NINA

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Conversar sobre minha vida com Caleb foi como tirar um enorme elefante das minhas costas. Durante anos, carreguei esse peso sozinha.

Eu sempre me perguntei como ele reagiria, se olharia para mim diferente, se enxergaria as falhas que eu tentava esconder e pensaria que eu era apenas uma bagunça do passado. Mas Caleb, como sempre, fez exatamente o oposto.

Ele não só ouviu, como me fez sentir segura. Pela primeira vez em tanto tempo, senti que não precisava mais carregar tudo sozinha. Foi estranho e libertador ao mesmo tempo.

Agora que ele sabia, o alívio era enorme. Mas junto com isso vinha algo mais: um medo diferente. Não de perder Caleb, porque isso ele já tinha me provado que não iria acontecer, mas de que tudo o que confiei a ele pudesse, de alguma forma, voltar a me assombrar.

Eu sentia que ele me via de um jeito que ninguém mais via. E, por mais reconfortante que fosse, isso também era assustador. Ele acreditava em mim. Acreditava que eu era forte, que eu era mais do que meu passado. E, pela primeira vez, comecei a pensar que talvez ele estivesse certo.

Enquanto eu revivia a conversa, me peguei sorrindo. Caleb tinha uma forma única de me fazer sentir como se o mundo fosse um lugar onde eu realmente pudesse pertencer. E, mesmo que eu ainda tivesse medo, pela primeira vez em muito tempo, sentia que não estava sozinha.

Dois dias após nossa conversa ele chegou em casa todo animado com um presente. Assim que abri vi um celular novinho e imediatamente neguei mas ele insistiu falando que odiava conversar comigo por vídeo porque mal conseguia me ver devido às rachaduras na minha tela. Acabei aceitando e quase morri de rir quando ele tirou uma selfie bem engraçada e colocou de plano de fundo antes de salvar seu número como GOAT

— você é muito convencido sabia?

— mas eu sou o maior de todos os tempos, e você é minha fã número um

Suas mãos passaram em minha cintura e ele me puxou para perto, colando nossos corpos enquanto me olhava com aquele sorriso travesso que eu já conhecia bem.

— E você sabe que é verdade — ele sussurrou, com a voz baixa e rouca, enquanto suas mãos firmes passeavam pela minha cintura.

— Caleb... — comecei, tentando soar séria, mas não consegui segurar o sorriso. — Você realmente acha que pode ser o maior de todos os tempos E ser modesto ao mesmo tempo?

Ele riu, inclinando a cabeça como se ponderasse.

— Modéstia é superestimada. E, além disso, eu tenho você pra me manter com os pés no chão.

Revirei os olhos, mas antes que eu pudesse retrucar, ele se inclinou e pressionou um beijo suave nos meus lábios, transformando meu protesto em nada mais do que um leve suspiro.

— Você está comprando meu silêncio com beijos? — perguntei, fingindo indignação quando nos afastamos.

— Se funcionar, por que não? — ele respondeu, o sorriso brincando em seus lábios.

Balancei a cabeça, rindo, enquanto ele pegava o celular novo de volta.

— Agora, vamos testar essa câmera.

— Caleb, sério?

— Sim, sério. Preciso garantir que a qualidade é tão boa quanto disseram.

Ele segurou o celular e tirou uma foto nossa antes que eu pudesse reagir, me pegando com uma expressão de surpresa enquanto ele exibia seu sorriso vencedor.

— Isso ficou ótimo! — ele anunciou, rindo enquanto me mostrava a foto.

— Eu não estava pronta! — protestei, tentando pegar o celular de volta.

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