CEO

Capítulo 11

~MAYA MANOELLA GARCIA~

Eu estava na sala de estar, ainda processando as palavras de Kiara, quando a porta se abriu e Torres entrou. Ela se aproximou, seu olhar intenso refletindo a luz que entrava pela grande janela de vidro.

— Não toca, Torres - eu disse, sem me mover, com a raiva ainda fervendo dentro de mim.

— Que... por que? — A confusão e a irritação na voz de Giovanna eram palpáveis.

— Só está protegendo ela porque é o novo brinquedo da vez — eu imitei o tom cruel de Kiara, sem me importar com a frieza em minha voz. — Gosta de novatas, né, Torres? Eu sou só mais uma na sua lista suja.

Giovanna parou em frente a mim, a raiva agora evidente em sua expressão. Seu olhar era cortante, e suas palavras saíram com uma crueldade calculada.

— Então é assim que você me vê, Garcia? - Ela perguntou, sua voz carregada de desdém.

— Você acha que estou aqui para brincar com você? Se você acha que eu estou te protegendo porque você é algo especial, está completamente enganada. Você é apenas mais uma funcionária na minha vida. E, sejamos honestos, você foi a mais fácil de acontecer. Apenas mais uma que se abriu para mim sem pensar nas consequências.

Senti o impacto das palavras de Giovanna como um soco no estômago. A frieza e a crueldade nas suas palavras eram como uma lâmina afiada. Eu tentei não demonstrar o quanto aquilo me afetava, mas era impossível não sentir a dor.

— Então é assim? - Minha voz saiu trêmula, mas firme. — Apenas uma peça descartável na sua coleção de conquistas?

— Exatamente - Giovanna respondeu, seu tom não deixando espaço para dúvidas. - Você não é nada além de uma distração momentânea. Se você não pode lidar com isso, então é melhor você se afastar antes
que eu fique ainda mais entediada com você.
Eu me levantei do sofá, encarando-a com uma mistura de tristeza e indignação.

— Você pode me ver como quiser, Torres, mas saiba que eu não estou aqui para ser mais uma de suas conquistas passageiras. Se é assim que você trata as pessoas que entram na sua vida, então é melhor que eu siga em frente e encontre alguém que saiba realmente valorizar o que eu tenho a oferecer.

Giovanna  me observou com um olhar impassível, como se estivesse desinteressada.

— Faça o que achar melhor, Garcia. Se você não pode aceitar seu lugar nesta dinâmica, então realmente não tenho tempo para você

Eu respirei fundo, tentando manter a compostura enquanto a observava se afastar.
Suas palavras ecoavam na minha mente, mas eu sabia que precisava seguir em frente e não deixar que isso me definisse.

Eu me afastei de Giovanna, sentando-me em uma das cadeiras próximas, tentando processar a brutalidade das suas palavras. Permanecei ali por alguns minutos, tentando recuperar a compostura e a clareza. Mas então, um estrondo vindo da sala de Giovanna me fez levantar abruptamente.

Quando entrei novamente na sala, a cena era desoladora. A sala estava revirada, móveis quebrados e papéis espalhados por toda parte. Giovanna estava de pé no meio da confusão, com os olhos vermelhos e inchados de tanto chorar. Sua fúria estava evidente em cada movimento, e a tristeza em seu rosto era palpável.

— Eu queria que você nunca tivesse aparecido aqui para trabalhar, sua imprestável! Você é um inútil, eu odeio você, GARCIA! - Giovanna gritou, sua voz embargada pelo choro. As palavras saíam com uma intensidade crua, e eu nunca a tinha visto tão vulnerável.

Fiquei parada na entrada, sem saber como reagir. O choque e a compaixão lutavam dentro de mim. A Giovanna que estava diante de mim era completamente diferente da mulher que eu conhecia, agora parecia tão quebrada quanto a sala ao seu redor.