Satoru Gojo sempre foi ciente da sua posição no mundo das artes espirituais. Ele era inigualável, um prodígio.
Mas, havia uma aluna particular que capturou o interesse dele de um jeito diferente. Era alguém cujo potencial notou muito cedo.
Não era nada além de obsessão.
Sempre observava de perto, sempre perto quando podia. Como um escravo devoto a um deus, Gojo sempre se colocava a seus pés.
Um homem preso pela prisão do desejo.
O mais sujo do planeta terra.
Asqueroso, nojento e perverso. Contaminado pelos pensamentos mais grotescos de todo esse mundo, corroído pela vontade do homem em ter algo que não pode ter.
Satoru Gojo jamais entendeu os sentimentos que nutria sobre sua aluna favorita. Era tudo tão... estranho. Confuso.
Mas, ele a desejava. Nesse mundo podre e cruel, onde cada alma tinha uma função a cumprir, queria apenas uma coisa.
Ninguém mais merecia sua devoção além de você. Era seu pequeno passatempo secreto.
Ele agia como um homem desesperado, mesmo que nunca o admitisse abertamente.
Sabia que você nunca o amaria de uma maneira romântica— é muito mais jovem e ingênuo, enquanto ele é um homem já quebrado.
Não é amor. Não é amizade. Mas Satoru continua a se agarrar como se fosse sua única esperança numa prisão sem saída.
O amor transformado numa obsessão perversa. Só estava esperando o tempo certo, e ele chegou no momento em que completou 18 anos.
E quando descobriu que Megumi, seu doce Megumi, gostava de você. As coisas saíram um pouco de controle.
Ninguém iria tocar em algo que era seu.
— Quero te pedir um favor, Megumi.— diz com a mão pesada no ombro do aluno, em um corredor distante dos demais.
— Ah?— Megumi franziu o cenho, um pouco desconfiado pela expressão sombria gravada no rosto do professor.
— Você gosta dela, não é mesmo?— Gojo perguntou, sem rodeios, embora houvesse um toque de leve ameaça na sua voz.
Megumi, em seu típico jeito imperturbável, simplesmente o encarou. Não havia razão para fazer o contrário, não era um bom mentiroso.
— Sim.— responde ele.
Não era uma confissão de amor ou algo do gênero. Apenas uma palavra simples, um simples sim. Mas para Satoru, significava que ele tinha planos para você. Ele iria competir com Megumi.
Não podia permitir que alguém tomasse algo que era seu.
A mão pesada em seu ombro ficou mais forte, quase machucando. Mas é claro, Megumi não é nenhum fraco, não demonstra nenhuma dor, não se mexia. Simplesmente encarou Gojo de volta com olhos sem expressão.
— Você não tem nenhuma chance com ela, Megumi.— Gojo soltou rapidamente. A voz dele era calma, mas carregava um aviso claro de perigo.— Só não quero que fique magoado no futuro, sabe que me importo com você.
Se inclinou um pouco mais, o olhar preso ao rosto do aluno. Havia um tom frio na voz dele.
— S/N não é seu brinquedo.— rebateu, ainda encarando Satoru diretamente nos olhos. Ele não recuou, não se encolheu perante aquela pressão sombria.— Sei o que está tramando.
Simplesmente ficou firme, mostrando coragem apesar do medo que sentia.
— Te respeito bastante, é meu melhor aluno e só quero as melhores coisas pra você.— o albino admite, a raiva transferindo em sua mão.— Mas não se mete nas minhas coisas, odeio compartilhar.
