𝐂𝐚𝐫𝐫𝐢𝐞 𝐌𝐢𝐥𝐥𝐬 | onde Carrie tem que lidar com toda a história do caratê se quiser ter uma adolescência normal em Los Angeles
𝗛𝗮𝘄𝗸 𝗮𝗻𝗱 𝗧𝗵𝗲 𝗖𝗼𝗯𝗿𝗮 𝗞𝗮𝗶'𝘀
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ᵃ ᵖᵃʳᵗⁱʳ ᵈᵃ ˢᵉᵍᵘⁿᵈᵃ ᵗᵉᵐᵖᵒʳᵃᵈᵃ
• . @𝑐𝑜𝑏𝑟𝑎𝐾𝑎𝑖 𝑎𝑙𝑡𝑒𝑟𝑛...
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JÁ ERA QUASE HORÁRIO DO ALMOÇO quando Miguel, Carina e o sensei terminaram de arrumar o perfil do homem, deixando apenas para depois de comer a tarefa de tirar algumas fotos dele. Mas, depois de uma batalha mental travada dentro dela mesma sobre ir até o limite e ficar para ajudar ou ir embora e se respeitar, ela optou pela segunda alternativa e se despediu dos dois, pedindo um uber ali na frente do condomínio mesmo. E foi a melhor decisão dela naquele dia, porque a sensação de chutar seus tênis em qualquer canto assim que fechou a porta da entrada e enfiar seu pijama favorito era simplesmente única.
Ela se sentia perdida no meio de mil coisas que poderia fazer, como assistir à Crepúsculo pela quinta vez, ligar para Aisha e passar duas horas chorando no telefone, lavar a roupa que usaria na escola amanhã (o moletom rosa velho e encardido jogado atrás da cama) ou deitar no sofá e esperar até que seu corpo fosse absorvido pelo veludo vermelho enquanto ela descia a tela do TikTok até sentir o último grama de massa cinzenta do cérebro sair pelo ouvido. No entanto, apesar de ser uma alternativa atraente, ela optou por ferver no banho como se fosse um saco de feijão sendo cozinhado. Andou até o banheiro privativo e girou a torneira da água quente minimamente, aumentando as chances de um possível incêndio para 150%. Enquanto a água esquentava, já de toalha, ela abriu o celular, ignorando as 15 mil mensagens de Eli e as 8 mil chamadas perdidas, simplesmente porque não tinha condições de falar com ele. Afinal, o que ela falaria? "Nossa, amor, foi muito feio ter quebrado o braço do amiguinho!" ou "seu desgraçado descontrolado! podia ter me matado!". Não se passava algum diálogo mais atraente em mente.
Assim que ela deixou a toalha cair no chão e pois o primeiro pé dentro do box do chuveiro, a campainha tocou, a deixando mais um passo de distância da paz celestial naquele banho de mil graus. Revirando os olhos e a muito contragosto, ela pois a camiseta e a calça — agradecendo mentalmente por ainda não ter molhado as pernas, porque enfiar aquela calça de lycra no corpo molhado era um inferno — e andou até a porta de entrada, xingando o demônio que a infernizava, que provavelmente era só o entregador com a caixa das roupas que ela comprou pela internet. Ou foi isso que ela tinha em mente quando abriu a porta e se deparou com ele.
— Oi, podemos conversar?
A imagem de Eli, — ao vivo e a cores, e não só um círculo com a foto dele na tela do celular — ainda era um pouco atordoante para ela. Ainda mais quando ela não tinha a menor ideia do que responder, ou como agir. Não sabia se deveria agir indiferente, como se ele não tivesse atropelado seu coração e depois passado em cima de ré, ou se sequer podia chorar na frente dele. Ela nunca havia terminado um relacionamento antes.
Carrie fez um sinal com a cabeça e abriu passagem para que ele entrasse, o que ele fez, e se sentou no sofá de forma desconfortável, como se ele nunca tivesse ido na casa dela antes. Ela engoliu seco e se sentou na quina da mesinha de centro de madeira-escura (algo que já ouviu reclamações de sua mãe antes, mas fez mesmo assim), de frente para ele. Arrumou a postura, respirou fundo e finalmente se virou para encarar o rosto dele, que apresentava alguns arranhões, mas que continuava lindo.