Cristina.:
Acordei tranquila no silencio da casa. Fiquei alguns minutos ainda deitada, e então, criando coragem, levantei e fui direto para o banho. Já fazia quase uma semana que Karan não estava aqui. Me perguntei por onde andava e fazendo o quê.
Tomei banho relaxadamente e vesti as roupas intimas ainda no banheiro. Costumava fazer isso quando estava nesses dias, menstruada. Se existe uma mulher na Terra que não odeia esses dias, ela é completamente louca e anormal. Esses eram os cinco dias mais tenebrosos para mim.
Agradeci por Karan não ter estado aqui esses dias. Será que ele pode sentir? Melhor nem querer saber. Voltei para o quarto e vesti uma saia de tecido preto e regata branca. Deixei o cabelo molhado cair à minhas costas e fui para a cozinha, comer algo. Dei de cara com uma mesa colocada.
Paralisei no mesmo lugar.
— Bom dia. —A voz de Karan veio detrás de mim.
Virei-me e o encarei. Usava calça de couro falso, botas e uma camisa cinza de mangas cumpridas puxadas acima dos cotovelos. O cabelo estava o mesmo e a expressão debochada e sedutora também. Sua pele tinha mais cor e o olhar estava mais vivo e intenso. Ele esteve se alimentando.
— Quando voltou? —Perguntei.
— Hoje de madrugada.
— Onde esteve?
— Sente-se e coma, precisa se alimentar.
— Não estou com fome. Onde esteve, Karan? —Repeti.
— A verdadeira pergunta que quer fazer é: "o que fez?". —Corrigiu-me. — E sabe a resposta para ela.
— Matou quantas pessoas?
— Isso é desnecessário, agora sente-se e coma. Preparei seu café da manhã.
Não respondi, apenas sentei e o observei pilotar o fogão, era uma linda vista, admito.
— Está de mau humor? —Perguntou quase afirmando. — Imagino que seja resultado da perca mensal de sangue, o que me faz insistir que coma. Perder sangue pode matar, sabia? —Ele estava com aquele sorriso zombeteiro no rosto.
— O que disse? —Perguntei incrédula.
— Posso sentir, Cristina. —Falou sabendo que eu sabia à que se referia. — É de minha natureza.
Sua voz não demonstrava nada, nenhum constrangimento pelo assunto, nada. Só diversão e naturalidade. "O filho da mãe sente a minha menstruação! Parabéns, Cristina, agora você tem a resposta para a pergunta que se fizera minutos atrás." Pensei irritada.
— Isso te incomoda? —Ele perguntou colocando um prato em minha frente.
— Isso o quê? A salada? Não.
— Eu sentir sua menstruação.
Arregalei os olhos e o fitei perplexa. Santo Deus, esse homem é maluco! Ele não sabe que mulher só fala dessas coisas com: 1:amigas/mãe, 2:medico e 3:marido ou namorado?
— Por que a surpresa? —Ele parecia não entender. — Sou vampiro, é de meu instinto sentir o sangue.
— Não acho que ESSE sangue seja um tipo desejável. —Comentei seca.
— Se engana, minha cara. —Disse ele deixando o sorriso perder-se e seus olhos ficarem intensos. — ESSE é exatamente o tipo de sangue que me atrai. Saber que ele flui entre suas pernas, quente e convidativo a muito mais que saciar só a sede...
— Eu já entendi, pode parar! —Cortei-o me levantando da mesa.
Só o que me faltava, esse vampiro se excitar com minha menstruação. Vai sonhando! Senti seus passos atrás de mim e quando virei-me, ele estava bem à minhas costas. Dei de cara com a parede de músculos do seu peito.
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Pulsação
VampirCristina Levy é estudante de medicina e é sorteada junto com mais cinco colegas de classe para assistirem uma dissecação de um cadáver encontrado por arqueólogos na Espanha. O que ela não esperava era que uma simples gota de seu sangue despertaria...