Capítulo 22

434 46 2
                                    


~MAYA MANOELLA TORRES~

Na manhã seguinte, acordei antes da Giovanna. Eu estava determinada a ir trabalhar, mesmo sabendo que ela não queria isso. Claro, ela já tinha deixado bem claro que não queria que eu continuasse na empresa, mas... pouco me importava. Só porque somos casadas agora, não significa que ela pode ditar cada aspecto da minha vida.

Levantei-me com cuidado, tentando não fazer barulho. Escolhi uma roupa discreta, mas profissional, enquanto pensava em como eu enfrentaria essa situação. Mas é claro, ela me pegou no ato. A voz dela veio rouca e ligeiramente carregada de irritação.

— Você sabe que não pode mais trabalhar lá, Maya - disse ela, ainda meio deitada, os cabelos bagunçados caindo sobre os olhos.

— Eu sei o que você disse, Giovanna - respondi, mantendo a calma enquanto ajustava a camisa. —Mas eu vou trabalhar.
Ela soltou uma risada curta, se levantando lentamente

— Trabalhar... na minha empresa, mesmo depois de eu ter dito que não? - Senti o calor do corpo dela se aproximando. Ela estava logo atrás de mim, sua presença intensa.

— Sou sua esposa, Giovanna, mas isso não te dá o direito de decidir tudo sobre mim.

— Então, por que não vem aqui e me mostra o quanto você quer ir trabalhar? - Ela murmurou, sua voz se tornando uma provocação suave. Giovanna era boa em brincar com limites, e ela sabia exatamente o que estava fazendo. Eu me virei para encará-la, nossos rostos próximos, mas me mantive firme

— E por que você não aceita que eu também sou capaz de tomar minhas próprias decisões? - Giovanna não recuou. Ela se aproximou ainda mais, os olhos fixos nos meus, um sorriso malicioso nos lábios.

— Porque você está esquecendo quem manda aqui. - A tensão entre nós era quase palpável. Sabia que ela estava testando meus limites, esperando que eu cedesse. Mas, por mais que meu corpo reagisse à proximidade dela, eu não cederia tão facilmente.

—Vamos ver quem manda quando eu voltar do trabalho - respondi, contendo um sorriso enquanto pegava minha bolsa.

Desci as escadas, sentindo Giovanna logo atrás de mim, seus passos firmes, quase predatórios. O som dos nossos passos ecoava pelo corredor silencioso, e eu tentava ignorar a presença dela, concentrando-me na ideia de que estava prestes a sair de casa.

Mas, quando menos esperava, senti a mão dela no meu braço, puxando-me para trás.
Antes que eu pudesse reagir, os lábios dela encontraram os meus. com uma urgência e intensidade que me pegou de surpresa. O beijo foi rápido, mas carregado de tensão, como se Giovanna estivesse tentando deixar sua marca em mim.

Meu coração disparou, e por um instante, quase esqueci todas as minhas promessas de manter as coisas profissionais entre nós. O gosto dela era inebriante, e o calor do corpo dela contra o meu só fazia a chama que sempre ardia entre nós queimar ainda mais forte.

Quando finalmente nos separamos, os olhos dela brilhavam com aquele olhar desafiador, como se soubesse exatamente o que tinha feito comigo.

— Agora eu deixo você ir também, meu amor - disse ela com um sorriso satisfeito, soltando meu braço e se virando para voltar para o quarto, como se nada tivesse acontecido. 

Respirei fundo, tentando recuperar o controle enquanto me dirigia à cozinha Dona Fátima já havia preparado a mesa, e o cheiro do café fresco e dos pães quentes me trouxe um pouco de conforto.

Sentei-me e comecei a comer, mas não consegui parar de pensar naquele beijo. A chama que Giovanna havia acendido em mim ainda queimava, e eu sabia que ela não iria desistir tão facilmente.

CEOOnde histórias criam vida. Descubra agora