Maratona 5/5
O acampamento de guerra illyriano no interior das montanhas ao norte estava mais frio do que Nikova imaginou para aquela época do ano. Mor os atravessou para lá, Rhysand, Feyre e Cassian acompanharam ao lado.Construído perto do topo de uma montanha florestada, o acampamento de guerra illyriano não passava de rocha nua e lama, interrompidas apenas por tendas grosseiras, fáceis de guardar, centralizadas ao redor de grandes fogueiras. Perto do limite das árvores, uma dezena de prédios permanentes fora erguida a partir da pedra cinzenta da montanha. Fumaça subia das chaminés contra a fria manhã nublada, ocasionalmente espiralada por asas que passavam acima. Tantos machos alados disparando a caminho de outros acampamentos, ou em treinamento. De fato, do lado oposto do acampamento, em uma área rochosa que terminava em um mergulho íngreme da montanha, estavam os ringues de luta e treinamento. Estantes de armas eram deixadas a céu aberto; no ringue delimitado por giz, machos de todas as idades agora treinavam com bastões e espadas e escudos e lanças. Rápidos, letais, brutais. Nenhuma reclamação, nenhum grito de dor.
Não havia calor ali, nenhuma alegria. Mesmo as casas do outro lado do acampamento não tinham toques pessoais, como se fossem usadas apenas como abrigo e armazém. E era ali que Rhys, Azriel e Cassian haviam crescido; onde Cassian fora isolado para sobreviver sozinho. Não conseguia imaginar uma criança passando uma noite sem roupas adequadas — ou sem abrigo — muito menos oito anos.
O rosto de Mor estava pálido, tenso.
— Odeio este lugar — disse ela, sussurrando, o calor do hálito dela se condensou no ar diante deles. — Deveria ser queimado até virar cinzas.
Cassian e Rhys ficaram em silêncio quando um macho mais velho, alto, de ombros largos, se aproximou, acompanhado por cinco outros guerreiros illyrianos, todos com as asas recolhidas, as mãos casualmente ao alcance das armas. Lorde Devlon, Nikova o reconheceu. Não importava que Rhys pudesse destruir suas mentes sem erguer um dedo. Cada illyriano usava Sifões de cores diferentes no dorso das mãos, e aquelas pedras eram menores que as de Azriel e Cassian. E tinham apenas uma. Não sete cada um, como seus dois amigos usavam para conter seu imenso poder.
Devlon à frente disse:
— Outra inspeção no acampamento? O bichinho do seu cão — ele apontou com o queixo para Cassian — ja está fazendo o trabalho dele. As garotas estão treinando.
E como se tivesse sido convocado, um macho mais alto até mesmo do que Cassian, com longos cabelos negros desgrenhados e olhos ainda mais escuros, ele parecia uma sombra viva, um predador pronto para atacar. Nikova avaliou cada centímetro que dizia que aquele macho havia sido forjado para batalha, se perguntando em qual delas ele tinha ganhado a cicatriz que cortava o lado esquerdo de seu rosto, como raizes de uma árvore. Mesmo recolhidas, ela podia ver que as asas dele também possuía marcadas brutais de batalha.
— Bom dia para você também, Lorde Devlon. — o macho possuía uma voz rouca, seus olhos frios correram para o grupo deles e fez uma reverência breve a Rhysand. — Grão-Senhor.
— Brennan. — Rhys cumprimentou o guerreiro. — Relatório.
— Apesar das relutância e a necessidade mais frequente do general nos acampamentos, estamos conseguindo manter constantes os treinamentos das fêmeas ao amanhecer, sempre antes das tarefas domésticas. — os olhos lilases percorreram outra vez o perímetro, buscando por sinais de guerreiras, mas imaginou que naquele horário elas ja deveriam ter voltado aos seus afazeres. —
— Ótimo. — Então se direcionou ao lorde, e Rhys falou, por fim: — Um prazer o ver, como sempre, Devlon, mas há um assusto pendente que quero tratar agora. Ficaremos aqui por enquanto. Esvazie a antiga casa de minha mãe. Não há necessidade de faxineira. Cuidaremos de nós mesmos.
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𝔚𝗮𝗿 𝗢𝗳 𝗛𝗲𝗮𝗿𝘁𝘀 | ʳʰʸˢᵃⁿᵈ
Fantasía𝔊𝑢𝑒𝑟𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑟𝑎𝑐̧𝑜̃𝑒𝑠| "𝚊𝚜 𝚎𝚜𝚝𝚛𝚎𝚕𝚊𝚜 𝚚𝚞𝚎 𝚘𝚞𝚟𝚎𝚖..." Nikova vê sua vida virar de cabeça para baixo quando Feyre Archeron, em uma mentira para livrar-se de um problema, entrega seu nome a um feérico. Arrastada para o out...