Capítulo 30

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~MAYA MANOELLA TORRES~

O ambiente ficou em silêncio por um momento, até que um dos diretores, Xavier, que estava me observando atentamente, se levantou, com um sorriso disfarçado.

— Manoella - ele começou, com uma voz que tentava ser casual, mas eu pude perceber a leve tensão por trás.

Eu o encarei com uma expressão de reprovação, meus olhos estreitando-se levemente. Ele percebeu o erro e rapidamente se corrigiu:

— Perdão, senhora Garcia, onde está a
Torres?

Eu mantive minha postura firme, sem deixar transparecer qualquer sinal de nervosismo.

— Ela está se sentindo indisposta esta manhã, então eu serei encarregada de vocês por hoje... Algum problema, Xavier? -

Minha voz soou fria, quase desafiadora.
Xavier hesitou por um segundo, e pude notar um leve incômodo em sua expressão, como se estivesse tentando esconder algo.

— Não... claro que não — respondeu, mas o tom de sua voz não me convenceu.
Eu o observei por mais um instante antes de desviar o olhar, mas aquela breve troca de palavras deixou um clima estranho no ar, um pressentimento que não consegui ignorar.

Assim que a reunião terminou, me retirei para a sala da Giovanna. O ambiente ali era familiar, mas hoje parecia diferente. Talvez fosse a ausência dela, ou o peso da responsabilidade que agora recaía sobre meus ombros.

Fechei a porta atrás de mim e me aproximei da mesa, começando a examinar os documentos e arquivos que poderiam estar relacionados ao desvio de dinheiro.

Na porta, dois seguranças estavam posicionados, e isso me deu uma sensação de segurança momentânea. No entanto, a sombra de desconfiança pairava no ar, e eu sabia que não poderia relaxar.

Enquanto revisava os documentos, ouvi um som do lado de fora, como se alguém estivesse se aproximando. A porta se abriu lentamente, e eu me preparei para enfrentar o que viesse.

— Dona Garcia... — a voz parou de repente. Era Kiara, a última pessoa que eu queria ver naquele momento. Levantei meu olhar, já sentindo a irritação tomar conta de mim.

— Diz, encosto! - falei, minha voz carregada de impaciência. Ela entrou na sala com aquele ar de superioridade que sempre me irritou, os olhos brilhando com uma malícia velada

— Cadê a Giovanna? - perguntou, com uma expressão que tentava ser inocente, mas que eu sabia estar cheia de segundas intenções.

Eu a encarei por um momento, sentindo meu sangue ferver.

— Deve estar no meu bolso — retruquei, a ironia escorrendo pelas palavras. Kiara me olhou com desprezo, mas manteve o sorriso cínico nos lábios

— Engraçado. Parece que a senhora Garcia tá se achando demais por aqui, hein?

Eu me levantei da cadeira, sentindo a raiva crescer dentro de mim.Kiara sempre soube como apertar meus botões, e hoje não era diferente.

— Olha, Kiara, se você não tem nada de útil para dizer, sugiro que saia da minha sala antes que eu peça para os seguranças te acompanharem até a saída.

Ela deu um passo à frente, desafiadora.

— Só espero que esteja à altura, Manoella.
Porque se algo der errado, vai ser você quem vai ter que lidar com as consequências.

Eu não recuei. Mantive meu olhar firme no dela, sentindo o clima entre nós ficar cada vez mais pesado.

— Pode deixar que eu cuido disso. E da próxima vez que pensar em entrar aqui sem ser chamada, lembre-se de que quem manda nesta sala agora sou eu Kiara ficou em silêncio por um momento, os olhos fixos nos meus, antes de finalmente dar meia volta e sair, fechando a porta com um baque leve.

CEOOnde histórias criam vida. Descubra agora