O que seria de mim sem você - Dekutodo Todoroki fem

Ameaça - Cap 17.

Shoto On

Já haviam se passado poucos dias desde os recentes acontecimentos, mas as notícias sobre mim e minha filha ainda eram assunto em toda parte. Alguns curiosos chegaram a tentar invadir a casa dos meus pais na esperança de falar comigo, mas logo foram expulsos, graças ao temperamento firme da minha mãe. Desde então, eles nunca mais apareceram — nem eles, nem qualquer um que ousasse se aproximar.

Apesar de tudo estar relativamente calmo, eu não conseguia me livrar de uma sensação incômoda, como se algo maior que eu estivesse prestes a acontecer. Era como se eu estivesse na mira de algo além do meu controle.

Era início da tarde, então decidi saborear o famoso chá de lavanda, um dos chás mais deliciosos que já provei desde que me mudei para cá. Levo a xícara aos lábios, tomo um gole e, em seguida, um suspiro quente escapa suavemente de minha boca. Ao olhar para o lado, vejo minha sogra próxima à janela, conversando ao telefone. Pensei que fosse uma chamada de trabalho, mas algo me pareceu estranho na forma como ela atendeu, com um seco "O que você quer?". Suas palavras eram curtas, mas ela mantinha a conversa, embora sua expressão logo mudasse. Seu rosto corou de raiva, como se a pessoa do outro lado tivesse feito uma piada de mau gosto ou um comentário sugestivo. Engraçado, era a primeira vez que eu a via assim. Ela foi se afastando lentamente enquanto continuava a conversa, deixando-me sozinha na cozinha, onde antes compartilhávamos um chá.

Mono ainda estava com febre. Devido à fragilidade de seu corpo infantil, ela adoecia com facilidade, então precisava de repouso, uma boa alimentação e a medicação adequada. Izuku estava cuidando dela, enquanto ainda se recuperava das ataduras nos braços. Meu irmão, por sua vez, estava trancado em seu quarto e, pelo que percebi, não queria ninguém por perto — delicado como uma verdadeira donzela.

Meus pais tiveram que sair para lidar com o escândalo causado pela revelação de que me mantiveram escondida. Isso certamente traria consequências para seus trabalhos, tanto ética como moral, mas espero que não seja nada muito grave. Minha mãe, uma diretora no setor de saúde, e meu pai, sócio sênior de um prestigiado escritório de advocacia, terão que enfrentar essa crise de frente.

Termino de beber o delicioso chá e me levanto indo para a pia lavar a xícara, vou em direção as escadas indo em direção ao quarto de Katsuki, a porta estava fechada então bati nela escutando um "delicado" saia daqui vindo dele. Ignoro e entro mesmo assim.

– Olá – Assim que entra no quarto, vejo-o deitado na cama, com os braços cruzados atrás da cabeça. Nenhuma resposta vem da parte dele. Caminho até a cama e me sento à beira dela – Como você está?

– Péssimo, agora que você chegou.

– Imaginei – Faço um pequeno bico, tentando disfarçar minha preocupação, mas meus olhos se fixam nele novamente. A sensação de que algo estava errado continuou a me atormentar desde ontem – Olha, sei que você odeia quando insisto em assuntos que te incomodam-

– Se perguntar de novo como eu estou, eu explodo você.

– Qual é?! Estou falando sério, estou preocupado com você! – Respiro fundo, tentando controlar minha frustração enquanto encaro sua mão, que começava a soltar fumaça – Desde que você foi resgatado e levado para uma delegacia, mamãe e papai disseram que você estava estranho. Não estressado como de costume, mas... pensativo. Depois, quando finalmente falei comigo ao voltarmos para casa, parecia ainda mais distante. Como se algo realmente estivesse te incomodando.

– Você ficou quase dois dias com a Liga dos Vilões, e tudo o que consegui pensar foi no pior. Agora que você está aqui, ainda parece diferente. Distante. Como se algo dentro de você estivesse errado. Por favor, diga-me o que está acontecendo de verdade. Eu fiquei muito preocupada. Quero entender como você está, depois de tudo isso.