— Eu estou certo, senhorita?- A sua voz rouca encheu seus ouvidos.
Caramba, que ideia estúpida do Kurapika me deixar sozinha com esse cara.
Era de se esperar ficar nervosa enquanto o líder da trupe fantasma esta amordaçado, sentado no carro no banco de trás.
Porra, só eu tinha carteira de motorista aqui? Não fiz o exame pra isso. Você pensou.
Seus pelos estavam tão arrepiados, com medo de qualquer movimentos desse homem, ele podia matar em segundos.
Você olhava para os lados rapidamente, as mãos suadas no volante, segurando tão firme que meus dedos ficaram brancos. Não queria falar com ele.
Apenas dirija, e de uma olhada nele enquanto eu e Melody resolvemos umas coisas...Que coisas são essas? Já vai dar meia hora e nada!
— Cala a boca...- Bate sua cabeça no volante irritada. Esse cara não fica quieto um minuto.
Chrollo permaneceu em silêncio, observando-a de perto. Seus olhos brilhavam com uma diversão maliciosa, apesar das restrições às quais ele estava sujeito.
Ele sempre foi um homem astuto e paciente, capaz de planejar seus próximos passos com calma e precisão.
—Parece estar nervosa, está tudo bem?
Você não responde.
— Deve ser muito irritante terem colocados suas habilidades em um nível tão baixo como esse. Você parece ser forte.
Silêncio.
A sua cabeça encosta ainda mais no volante, as sobrancelhas franzidas. Se ele conseguisse entrar na sua mente, não daria certo. Você é muito sensível, como um violino.
E o grande problema aqui é que Chrollo sabia quais cordas tocar.
— Se você se juntasse a mim, eu não te limitaria a nada.- Ele diz suavemente, a voz abafada pelas correntes.
O carro estava estacionado em um beco escuro, a rua vazia.
— Da pra você calar a boca...?- Você sussurra.
O único som que entrava no carro era o barulho do silêncio. Por um breve momento, ele permaneceu em silêncio, sem falar nada, a única indicação de sua presença sendo seu olhar penetrante que estava fixado em você.
Ele inclina a cabeça, parecendo estudá-la. Um olhar penetrante que analisava cada movimento e expressão dela.
— Desculpe, não consigo resistir.
— Então tente.
— Mas esse é meu trabalho, me aliar e tentar convencer pessoas poderosas como você.- Ele ri sarcasticamente.
Não conseguia esconder sua cara bufando irritada.
Um riso escapou dele suavemente, e ele inclina o corpo à frente, apesar das correntes.
— Você é mesmo uma pessoa interessante.
Chrollo permaneceu um pouco mais de tempo em silêncio, pensando em suas palavras para escolher com cuidado, sabendo quais cordas tocar para provocá-la. Era isso que ele gostava de fazer. Jogar com o fogo.
Ela finalmente se vira, o olhando irritado.
- Eu não tô afim de entrar nessa sua organização estúpida. Kurapika já é meu chefe. Muito melhor que você, pra falar a verdade.
Um olhar cheio de divertimento cruzou o rosto de Chrollo, apesar das correntes que o mantinham preso. Ele inclina a cabeça, como se analisando-a.
- É mesmo?- Ele murmurou, a voz suave e carinhosa. Chrollo permaneceu quieto por um tempo, sabendo quão sensível era você.- Eu me pergunto se isso é verdade. Se ele fosse um bom chefe, quem estaria o ajudando era você e não aquela garota. Você só é uma simples motorista.
