If Them's The Rules

Hello, Deptford

1935

De manhã, Tom parecia estar se saindo ainda pior. Harry fez o menino beber um pouco de leite e comer um pouco da comida que o bruxo mais velho correu para comprar ao amanhecer, mas nem o leite nem a comida fizeram diferença. Tom estava quase inconsciente e muito febril, e o som de sua respiração preocupava Harry.

‘Não acho que posso esperar isso passar sem fazer nada.’ Mas como ele ligaria para um médico trouxa? Harry não tinha telefone e nem sabia como conseguir um. E mesmo que tivesse, mesmo que ele fosse agora mesmo até um vizinho e pedisse emprestado o telefone dele, para quem ele ligaria, afinal? Quanto custaria?

Harry puxou sua varinha e se perguntou se havia algo que pudesse fazer com ela que fizesse Tom se sentir melhor. Os feitiços que mantinham a casa toda aquecida ainda estavam fortemente no lugar e não precisariam ser renovados por pelo menos algumas horas, mas obviamente não era o suficiente. Harry nunca se preocupou em aprender feitiços de cura além do que ele precisava para o tratamento básico de ferimentos e o osso quebrado ocasional, e ele se arrependeu agora. Em Hogwarts sempre houve Madame Pomfrey e depois de Hogwarts, bem, ele foi para... oh.

'St. Mungo's', Harry pensou, percebendo de repente que levar Tom para aquele hospital em particular era uma opção. Ele tinha muitos galeões guardados e, a menos que os preços fossem muito mais altos do que na época de Harry — o que ele duvidava muito — ele definitivamente teria dinheiro mais do que suficiente para a consulta e qualquer poção que Tom quisesse. Mas era permitido simplesmente... aparatar ali? O apartamento de Harry não era conectado ao Flu — ele nem sabia como fazer isso — e usar meios trouxas estava fora de questão.

"Tom", disse Harry, sacudindo o garoto gentilmente. Riddle nem sequer se contraiu, e Harry duvidou que ele acordaria novamente tão cedo. De alguma forma, no entanto, ele não se sentia totalmente confortável em levar Tom para St. Mungus sem ao menos contar algo ao garoto — qualquer coisa. E se ele acordasse apenas para ver alguém fazendo mágica? Então, novamente, ele já havia experimentado a Aparatação Paralela. "Tom, eu vou te levar para um hospital agora, tudo bem? Você vai ficar bem logo, eu prometo.”

'Se ele acordar apenas para fazer perguntas imediatamente, não ficarei surpreso', pensou Harry, se movendo para se certificar de que as vestes que ele havia transfigurado para Tom antes manteriam o menino aquecido. A criança precisaria de ajuda para se vestir, e Harry só podia esperar que o menino não se lembrasse disso depois. Voldemort era excessivamente orgulhoso, o que, bem — Harry não conseguia entender por que era mais aceitável enganar alguém para ajudá-lo do que aceitar ajuda quando ela era oferecida.

'Preciso de café antes mesmo de tentar qualquer outra coisa.' Harry sabia que o que realmente lhe faria bem era uma poção Pepper Up ou algumas horas de sono, mas nenhuma das duas era uma opção no momento. Talvez ele devesse ter encontrado um emprego e um lugar para morar em uma das cidades mágicas da Grã-Bretanha, mas, além de Hogsmeade, Harry realmente não sabia onde e como encontrá-los. Além disso, viver com trouxas era parte de garantir que as experiências de Tom com eles não o fariam odiá-los indiscriminadamente.

Mas, Merlin, viver cercado de magia tornaria muitas coisas muito mais fáceis.

'Eu queria poder ligar para o St. Mungus antes para marcar um horário, mas não adianta pensar nisso agora', o mago pensou, preparando uma xícara de café que ele bebia aos poucos toda vez que fazia uma pausa de ajudar o pequeno Riddle a vestir um conjunto limpo de vestes. A pele do garoto estava quente ao toque, e ainda assim ele não estava suando — Harry não tinha certeza se isso era um bom sinal ou não, mas suspeitava que não. ‘Ele não vai morrer, vai? Merlin, isso deve ter acontecido com ele da primeira vez também, certo? Ele sobreviveu com remédio trouxa naquela época, certamente ele pode se recuperar agora?’