Capítulo 18

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~MAYA MANOELLA GARCIA~

— E então, Manoella? Vai continuar resistindo... ou vai admitir que, no fundo, está tão envolvida quanto eu? — A voz de Giovanna era um sussurro quente, e quando ela inclinou a cabeça, nossos rostos estavam tão próximos que eu podia sentir a respiração dela. O ar entre nós parecia eletrificado, carregado de uma tensão que ameaçava me consumir.

— Para, Torres - murmuro, recuando rapidamente, criando uma distância mínima, mas necessária. Vejo um brilho de surpresa nos olhos dela, mas também algo mais... algo perigoso. - Tudo bem, eu aceito sua proposta...

Os lábios de Giovanna se curvaram em um sorriso vitorioso, e ela deu um passo em minha direção, encurtando a distância que eu acabara de criar.

— Eu sabia, Manu. Você não resiste a mim — a voz dela era suave, quase hipnótica, enquanto ela se aproximava, sua presença dominando o espaço.

— Mas... - interrompo, erguendo uma mão entre nós, parando-a a milímetros de seus lábios. Sinto o calor que emana dela, e o desejo de ceder é quase palpável, mas eu me forço a manter o controle.

— Você não pode me tocar. Nem me beijar. Essa é a minha condição.

O sorriso de Giovanna vacila por um momento, substituído por uma expressão de surpresa, seguida por uma faísca de desafio em seus olhos. Ela inclina a cabeça, estudando-me com uma intensidade que faz meu coração acelerar.

— E o que te faz pensar que vou aceitar isso, Manoella?

— Porque você precisa de mim para esse plano funcionar. Mas não estou disposta a ceder completamente. Se quer que eu seja sua esposa de mentira, vai ter que jogar pelas minhas regras. - Minha voz está firme, mas por dentro estou em chamas, lutando para manter a fachada de indiferença

Giovanna aproxima seu rosto ainda mais, quase encostando nossos narizes. A tensão entre nós é quase insuportável, cada músculo do meu corpo tenso, esperando pelo próximo movimento.

— Você acha que pode resistir a mim, Manoella? Acha que pode colocar regras nesse jogo?

Eu respiro fundo, me esforçando para não demonstrar o quanto ela me afeta.

— É isso que vamos ver, Giovanna. E se você não pode aceitar minhas condições, talvez devesse procurar outra pessoa.
Os olhos de Giovanna queimam nos meus, um sorriso desafiador se formando em seus lábios.

— Isso não vai durar muito, Manoella. Você vai ceder. E quando isso acontecer... bem, vamos apenas dizer que estou ansiosa por esse momento.

— Eu não vou ceder - respondo, tentando convencer a mim mesma tanto quanto a ela.

— Veremos. — Giovanna se afasta, deixando no ar a promessa silenciosa de que essa batalha estava longe de acabar. Por um instante, eu permaneço parada, tentando controlar a tempestade de emoções que girava dentro de mim.

O calor que sua presença deixou ainda pulsava na minha pele, mas eu precisava recuperar o foco. Respirei fundo e voltei para minha mesa, forçando-me a mergulhar no trabalho que tinha pela frente.

Os minutos se arrastaram, e o som dos teclados e conversas ao redor parecia distante, quase abafado pelos meus próprios pensamentos. Tentava me concentrar nos relatórios, mas a imagem de  Giovanna e o jogo perigoso que estávamos prestes a começar dominava minha mente.

No fundo da minha mente, a batida constante de uma música que eu não conseguia identificar tocava, como se o ambiente ao meu redor estivesse em sincronia com a turbulência interna que eu estava sentindo.

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