Capítulo 28 - Bora?

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Rebeca POV:
Eu estava num conflito interno enquanto estava sentada na arquibancada vendo a Gabi brincar com as filhas da Sheilla que tinha sumido por ali gravando o documentário. Teve uma hora que ela me olhou me chamando com a mão, eu fui mas fiquei mais olhando e tirando fotos delas do que qualquer outra coisa, eram crianças sem culpa de nada mas pra mim era estranho interagir com elas enquanto eu tinha vontade de socar a mãe delas, não por ciúmes mas porque eu sei muito bem o que ela fez e continua fazendo, eu percebo os olhares que ela lança pra Gabriela, mas como não é correspondido eu nem falo nada, mas incomoda! Enfim, elas estavam em cima da Gabi brincando e eu tirando as fotos, quando vejo passos se aproximando, olhei pra cima porque eu ainda estava agachada e era ela.

- Mamãe! - as duas falaram e saíram de cima da Gabi, me levantei.
- Oi meninas. Tudo bem por aqui?
- Tudo. - as duas falaram e a Liz agarrou o pescoço da Gabi que ainda estava sentada no chão. Ela riu e percebi a Sheilla a olhando.
- Acabou a gravação? - perguntei pra cortar o olhar dela.
- Sim. - me olhou ao responder- Está na hora de irmos. Vamos meninas?
- Ah não, mamãe. Mais um pouquinho. - Liz.
- Eu quero ficar com a tia Gabi. - Ninna.
- Outro dia a gente volta meninas. Agora a gente tem que ir. A tia Tatha vai com a gente. Olha que legal!
- Ebaa! - as duas mudaram o foco e vi a Thaisa esperando elas no fundo da quadra.
- Se despeçam das tias e vamos. - elas obedeceram e então foram correndo pra Thaisa- Tchau. - nos olhou.
- Tchau. - falamos ao mesmo tempo e ela saiu, mas antes de sumir mesmo deu uma última olhada pra trás, pra Gabriela mas eu estava meio na frente então ela logo desviou. Mas eu fiquei olhando ela desaparecer. Só "acordei" com o toque da Gabi no meu braço.
- Que foi? - olhei pra ela.
- Nada, só estava olhando pra vocês. Vocês não tem nada a ver sabia? 0 combinam! - ela riu- É sério. Não combina mesmo.
- Hahahahaha vamos? Eu preciso tomar um banho antes da gente ir.
- Vamos.

Fomos voltando na direção do quarto dela e nisso passamos em frente onde o carro delas estava, na verdade era um Uber, vi a Thaisa e as meninas entrando e quando ela ia entrar, ela nos olhou. Aquilo me irritou!

- Já venho.
- Onde você vai? - ela me olhou mas não respondi- Rebeca, não.
- Fica aí. - fiz o gesto com a mão e ela parou- Sheilla. - a chamei quando ela ia entrar no carro, então ela parou e me olhou, meio surpresa- Relaxa que não vou fazer nenhuma cena com suas filhas aqui, só quero te falar uma coisa.
- Fala. - ela me olhou com aquele ar de superioridade, ai que raiva dessa mulher! E ela ainda era bem mais alta que eu o que me fazia ter que olhar pra cima, mas foda-se! Ela ia me ouvir agora!
- Eu só queria te dizer que o que você fez lá em Belo Horizonte, o que você tentou fazer né, não surtiu efeito nenhum.
- Eu não sei do que você está falando. - ela me olhou com a cara mais irônica do mundo!
- Quando nos encontramos no elevador e você falou tudo o que falou, eu sei muito bem o que você tentou fazer. - ela deu uma risada debochada.
- Eu só falei a verdade, Rebeca. Nós tínhamos sim nos falado e ainda tinham coisas a serem resolvidas.
- Já resolveu né? Agora você já pode parar com o seu joguinho ou você está tentando bater algum tipo de recorde de foras e não's? - ela me olhou, com raiva.
- Você tem noção do quão ridículo é isso que você está fazendo? A Gabriela odeia isso.
- Ridículo é você com essa idade ainda estar tentando criar algum tipo de narrativa só porque você não aceita que acabou, que ela não te quer mais. Não foi você que escolheu? Agora arca com as consequências. - ela me olhou e em seguida olhou pra ela mas ao falar se aproximou de mim, pude perceber a raiva na voz dela.
- Você não sabe de nada da minha vida! Mas só pra te falar uma coisa, eu conheço ela há anos, praticamente ela mal sabia bater numa bola, aliás muita das coisas que ela sabe hoje eu ensinei ou ela aprendeu me observando.
- Ninguém aqui está contestando sua vida profissional no vôlei. Mas nada disso te dá o direito de fazer o que você está fazendo!
- Como eu estava dizendo, eu conheço ela, o que a gente tem é muito forte, a gente ia ficar noiva, não era um namoro qualquer, então não me importa se vocês estão juntas ou não agora. Eu conheço ela e ela pode até estar chateada ainda mas não acabou. - eu ri. Que mulher louca!
- É mesmo? Pena que não ficou né....- ela me olhou com raiva- Noiva...- expliquei e a mulher ficou mais puta ainda rs.
- Eu sei que você é só diversão pra ela.
- Sim, a gente se diverte bastante juntas. - eu ri de deboche pra ela que estava puta- Por falar nisso, se você me dá licença eu tenho que ir, aproveitar o fim de semana com a minha namorada e me divertir bastante!
- Aproveita então. - ela falou debochada.
- Eu vou, com certeza! Você devia fazer o mesmo, porque se for ficar esperando que a loucura que você montou na cabeça aconteça, vai morrer esperando hahah.
- Ok, obrigada pela dica. - saí dali, cheguei na Gabi e puxei ela pelo braço,
- Vamos. - ouvi o barulho do carro saindo.
- Rebeca, calma. O que ela falou? Está tudo bem?
- Está. - falei andando mas ela me puxou pra olhar pra ela.
- O que vocês falaram?
- Nada demais. Ela continua nas alucinações dela, não tem jeito. Foda-se então.
- O que você falou pra ela?
- Pra ela nos deixar em paz mas segundo ela você está só se divertindo comigo. - ela ia abrir a boca pra falar algo mas não deixei- Relaxa amor. Eu não acreditei nela, eu sei, eu confio em você, eu só precisava falar o que estava entalado desde BH. Já falei, já foi.
- Tem certeza? - ela perguntou se aproximando de mim.
- Claro. Não vou deixar ela estragar nosso fim de semana. - dei um selinho nela que sorriu e a gente foi lá pro quarto pra ela tomar banho pra irmos.

One night in ParisOnde histórias criam vida. Descubra agora