— TEM ALGO AQUI! —Gritou alguém. — Sammy, olha isso...
Era madrugada, os trabalhadores começavam o serviço cedo para que fosse concluído sem demora. Os homens pararam o trabalho de escavação no terreno abandonado e se aproximaram do buraco que estava sendo feito pela escavadeira. Todos formaram um circulo ao redor, olharam uns para os outros e voltaram a encarar o achado ainda no buraco e parcialmente coberto de terra.
— Parece uma caixa. —Disse um deles. — Vamos dar uma olhada.
O rapaz, de vinte e poucos anos, desceu a frente e se aproximou do achado. Ele examinou as laterais e tocou a madeira desgasta e quase apodrecida. Seu dedo roçou em alguma farpa solta e o rapaz rapidamente recuou o dedo à boca, porém uma gota de seu sangue ficou sobre a madeira. E seu aroma chegou ate lá dentro, um cheiro convidativo à vida.
— Parece um caixão. —Ele disse aos outros.
Antes que pudesse voltar para fora do buraco, a tampa foi rompida com um estrondo e voou para longe. Todos os olhares surpresos e amedrontados acompanharam a cena bizarra que se seguiu.
Uma mulher, de pele enrugada e translucida acabava de sair do caixão. Ela pulou em cima do rapaz e então estraçalhou sua garganta, se deliciando com o sabor de seu sangue. Todos os outros tentaram fugir, mas um a um, foram caçados e tiveram um mesmo fim:
Deram sua vida para devolver a dela.
Genebra, 08:35 pm
— Vamos Karan, essa lareira não vai me dar uma revanche! —Resmungou Conrad.
Karan por outro lado não estava com cabeça para mais uma partida de xadrez. Ele tem feito isso todas as noites, por muitas noites. "Cinco anos", pensou ele irritado, "cinco anos sem Cristina". Ao fechar os olhos, a lembrança dela veio nítida e fácil.
Conrad soltou um suspiro e desistiu do jogo. Puxou sua poltrona para perto da lareira e ficou observando as chamas dançarem. Ele sabia que Karan estava entediado, irritado, aborrecido... E logo ele iria querer partir. Conrad conseguiu tardar sua partida por cinco anos, mas sabe que não vai continuar tendo muito sucesso.
— Esse é problema de se ter a eternidade, meu amigo. —Disse Conrad. — A solidão de não ter ninguém é esmagadora, mas a de ter perdido alguém é ainda pior.
Karan ia responder quando Mabel, a empregada vampira, adentrou na sala com o aparelho de telefone em mãos.
— É para o senhor Denski. —Disse ela. — Johann Vicent.
Karan estranhou a ligação de Johann, fazia tempos que não o via mais. A ultima vez fora aqui mesmo, em Genebra, quando ele veio à uma reunião de suas empresas. Porém, sem dizer nada, Karan estendeu a mão e recebeu o aparelho.
— Sim? —Disse ao atender.
— Escute isso! —Johann disse entusiasmado. — "Quinze é o numero de trabalhadores que desapareceram nessa madrugada. Nenhum corpo foi achado, nenhum vestígio do que possa ter acontecido. Apenas um buraco onde foi encontrado um caixão aberto e sangue por várias partes aleatórias do terreno..."
— O que é isso? —Karan interrompeu a leitura.
— Isso, meu amigo... —Johann riu animado. — É uma matéria sobre o desaparecimento de quinze homens. E adivinhe onde eles sumiram? Onde este caixão foi encontrado? Ou melhor... Que caixão é este?!
Karan teve medo de deixar seu pensamento acompanhar as indiretas de Johann. Ele teve medo de ter esperanças vãs, mas seu coração já batia descompassado.
— É a antiga mansão, Karan. —Disse Johann. — O terreno que você resolveu vender. O novo proprietário mandou demolir e escavar o solo... Encontraram o caixão dela. Quinze homens sumiram e tudo que ficou para trás foi sangue e um caixão vazio! É ela, Karan!
"É ela..." A frase se repetiu em sua cabeça. Entorpecido pela onda de sentimentos, tudo que ele pensava era nela. "Ela". A ideia parecia absurda, mas não era impossível.
— Arrume minha mala, Mabel. —Disse Karan. — Tenho alguém para encontrar.
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Quem será? haha
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Pulsação
VampireCristina Levy é estudante de medicina e é sorteada junto com mais cinco colegas de classe para assistirem uma dissecação de um cadáver encontrado por arqueólogos na Espanha. O que ela não esperava era que uma simples gota de seu sangue despertaria...