Capítulo 28

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~MAYA MANOELLA TORRES~

Depois de deixar Ana Clara no veterinário, segui as instruções da Giovanna e voltei para casa, sabendo que ela havia deixado três seguranças com minha amiga. A viagem de volta foi tranquila, mas minha mente estava uma tempestade de preocupações e medos.

Quando cheguei em casa, abri a porta e vi Giovanna em pé, falando ao telefone. Assim que nossos olhares se cruzaram, corri em direção a ela e a abracei com toda a minha força. Ela me envolveu com seus braços, segurando-me com firmeza, como se nunca quisesse me soltar.

— Meu Deus, deixa eu olhar pra você! - disse Giovanna, segurando meu rosto com as mãos, seus olhos buscando os meus. — Você tá bem mesmo, né? Me perdoa por te enfiar nessa bagunça. Isso tudo é culpa minha.

— Tá tudo bem. — respondi, minha voz baixa mas cheia de sinceridade.

Então, sem pensar, a beijei. Foi um beijo diferente de qualquer outro que já havíamos compartilhado. Não havia urgência ou desespero, apenas um sentimento genuíno de segurança e conforto.

Giovanna retribuiu o beijo com a mesma intensidade, e por um momento, todos os medos e inseguranças desapareceram. Quando nos separamos, ela olhou profundamente nos meus olhos.

— Eu juro, May, que vou te proteger. - disse ela, a determinação clara em sua voz. — Eu não vou deixar ninguém te machucar.

— Eu confio em você. - respondi, segurando sua mão. — Só precisamos descobrir quem está por trás disso tudo.
Giovanna assentiu, ainda segurando minha mão com força.

— Já estou com os seguranças investigando. Vamos descobrir o que está acontecendo. E vou te manter segura, custe o que custar.

Nos sentamos no sofá, ainda de mãos dadas, enquanto Giovanna continuava a fazer chamadas e a organizar tudo para nossa segurança. A presença dela me dava uma sensação de calma que eu não sentia há muito tempo.

— Quando você conheceu o Ygor? - perguntou ela, tentando entender mais sobre a situação.

— Acho que um dia depois que a gente casou. Eu tava no condomínio andando de bicicleta, e ele apareceu. Me sinto uma burra completa.

— Tudo bem... ele é persuasivo mesmo...
Você viu o Xavier mesmo?

— Não tenho certeza e nem quero ter. O Xavier era meu amigo, não acredito que ele quer me matar. E outra coisa, por que tem tanto inimigo?

Giovanna suspirou, parecia estar ponderando sobre o quanto deveria me contar.

— Longa história, Maya.

— Bom, se querem me matar porque eu sou sua mulher, tenho o direito de saber ao menos o motivo.

Giovanna assentiu, relutante.

— Você tem razão.

Ela respirou fundo antes de começar a explicar.

— Minha família, quando me deu essa filial da Torres, estava em uma competição direta com a família Silva. Eles deram a filial deles para o Ygor, mas ele não soube administrar. Eventualmente, todos os funcionários dele vieram para a minha empresa, inclusive a Clarice.

— Ahhh, aí está a dita curja

— Sim. Clarice era maravilhosa, talentosa, inteligente... Era a mulher perfeita e eu me apaixonei perdidamente por ela em menos de duas semanas. Mas eu não sabia que ela tinha algo antes com o Ygor.

—E o que aconteceu?

Giovanna olhou para baixo, claramente angustiada pelas memórias.

— A relação deles era complicada e tumultuada. Quando Clarice veio trabalhar para mim, Ygor não aceitou bem. E não gostou quando ela me assumiu publicamente. Ele a via como sua posse.
Clarice começou a receber ameaças, mas nunca soubemos de onde exatamente vinham. Eu tentava protegê-la, mas...

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