If Them's The Rules

Goodbye, Deptford

1939

Harry não conseguia, nem que a vida o impedisse, de parar de pensar em seu encontro com Grindelwald. Ele não tinha certeza do que poderia fazer em relação ao problema, e duvidava muito que pudesse simplesmente... ignorar isso. Deixar isso de lado. Harry não podia se dar ao luxo de fazer isso, não se Grindelwald de alguma forma descobrisse sobre Tom e o atacasse—

O homem era um Lorde das Trevas. Se machucar Tom significava conseguir o que ele queria de Harry, não havia dúvida de que ele iria atrás disso.

'Merlin, que bagunça', Harry pensou, sentado perto da janela e observando a neve caindo lá fora. Para ele, isso, no mínimo, provava que ele não procurava encrenca — a encrenca sempre encontrava ele. E dessa vez a encrenca veio na forma da Varinha das Varinhas.

Por mais que Harry gostaria de ficar dentro de casa e refletir sobre o incidente com o atual Lorde das Trevas, ele tinha muitas outras coisas para fazer. O mais importante era procurar uma nova casa para ele e Tom. Ele já havia localizado alguns lugares promissores e até mesmo marcado encontros com alguns poucos selecionados.

'Será que posso pagar para proteger a nova casa', pensou Harry, levantando-se e caminhando até seu quarto, onde pescou um suéter debaixo da cama. 'Quer dizer, duvido que eu consiga fazer um pedido de Feitiço Fidelius passar — as autorizações para eles tendem a ser bem difíceis de conseguir. Mas pelo menos algo mais que poderia ser útil.' Ele não conhecia Grindelwald — não tinha pesquisado muito sobre ele naquela época — mas não duvidou nem por um segundo que o homem não seria capaz de localizá-lo e tentar algo desagradável.

'Eu deveria relembrar os feitiços de defesa', Harry percebeu, abaixando-se para amarrar os cadarços. 'Já faz um bom tempo que não faço nada que exija uma conjuração rápida de feitiços. Eu me pergunto se há alguma aula de duelo disponível para pessoas que não são aurores.’ Ele não se importaria em participar de algo assim — na verdade, Harry acolheu a ideia de poder duelar livremente com pessoas que não eram Comensais da Morte e não estavam dispostas a matá-lo.

O pensamento de Grindelwald foi momentaneamente tirado dele assim que ele saiu, bem no meio de uma rajada de vento nevado que quase o fez cair. Harry fez uma careta, antes de se encolher ao sentir o frio nos dentes.

Merlin, esse inverno acabaria algum dia?

Harry nunca tinha procurado uma casa antes, não realmente. Ou pelo menos, não sozinho. O primeiro apartamento era agradável, mas algo sobre o homem que o alugava parecia um pouco estranho. Ele continuou olhando feio para os vizinhos — que o encaravam de volta — e levou um tempo estranhamente longo para ele apresentar a chave do apartamento. Depois que ele conseguiu fazer isso, ele conduziu Harry para dentro, empurrando-o com bastante força pela porta aberta. Lá dentro, o apartamento lindamente decorado estava coberto de poeira, e as janelas... as janelas não estavam apenas fechadas, alguém as havia fechado com tábuas.

Nem preciso dizer que Harry foi rápido em encontrar uma saída para aquele acordo em particular, e chegou cedo ao seu próximo compromisso. Ele não se importou em esperar um pouco, pois havia uma pequena cafeteria bem do lado de fora do local.

Aquele encontro correu bem, mas ainda deixou Harry com a certeza de que não, aquela casa também não seria um lar para ele e Tom.

'A menos que eu me contente com o que for um pouco aceitável', o bruxo pensou melancolicamente, antes de aparatar para seu terceiro compromisso. 'Quero dizer, qualquer coisa é melhor do que onde vivemos agora. Se isso acabar sendo uma perda de tempo de novo... Merlin, eu só quero acabar logo com isso. Como as pessoas conseguem fazer esse tipo de busca por casa por dias? Até semanas? Já se passaram duas casas e quase meio dia e já estou pronto para aceitar qualquer oferta decente que eu possa receber.’