1939
Marchosias Malfoy conhecia, melhor do que ninguém, suas próprias deficiências.
Ele sabia que não era nem metade tão cruel e astuto quanto seu pai tinha sido. Ele não era um pioneiro em nada, não se aprofundava em aventuras emocionantes buscando riqueza além do que já tinha. Ele gostava da posição e do dinheiro que havia herdado, e era muito cauteloso em ir contra a lei de qualquer forma. Na verdade, ele esteve em serviço ativo de júri por anos, antes de se tornar um membro do Wizengamot.
A lei, e mantê-la, eram de grande importância para Marchosias. Essa era, talvez, a razão pela qual ele não conseguia ignorar as coisas que Arcturus lhe contara sobre um bruxo das Trevas na Alemanha. Claro, o pensamento de manter a ordem correta na sociedade também era importante, mas ele não iria à guerra por isso. E ao contrário de Arcturus e alguns outros, Marchosias não conseguia nem brincar sobre matar pessoas só por isso.
Ele não achava que os sangue-ruins mereciam ascender acima de certas posições, e eles deveriam ter acesso mais restrito a qualquer coisa que pudesse mudar as tradições bruxas — mas matá-los? Não era um pouco... demais?
Esses pensamentos pesavam em sua mente enquanto ele comparecia à festa de inauguração de uma ala recém-construída do St. Mungus, ele viu Arcturus indo em sua direção com um sorriso bajulador no rosto. O que diabos ele estava fazendo aqui? Até onde Marchosias sabia, Arcturus nem doava para o hospital!
"Exatamente o homem que eu estava procurando", disse Arcturus assim que chegou perto o suficiente para ser ouvido sem gritar. "Marchosias! Sozinho, nesta bela noite?”
"Sim", respondeu Marchosias. "Eu não esperava vê-lo aqui. Pelo que ouvi, você começou a viajar."
"A negócios, infelizmente, não a lazer", disse Arcturus com desdém. Apesar do tom leve, havia uma clara tensão na maneira como ele se portava. Na verdade, ele parecia quase agitado. "Os próximos meses serão bem ocupados para mim, veja.”
"Bem, tenho certeza de que vocês vão se sair muito bem. As crianças estão em Hogwarts, não estão? O tempo passa rápido, mas elas ainda têm algum tempo antes de virem para o intervalo.”
"Hmm. Sim. Abraxas ainda não começou, não é?”
"Ele tem dez anos", disse Marchosias, e então continuou cautelosamente: "Como Orion e Lucretia estão se segurando? A morte de Melania foi bem... rápida e inesperada.”
"Algumas doenças são assim", Arcturus disse a ele. "Os Curandeiros não puderam fazer nada. É triste e lamentável. Ainda estamos todos aprendendo a lidar.”
"Oh, meu amigo, você parece estar indo muito bem", respondeu Marchosias com uma risada, balançando a cabeça. "Um pouco bem demais. Tem certeza de que não teve nada a ver com a morte dela?”
"O quê." O tom da voz de Arcturus fez Marchosias de repente sentir muito, muito frio. Ele engoliu em seco nervosamente e ofereceu o que esperava ser um sorriso amigável. Sua mão esquerda, escondida entre os babados de suas vestes, avançou em direção à sua varinha — não havia como dizer o que Arcturus faria se seu temperamento levasse a melhor.
"Estou brincando, meu amigo", ele disse. "Uma piada de mau gosto, admito. Peço desculpas."
"A morte de Melania foi uma surpresa para todos nós", Arcturus continuou, sua voz fria e cortante. Ele parecia convincente, mas havia algo no olhar dele que simplesmente... não era. Marchosias não conseguiu deixar de lembrar o que Riddle lhe dissera sobre haver coisas que ninguém sabia sobre Arcturus. Bem, ninguém além da falecida Melania Black, que havia morrido pouco antes das viagens cada vez maiores de Arcturus ao continente.
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If Them's The Rules
FanfictionIncapaz de aceitar as consequências da guerra, Harry decide viajar de volta no tempo para se tornar o pai que Tom Riddle obviamente deveria ter tido. Só que as coisas não saem como planejado e Harry se vê parte de um jogo com regras ocultas, tentand...
