Ter Toji como personal era bastante dolorido, não só para os seus músculos como também nos seus desejos mais íntimos.
E ele não pegava leve, muito pelo contrário. Entretanto todo aquele esforço tinha te deixado com o corpo mais robusto e parecia que estava pronta para enfrentar tudo.
Tentar conseguir a atenção de alguém que viva na boca do povo era exaustivo. Depois de algumas semanas, as mulheres da academia já não te olhavam com a mesma cara. Até mesmo inventaram coisas sobre você.
Ter dado o seu número para o moreno não foi uma má escolha. Não te perturbava, não mandava coisas indesejadas...Mesmo que no fundo quisesse.
Foi aí que o inesperado aconteceu, foi demitida.
Você se sente bem mal quando recebeu aquela carta. Estava dando o seu melhor, porém ainda era insuficiente para aquele lugar. Estava claro que estavam procurando uma justificativa para mandá-la embora.
Não que gostasse muito de ser recepcionista, porém trabalhar no ar-condicionado e passar o tempo no computador era muito bom. Sua faculdade de Marketing ainda não disponibilizou um estágio.
Não podia pagar as parcelas da academia, então parou de ir.
Sentia-se bastante desmotivada e deprimida. A vida parecia ter o maior prazer em te ver sofrer e chorar por dentro, sem nem saber o porquê.
Depois que seu seguro desemprego acabou— Não tinha durado nem 1 mês.— a única solução era deixar seu currículo por toda aquela cidade. E foi assim que passou o seu dia.
Que bom que já tinha sua moto quitada, se não estaria mais lascada ainda. Você tenta sair do estacionamento de uma pequena loja de suplementos, até que é interrogada por um ser de cabelos pretos espetados.
— Desistiu de malhar foi?— Toji parecia um pouco preocupado. Você também não tinha mais respondido suas mensagens.
— Fui demitida.— Responde sem maior comoção a pergunta feita de repente.
— Sinto muito...— Ele parecia diferente, um pouco nervoso.— Olha...Eu estou tentando fazer aulas particulares, não é tão caro quanto a academia. Exercícios mais leves, algo mais calmo. Poderia ser a minha primeira cliente.
— Foi mal, tô zerada.— O som da partida da moto tira a atenção do homem. Queria ir embora dali o mais rápido possível.
— E se for de graça?
Finalmente consegue o olhar com atenção. Ele se inclina e coloca as mãos nos bolsos, em um gesto bastante relaxante.
— Sabe, a saúde é bem importante. Seria horrível se você não pudesse manter a forma desses últimos meses, não é?— Ele te dá um meio sorriso e um olhar brincalhão.
— Tá falando sério ou você só quer algo por trás de toda essa bondade?— Suas sobrancelhas se levantam com sarcasmo.
— Se eu quisesse algo não seria por pouco.— Ele diz.
Você não sabe responder nem se quer pensar sobre isso, seu coração estava acelerado.
— Então, topa?
— Deixa eu ver na minha agenda.— Nem agenda você tinha.— Depois te mando uma mensagem.
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— Chega, não aguento mais!— Seu coração palpitava de cansaço juntamente com sua respiração ofegante.
— Aguenta sim.
