O Inicio

662 26 4
                                    

Acordei pelo alarme insistente do despertador e rolei na cama, preguiçosa. Se tinha uma coisa que eu odiava era acordar cedo, e odiava mais ainda acordar cedo todos os dias. Mas era uma obrigação da qual não posso fugir. Primeiro no ensino médio, agora na faculdade e em breve em um emprego.

Me arrastei pelo quarto em direção ao banheiro e minutos depois voltei totalmente desperta. Escolhi uma calça jeans justa de aparência surrada e uma camiseta branca pelo clima quente que se seguia a alguns dias, e um casaco preto. Vesti-me e preparei a bolsa, tomei uma vitamina rápida e saí do apartamento. Peguei o elevador junto com a vizinha do andar de cima e fui para o estacionamento.

Entrei no meu Audi e dei partida. Meu carro foi um presente pela entrada na faculdade, minha mãe e seu marido iam bem de vida com os lucros da empresa dele. Graças ao segundo casamento de minha mãe, eu levava uma vida confortável financiada a meu contragosto por Fernando, o marido dela.

Minha mãe ficou viúva muito cedo, e o novo casamento fez bem a ela. Fernando a oferece uma vida confortável e feliz na França, e foi um bom pai pra mim enquanto morei com eles. E eu vivo de uma mesada muito generosa, um salario considerável de meu estagio numa empresa sócia de Fernando, de onde pretendo sair assim que arranjar um emprego na aria que realmente me interessa.

Cheguei na faculdade com alguns minutos de folga, então sentei-me em uma das escadas e puxei um livro para começar a ler.

"A Europa, desde os remotos tempos, é acalentadora dos gostos e prazeres da vida. Agradando diversos gostos, desde os mais recatados e reservados aos excêntricos e despojados. Terra de beleza e cultura, também era acolhedora do sobrenatural."

— Leitura interessante? —Perguntou Julia sentando-se ao meu lado.

— Estava começando. —Respondi.

— Duvido que seja algo que prenda. Esses livros aconselhados na aula de História são enfadonhos.

Julia era um tanto reclamona. Poucas coisas a agradavam sem que a deixasse reclamar, mas também sabia ser uma boa companhia. Somos amigas desde o colegial e cursamos a mesma universidade de medicina. Ela é loira e bronzeada, com seios grandes, mas pouca bunda; não que isso a desvalorize na hora de chamar atenção dos homens. Eles vêm como irmãs.

Ao contrario de mim, que sou branca quase pálida e a única cor forte em mim vem de meus cabelos negros e olhos castanhos escuros, tenho seios um pouco pequenos, mas em compensação tenho um corpo mediano, com bunda, coxas suficientemente grosas e uma cintura agradável. A maioria dos meus amigos, inclusive Julia e Renato, dizem que tenho um corpo de parar o transito, mas eu não me apego a isso.

— Ei, Cristina... —Julia chamou. — Soube que Teodoro está preparando uma surpresa para a aula de dissecação.

Teodoro é o medico/professor que supervisiona as aulas praticas da turma. Um homem de trinta e poucos anos, alto, cabelos iniciando a fase grisalha e bom humor em pessoa.

— Que surpresa? —Perguntei curiosa.

— Parece que arqueólogos encontraram um cadáver muito velho e realmente interessante, pois apesar do tempo estimado que supõem, ele não está muito arruinado. Quase nada, pelo que ouvi dizer.

Julia é muito bem informada, se algo acontecer na faculdade, pode ter certeza que ela vai saber algo à respeito.

— Está dizendo que ele conseguiu que o corpo foi estudado por nós? —Perguntei surpresa.

— Não, ele conseguiu que aceitassem que alguns alunos estivessem presentes durante o estudo do corpo. —Corrigiu ela.

— Uau.

PulsaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora