficar fora e sem teto, com certeza, e com alguma transfiguração Harry seria capaz de se virar muito bem.

Quando terminou de consertar e limpar o banheiro, Harry tomou banho e lavou suas roupas — à mão, o que era estranho, mas não desagradável. De manhã, ele poderia limpar o espaçoso armário e transfigurar uma pequena cama ali. Não seria o tipo de quarto novo que ele gostaria de poder prometer a Riddle, mas pelo menos uma cama quente e confortável era algo que ele podia oferecer.

No que diz respeito a tecidos transfigurados, Harry era muito bom com lã e algodão, sendo eles o tipo de tecido que ele tinha experiência em transfigurar. Eles não eram luxuosos, mas certamente bons o suficiente para manter Tom aquecido. Hermione tinha sido capaz de conjurar algodão do nada, e Harry sempre se impressionou com isso. Ele era bom em transfiguração, mas suas habilidades de conjuração eram, na melhor das hipóteses, arriscadas.

Amanhã ele teria trabalho. Era uma coisa boa — ele realmente teve sorte. Hermione lhe contou muitas das dificuldades de encontrar um emprego decente sem recomendações adequadas, e embora essa não fosse a primeira vez que a sorte veio em seu caminho tão fortemente, ainda deixou Harry se sentindo estranhamente cauteloso. Ele não sabia quando a outra bomba cairia, e já temia o momento.

Não havia como negar, no entanto, que ter encontrado um emprego e um lugar para morar daria a Harry o estado de espírito necessário para se concentrar em Tom.

O primeiro passo seria localizar o orfanato, o que não deveria ser muito difícil. Ele sabia o nome do lugar e que era em algum lugar no norte de Londres. Se ele conseguisse um dia livre no fim de semana, ele poderia aparatar para Enfield e pedir algumas instruções sobre como chegar onde ele queria ir. Eventualmente alguém certamente saberia para onde direcioná-lo.