Isadora RizzoFlashback on - Continuação
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A noite estava calma na casa do Arthur. A pequena sala iluminada por um abajur amarelado deixava o ambiente ainda mais acoledor. Eu estava deitada com ele no sofa, com as pernas entrelaçadas, minha cabeça repousando em seu peito enquanto seus dedos desenhavam círculos preguiçosos no meu braço. A televisão estava ligada, mas o som era apenas um fundo distante para a conversa suave entre nós.
Arthur parecia mais quieto do que o habitual, mas não incomodado. Havia algo diferente nele, uma hesitação misturada
com expectativa.- Tá tudo bem? - perguntei, erguendo os olhos para encará-lo.
Ele sorriu de um jeito meio tímido, o que era raro vindo dele. — Tá sim. Só...
pensando em algumas coisas.-Pensando em quê? - insisti, curiosa.
Ele ficou em silêncio por um momento, olhando para o teto como se estivesse escolhendo as palavras com cuidado. Em seguida, seus olhos voltaram para mim, intensos, e ele puxou minha mão para segurar entre as dele.
— Isa, você sabe o quanto você é importante pra mim, né?
Fiquei surpresa com o tom sério, mas assenti, sentindo meu coração acelerar. - Sei. Você também é pra mim, Arthur.
Ele apertou minha mão, como se buscasse coragem. - Desde que te reencontrei, é como se tudo tivesse feito sentido de novo. Eu sempre achei que a gente tinha algo especial, sabe? Lá atrás, na fazenda, eu era só um moleque que nem sabia o que queria da vida, mas você já era... você.
Sempre tão firme, tão decidida, tão... incrivel.Minha garganta apertou, e eu só consegui murmurar: — Arthur...
Ele continuou, agora sem hesitação. — Eu não quero mais ficar sem você, Isa. Não quero que a gente seja só esse "quase" que nunca deu certo antes. Quero que a gente tente, de verdade. Quero estar com você, construir algo com você.
Meu coração estava tão acelerado que eu podia ouvir o som do sangue pulsando nos meus ouvidos. Ele respirou fundo antes de soltar a pergunta que fez o mundo ao meu redor parar.
- Você quer namorar comigo?
Eu pisquei, atordoada, e então um sorriso começou a se espalhar pelo meu rosto. —
Tá falando sério?Ele riu, nervoso. — É claro que tô! Achei que fosse mais óbvio.
Eu me sentei no sofá, ainda segurando a mão dele, e olhei direto nos olhos dele. - Arthur, é óbvio sim.
Antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, inclinei-me e o beijei, sentindo a alegria e o alívio transbordarem em nós dois. O beijo começou suave, mas logo se tornou mais intenso, como se as palavras que ainda não havíamos dito fossem entregues ali.
Arthur segurou meu rosto com as mãos, aprofundando o beijo, enquanto eu me aproximava ainda mais dele, sentindo a pressão do seu corpo contra o meu. A temperatura parecia subir, e o mundo ao nosso redor desaparecia, deixando apenas nós dois naquele instante.
— Isa... — ele murmurou contra meus lábios, sua voz rouca e carregada de desejo.
Eu não respondi. Apenas deixei que meus dedos corressem pelos cabelos dele, puxando-o para mais perto. Ele entendeu o recado, e em poucos segundos estávamos nos movendo para o quarto, rindo entre beijos e tropeços.
No quarto, a luz suave criava sombras que dançavam nas paredes. Ele me deitou na cama com cuidado, seus olhos presos aos meus como se quisesse ter certeza de que cada movimento era bem-vindo. Respondi puxando-o para mais perto, meu corpo ansiando pelo dele.
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Notas do Destino
RomanceIsadora, uma jovem médica recém-formada em Campo Grande, vive uma rotina intensa equilibrando sua carreira e a criação de seu filho, Lucas, de quatro anos. Anos atrás, quando ainda era estudante de medicina, ela viveu um romance apaixonado com Arthu...