Capítulo 23

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~MAYA MANOELLA TORRES~

Finalmente consegui largar, bom, finalmente não, porque estou aqui contra a vontade da minha patroa, que também é minha mulher, né? Estava arrumando as coisas para sair, mas um assobio chamou minha atenção.

Olho para o canto e vejo Xavier. Ele parecia tímido, algo que nunca tinha visto nele. Fui ao seu encontro, afinal, meu amigo... ou quase isso, ou mais que isso, aí, não sei.

— Oi, Xavier, por que tá aí no canto?

— Não queria que a Giovanna nos visse conversando - ele diz, olhando para trás de mim. - Casou mesmo com a Torres, Manu?

— Sim, Raphael, eu casei com a Giovanna, desculpa não te falar, é que tudo aconteceu tão rápido, eu nem consegui comunicar.

— Tudo bem, mas está com ela porque a ama? Ou porque ela te induziu a isso?

— Que? Claro que não, Xavier - tento responder, mas ele não me deixa terminar.

— Qual é, Manoella, você não é a primeira a receber um contrato milionário para se casar com ela! A diferença é que dessa vez ela foi mais esperta, porque fez você assinar.

— Como é? - digo, incrédula.

— Deveria conhecer a pessoa melhor antes de entrar na casa dela, Garcia. Não sabe quem é a Giovanna - ele diz, pegando meu queixo de uma forma um pouco mais bruta.

— Xavier, para, você está me deixando com medo - digo, tirando meu rosto das suas mãos

— É pra ficar mesmo, Manoella Torres
— ele diz e sai, e a Giovanna chega logo em seguida.

— O que ele estava dizendo para você?
— Giovanna pergunta, seu olhar penetrante e desconfiado.

— Nada - engulo seco. - Apenas estava nos desejando felicidade.

Giovanna estreita os olhos, claramente desconfiada, e se aproxima, colocando uma mão possessiva em meu ombro.

— Manoella, se tem algo que você precisa me contar, fale agora — ela diz, sua voz baixa e ameaçadora.

— Eu juro, Giovanna, não foi nada - minha voz treme, e eu tento manter a compostura.
Giovanna me puxa para perto, seu olhar frio.

— Lembre-se, Maya, você está do meu lado. E não há nada que Xavier possa dizer que vai mudar isso.

Entrando no carro, fui a caminho toda calada. Giovanna, às vezes, me olhava, mas eu só sentia o olhar dela queimar sobre mim.

— Queria ver meu pai, Torres! - falo saindo do carro.

—Hoje não, Manoella, não tem segurança para ir com você e não tenho como lhe levar - ela diz, travando o carro e andando.

— Eu pego um táxi — falo quase tropeçando para alcançá-la.

— Eu falei não, Garcia! — ela diz quase baixo entre os dentes.

— Mas, Giovanna...

— EU DISSE NÃO, GARCIA! - ela grita tão forte que seu rosto fica vermelho na hora.

— Tudo bem — falo e passo por ela sem nem a olhar mais.

Subo e vou para meu quarto, que é diferente do da Giovanna. Aliás, isso aqui é só um contrato, então ficamos em quartos separados. Me sento na beira da cama e escuto batidas na porta.

— Manoella, me perdoa, eu não queria, abre a porta por favor - Respiro fundo, tentando acalmar a raiva que está fervendo dentro de mim. Levanto-me e abro a porta, encontrando Giovanna do outro lado, com uma expressão que misturava arrependimento e frustração.

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