Capítulo Dez

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- Se me permite fazer um elogio, Srta. Perón... - Lorenzo começava a dizer. - Você dança muito bem. Michel não exagerou em seus elogios.

- Muito obrigada. - Agradeço, percebendo que Amelia não estava sentada a mesa. - Onde está sua filha?

Ele suspira antes de responder.

- Foi convidar esse novo capanga para uma dança.

Arregalo os olhos e procuro pelos dois, até que os vejo em um canto. Pela expressão de Renan, ele não estava muito contente com a conversa acalorada que os dois estavam tendo. Estou prevendo que isso não irá terminar bem.

- Está com ciúmes de sua filha, Lorenzo? - Michel pergunta, se divertindo.

- Ela é apenas inocente demais. Não acredito que está permitindo que esse seu novo capanga de meia tigela esteja tendo contato com minha filha.

- Eu controlo a vida de meus funcionários até certo ponto, não irei proibi-lo de se envolver com sua filha. Afinal, ele trabalha para mim, se acontecer algo, aí sim eu posso intervir. - Que o Renan não faça nenhuma burrada com a filha de Lorenzo Sartori, senão ele seria um homem morto! - Hoje eu gostaria de cuidar apenas de meus interesses... - Diz, com sua voz rouca, olhando para mim, enquanto passa a mão pela minha coxa por baixo da mesa.

Rapidamente fecho minhas pernas, pegando em sua mão e a afastando.

- E quais seriam estes interesses? - Pergunto, olhando fixamente para os seus olhos.

Ele fica me olhando por longos minutos, antes de se aproximar e colocar meus cabelos para trás. Segura a base da minha cabeça, enrolando meus cabelos em seus dedos. Não conseguia me mover, seu olhar estava me hipnotizando e seus dedos em meus cabelos, massageando-os lentamente, estavam me manipulando, me deixando em transe. Eu era uma completa marionete em suas mãos.

Sem conseguir lutar contra, fecho meus olhos e jogo lentamente minha cabeça para trás, abrindo involuntariamente meus lábios. Nunca pensei que eu, Verônica Lazzari, estaria ansiando por um beijo de um mafioso.

Sinto-o chegar mais perto, seu hálito quente em meu rosto. Cheiro de menta mesclado com tabaco. Um cheiro afrodisíaco de Michel Navarra.

- Como é bom vê-la entregue a mim, na frente de todos... - Ele sussurra.

Não queria que ele estragasse esse momento com suas insinuações desnecessárias, por isso escolho não respondê-lo. Apenas avanço meus lábios em direção aos seus, mas ele se afasta a cada tentativa minha.

Ele ri baixinho, fazendo com que eu abra meus olhos e pare de avançar.

- Aqui não, Sofía... Por mais que eu queira beijá-la... - Leva uma de suas mãos até meu rosto e passa seu polegar em meu lábio inferior, fazendo com que leves tremores passem pelo meu corpo. - ...Por mais que eu queira sentir seu gosto novamente... - Ele leva seu rosto até meu pescoço e roça sua barba pela curva do mesmo. Não evito e solto um gemido baixo. Sentia que meu ventre estava prestes a explodir apenas ao sentir a barba dele em minha pele. - ...Aqui não é o lugar, quero estar a sós com você. - Após dizer isso, se afasta rapidamente, me deixando totalmente frustrada.

Não acredito que isso acabou de acontecer... Como eu pude ter ansiado por ele agora? No meio de toda essa gente?

Levanto-me repentinamente.

- Aonde vai? - Michel me questiona, levantando também.

- Não posso mais ir ao banheiro? - Pergunto irônica e frustrada.

- Claro que pode, Sofía. Seguindo em direção ao bar, você já verá o banheiro feminino.

Sem respondê-lo vou imediatamente em direção ao banheiro, entrando rapidamente, fechando a porta com força e me apoiando na mesma. Estava totalmente ofegante e sentia minha calçinha um pouco molhada.

Misterioso MafiosoOnde histórias criam vida. Descubra agora