Capítulo 3

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~MAYA MANOELLA GARCIA~

Giovanna já começou a me irritar logo cedo.
Assim que cheguei à empresa, ela me mandou ir nos arquivos procurar um papel específico que, no fim das contas, ela nem usou. Fora as vezes que ela me manda subir e descer esse elevador inúmeras vezes, só para o prazer sádico de me ver correndo.

— Maya!

— O QUÊ?! - gritei, virando para ver quem estava falando comigo. Para minha surpresa, era o Raphael. - Ah, desculpa, é que a Giovanna tá me deixando maluca.

Assim que falei, meu telefone começou a tocar.

— Falando no diabo, olha ela aí. Ah, Raphael, não vai dar para eu almoçar com você hoje... desculpa.

— Não tem problema, eu espero você... para você, tenho todo o tempo do mundo — ele disse, sorrindo com aquele charme que sempre me fazia corar.

Respondi ao telefone, tentando manter a calma.

— Sim, Torres?

— Garcia, preciso que você traga os relatórios de vendas do último trimestre. Estão na sala de arquivos, terceiro andar.

— Mas eu acabei de voltar de lá, senhora
Torres. Não dava para me pedir isso antes?

— Não sabia que estava lidando com alguém tão sensível. Se não conseguir lidar com um pouco de trabalho extra, talvez não esteja pronta para esta posição - ela respondeu com um tom de desdém.

Suspirei e desliguei o telefone, já sentindo a frustração crescendo.

— Desculpa, Raphael, parece que ela não vai me dar um minuto de paz.

— Não se preocupe, tudo bem!

— Obrigada - respondi, tentando sorrir apesar do estresse.

Raphael continuou ali, seu olhar preocupado me seguindo enquanto eu pegava minhas coisas e me dirigia ao elevador. No caminho, ele me chamou de novo.

— Ei, Maya, depois do expediente, que tal uma bebida? Acho que você vai precisar relaxar depois de um dia com a Giovanna.

— Vou considerar, Raphael. Obrigada por ser tão compreensivo - respondi, finalmente conseguindo sorrir de volta para ele antes de entrar no elevador e descer mais uma vez para a sala de arquivos.

A cada passo que eu dava, sentia minha paciência se esvaindo.

Peguei o documento que ela queria e voltei para a sala dela, jogando-o em cima da mesa com um pouco mais de força do que pretendia.

— Nossa, como ela está calma hoje, né, Manoella? - Giovanna disse, levantando os olhos dos papéis.

— Estou... a ponto de me jogar do 15° andar
— falei, dando as costas para sair.

— Quem disse que você poderia ir? — a voz dela cortou o ar.

Me virei pacientemente, sentindo meu olho piscar involuntariamente de irritação.

— Diga, senhora Torres.

— Depois do expediente, vamos ao shopping para você comprar algo decente. Temos um jantar amanhã à noite e você tem que ir comigo.

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