Capítulo Oito

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- Seu nome é Pietro. Ele apareceu pedindo trabalho e depois de passar por uma avaliação, foi aceito para fazer parte de minha máfia. - Michel o apresentava para mim. E eu, mais que ninguém, sabia quem era o novo capanga e, principalmente, que seu nome não era Pietro. - Esta é Sofía Perón.

- Muito prazer, Pietro. - Estendo minha mão livre para o novo capanga, entrando no jogo.

- O prazer é todo meu, senhorita. - Retribui o meu aperto.

Não podia acreditar que há minha frente se encontrava o Renan. Realmente, nosso chefe deveria ter um esquema completo. O que me deixou um pouco enfurecida foi a falta de informação que ele me fornecia. Mas ter meu melhor, não só amigo, mas policial também, perto de mim, me deixava mais segura e um pouco imune ao Michel Navarra.

- E posso saber o motivo por estar me apresentando seu novo capanga? - Pergunto curiosa, enquanto tomava um gole do vinho tinto suave.

- Pode retirar-se, Pietro. - Michel o dispensa.

- Sim, senhor. Tenham uma boa noite. - Renan se despede, e nos olhamos brevemente, antes dele deixar a sala. Era incrível a atuação de Renan, nunca pude participar de uma missão junto a ele que envolvesse disfarces e devo confessar, me impressionou.

- De certa forma me sinto culpado por colocá-la nesta posição, Sofía. - Começa a explicar, enquanto aponta o sofá, pedindo formalmente para que eu me sente. E assim o faço, colocando minha taça de vinho na mesa de centro.

- Então porque não me deixa ir embora? - Testo-o, enquanto acompanhava com o olhar as chamas da lareira.

- Porque simplesmente não posso mais. E mesmo que eu pudesse, não conseguiria afastá-la de mim. - Confessa.

Olho-o e ficamos um tempo nos encarando, enquanto me fazia várias perguntas e uma delas sendo o porquê do Michel, mesmo que pudesse me deixar ir, não conseguiria fazer isso.

Ele coloca sua mão por cima da minha, que estava apoiada no sofá. Afasto-a imediatamente, sentindo uma corrente elétrica passar pelo meu braço e se dissipar por todo meu corpo.

- E porque não pode mais? - Continuo a questioná-lo com o intuito de fazê-lo contar algo importante, ignorando totalmente minha reação ao seu toque.

- Entenda uma coisa, Sofía. - Sussurra, sua voz mais rouca que o normal. - Quando você entra na vida de um mafioso e começa a se envolver com o mesmo, não existe mais volta.

- Pois eu acho isso impossível, Mafioso. - Me levanto e cruzo os braços. - Sempre existe uma saída, para qualquer assunto e situação que seja.

Ele se levanta também e fica na minha frente, levando suas mãos até meus braços.

- Infelizmente, em meu mundo, não existe isso, Sofía. Eu sinto muito.

Descruzo os braços com brutalidade, fazendo-o me soltar.

- E porque não? - Desafio-o, erguendo o queixo.

- Logo irá entender.

Michel vira as costas para mim, começando a se afastar e por impulso, vou atrás dele e seguro em seu braço.

- Pois então me faça entender, Mafioso! Faça-me entender o porquê não pode me libertar desse mundo que você mesmo fez questão de me colocar, sem pensar nas consequências.

Em um piscar de olhos, meu corpo estava sendo chocado com o de Michel e seus dedos enrolavam meus cabelos, os apertando com força.

- Você realmente está me pedindo para que eu mostre, Sofía? - Pergunta. Seus lábios perigosamente perto dos meus.

Misterioso MafiosoOnde histórias criam vida. Descubra agora