Quando o amor é Mais forte-Volume 2 [Completo]

Capítulo 10

Capítulo 10: (Lavinia)

Quando deu oito horas, um enfermeiro veio medicar Juan com um calmante, e ele acabou dormindo.

Mas eu não fui embora. Agora meus pais saiam da clínica umas 21:00h, e eu resolvi esperar um pouquinho pra ir também.

Fui até a sala dos arquivos da clínica para guarda os relatórios que havia feito do Juan.

Ele é um cara bem legal. A única coisa que me assusta um pouco é que ele mais pergunta sobre mim, do que fala sobre ele mesmo. Talvez ele só não queira se lembrar de alguns acontecimentos da vida dele, tipo, a namorada dele ter morrido assassinada, que era algo muito triste e trágico para qualquer um.

Entrei na sala dos arquivos, que era meio claustrofóbica de tão apertada. Fechei a porta e quando ia me dirigir para perto da prateleira que é guardado os relatórios e informações a mais, acabei batendo em uma pasta em cima de uma das prateleiras de ferro.

Abaixei para pegar a pasta e tive uma surpresa quando vi o conteúdo que tinha nela.

"Informações de Leonardo Mackenzie Reinner"

Era uma pasta do Leo, de quando ele estava na clínica. Abri ela.

- Não acredito.- falei comigo mesma quando vi o que tinha dentro.

Era uma carta, mas não qualquer carta, era uma carta da Alice, junto com um relatório de uma clínica psiquiátrica da mesma. Não entendi o porquê da do relatório, mas a carta eu tinha uma ideia do que era.

Abri-a. Não iria ficar em paz se não lesse aquela carta.

"Meu amor, acho que nunca te chamei assim, acho que nunca te tratei tão bem, e acho que nunca te dei o carinho que você merece. Não sabe como eu queria voltar nem se fosse um dia para poder dizer mais vezes o quanto te amo, e infelizmente eu quase nunca digo isso.

Me desculpe pelas vezes que briguei com você em um dia ruim, me desculpe por às vezes pedir que você parasse de tocar piano, me desculpe pelas vezes que não te beijei, me desculpe pelas vezes que te ignorei. Me desculpe por ser tão idiota e nunca perceber as pessoas que me amavam de verdade.

Infelizmente já é tarde demais para se arrepender. Pois quando você estiver lendo esta carta, eu já não estarei mais nesse mundo.

Leo, quero que saiba que eu te amo muito. Não queria te deixar, queria deixar esse mundo, mas você faz parte dele.

Você sempre cuidou de mim, me protegeu e me defendeu, e eu nunca te agradeci. Nunca dei valor, e me arrependo muito, mas não posso voltar atrás, apesar de ser o que eu mais quero. Queria poder voltar no tempo para poder curtir mais nosso momento juntos, e só depois chegar aqui e poder dizer: tudo que eu vivi valeu apena, foi bom enquanto durou. Infelizmente o tempo é algo impossível de voltar pra trás.

Te amo, Leo. Desejo que você encontre uma pessoa especial, que vá te fazer sentir especial, algo que eu nunca fiz. Você é especial, Leonardo, você é o melhor namorado que alguém poderia ter no mundo. Esse alguém não sou eu. Essa pessoa está por ai, e está destinada a ficar com você. Ela é uma pessoa melhor que eu, acredite, ela vai te fazer feliz. E sempre que você achar que tudo está perdido, quando eu acho às vezes, ela vai estar ai do seu lado.

Obrigada pelos momentos que vivemos juntos. Te amo.

Adeus...

Alice."

Quando terminei de ler, estava chorando.

Alice amava o Leo, e não queria deixa-lo, apenas queria deixar o mundo. Mas o amor dela não foi tão forte.

O que eu não entendia era: Por que essa carta estava aqui? Por que não entregaram para o Leo?

Peguei a ficha que estava junto com a carta. Tinha todos os dados do tratamento dela, mas só li a ficha inicial.

Nome: Alice Swan

Idade: 20 anos

Responsável: Luíz Swan e Rafaela Swan

Problema: Bipolaridade Depressiva

Observações: Tem vontade de se matar, prefere ficar trancada no quarto, tem distúrbios de fome, acha que ninguém ama ela, entre outros.

Gravidade do caso: ALTA

Realmente, não conseguia pensar em nenhum motivo para um relatório da Alice estar aqui.

Mas essa carta... Bom, meus pais me devem muitas explicações.

Coloquei as fichas do Juan no arquivo dele, e levei a pasta com a carta e os relatórios comigo. Fui até a sala dos meus pais e entrei sem bater, como sempre.

Eles estavam lá, cada um sentado na sua mesa. Logo eles olharam para mim e viram que a minha cara não era de alguém satisfeito.

- Lavinia, aconteceu alguma coisa?- perguntou minha mãe.

Andei até a mesa dela com passos largos e joguei a carta da Alice junto com a pasta. Meu pai se inclinou da mesa dele para ver o que era.

- Vocês têm muito o que explicar.- falei séria.