As feridas já estavam secando, já a dor parecia se duplicar ainda mais a cada passo na floresta escura e densa.
A sua missão foi concluída com êxito, mas infelizmente não do jeito que pensava que iria terminar.
Segurando a costela machucada e tentando equilibrar a Katana na outra mão, a neve nos seus pés estava cada vez mais pesada quase impossibilitando sua caminhada.
Se você não achasse algum lugar agora iria morrer. Por hipotermia, fome ou perda de sangue.
A pequena fumaça quente saindo da sua boca te dava poucos segundos de calor que logo eram substituídos pelo frio intenso nos rasgos da sua roupa.
Com a sua visão ficando turva cada passo ficava mais difícil.
Sua cabeça doía, suas roupas sujas de sangue quase te colavam na costela.
A única coisa que conseguia fazer era tentar não desmaiar.Por sorte vê ao longe um brilho quase imperceptível nas folhargas de árvores.
A visão estava borrada, as lágrimas que não paravam de cair te cegava. A única coisa que conseguia sentir era a cada vez mais intensa dor na sua costela. Seus olhos começavam a se fechar e um grande desejo de dormir te atingia com força, mas o brilho parecia ser o seu ultimo suspiro.
Contando o fôlego consegue caminhar até finalmente se livrar das árvores. Entretanto seu limite chega com o corpo caindo na neve fofa na frente da casa. O corpo pesado e cansado se afundando no branco gélido, a água descongelada entrando nas narinas.
Seus sentidos pareciam cada vez mais entorpecidos. Braços e pernas não moviam, os únicos sentidos ativos eram a dor e o frio intenso passando por seu corpo.
O som da porta sendo aberta era fraco e quase inaudível, apesar de ser tão próxima. Um par de mãos firmantes levantaram seu corpo quase inconsciente.
As pernas não te sustentavam, enquanto a visão ainda estava borrada conseguiu ver silhuetas e ouvir palavras distantes. Seu corpo foi carregado para dentro da casa, em pouco tempo quente tomava conta de você.
— Prepare uma água quente!
— Cobertores! Cadê os cobertores?
— Coitadinha, ela parece estar morrendo de fome!
O som de coisas e pessoas se movendo rapidamente tomava conta da casa.
Não conseguia identificar o que falavam apesar de estarem muito próximos, as palavras ainda eram distantes.Sentiu o macio da cama, da água escorrendo por seu corpo e o sono pesando vindo. Finalmente conseguiu dormir.
♡♡♡
Quando acordou a confusão veio. Levantando seu corpo com força sente o agudo de seus machucados que agora estavam bem higienizados e cobertos por gazes bem feitas. O quarto era espaçoso e quente, decoração simples e bem iluminado.
Onde estava? Não conseguia se lembrar de nada.
Você olhou suas roupas diferentes. Alguém tinha te despido sem sua autorização?
A confusão era cada vez maior.
Não sabia quanto tempo tinha se passado. Ainda sentia a dor da costela, mas agora era um pouco mais manejável, as roupas que vestia agora eram simples e largas.A fome tomava conta do seu corpo, mas o desejo de entender o que acontecia era mais forte.
Lá fora se ouve vozes, o som de pessoas mexendo coisas e conversando se aproximava.
— Estamos entrando!— E logo a porta fina foi arrastada.
Três mulheres preocupadas apareceram no quarto. Um pequeno vermelhidão passa no seu rosto pela lembrança da troca de roupas e por serem tão bonitas.
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