Um dia antes...
Luke
- Mas onde é que eles se meteram? – perguntei a Michael, irritado.
Estávamos no ponto de encontro há já alguns minutos, e não havia sinais nem de Murphy nem de Ashton.
- Eles disseram-nos para estarmos aqui à hora certa, e nós só chegámos passado meia hora. Provavelmente pensaram que já tínhamos ido ou simplesmente se cansaram de esperar. – barafustou Michael.
- Então significa que temos de ir andando... Eles devem ter ido para a escola e a mochila já pesa. – comentei.
- Ou então devíamos ir dar mais uma volta para ver se ainda podíamos levar mais coisas. A minha está quase vazia, temos posto na tua tudo. – contrapôs.
- Sim, mas não achas que já está toda a gente preocupada? As coisas não vão a lado nenhum de qualquer das maneiras.
- Ora aí é que estás enganado. Já percebi que estás cheio de pressa para ir ter com a tua menininha querida mas as coisas estragam-se com facilidade. Não te esqueças que temos muitos mortos vivos em cada virar da esquina que partem as portas com facilidade e que conseguem muito rapidamente estragar tudo o que se encontra nas prateleiras de todos os estabelecimentos. E aos estabelecimentos que isso não acontece, temo que haja mais pessoas vivas a precisarem das coisas e, ao mesmo tempo, há bens que se estragam com facilidade, principalmente os vegetais verdes.
- Ora que me saíste um enorme agricultor. – ri-me. – Mas sim, compreendo o que queres dizer. Mas não comeces já com as tuas cenas de ciúmes.
- Ciúmes? – riu-se secamente. – Não preciso de ter ciúmes sabendo que nunca terás nada com ela. Afinal, ela não precisa de um rapaz para sobreviver. Digo-te mais, depois do Jasper duvido que ela tenha alguém, nunca vi ninguém ter tanto carinho por outra pessoa como ela tinha por ele. És-me indiferente assim como és indiferente para ela. – cuspiu.
- É por isso que ela me aceita e a ti não. – foi a minha vez de lhe atirar algo à cara.
- Ouve, puto. Não tenhas a mania que és grande coisa para ela só porque ela se agarrou a ti. Ela mal te conhece, apenas está assustada com o que se anda a passar. Não penses que tens grande importância.
Quando ia para ripostar, já com um punho levantado para lhe atingir em cheio, ambos ouvimos uma voz feminina vindo da rua à nossa direita.
- Sai de cima de mim, porco imbecil! – gritou a rapariga, enquanto se ouvia algo embater contra o chão, um rugido metálico.
Ambos corremos, virando a esquina em direcção ao barulho. Encontrámos à nossa frente uma rapariga que parecia um pouco mais velha que nós, com uma espingarda na mão, tentando enterrá-la no crânio de um morto vivo que se encontrava em cima dela.
Depressa Michael agiu, e eu confesso que ele tem um tempo de reacção muito melhor que eu, que fiquei um pouco embasbacado ainda a olhar para eles.
A rapariga pôs-se em pé depois de Michael ter acabado com o zombie, e esta sacudiu-se em vão dos restos mortais do morto, enquanto ajeitava a roupa.
- Não precisava de ajuda, não era preciso terem vindo. – comentou com maus modos, fazendo com que Michael olhasse para mim com uma sobrancelha arqueada.
- Apenas quis ser solidário.
- Não preciso de solidariedade, mas obrigada. Sou a Raven, já agora. – estendeu a mão para Michael.
- Michael. – apresentou-se, apertando a mão da rapariga.
Aproximei-me e estendi a mão.
- Sou o Luke. – apresentei-me também, e ela apertou-me também a mão.
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Long Way Home (parada)
Teen FictionZoey sempre teve uma vida normal ao lado do seu irmão mais velho Ashton e os seus pais. Era a típica rapariga que passava a vida a queixar-se de ter de ir às aulas, ajudar nas tarefas domésticas e discussões com os pais. No entanto, quando começa a...