Long Way Home (parada)

3

Estava impaciente com o que estava a acontecer, e ter de esperar não era o meu forte. Para dizer a verdade, nunca foi.

Para além do meu grupo, agora tínhamos também o estúpido casal de namorados, que demonstrava ser insuportável, e ainda havia mais gente que não tinha chegado ao nosso telhado mas tinha conseguido chegar a outros. Mas, sinceramente, acho que não eramos mais do que vinte pessoas ao todo.

- Acho que já podemos descer, não me parece que ainda haja muitas coisas daquelas. - Michael espreitou lá para baixo.

- E o que vais fazer quando os monstros te aparecerem à frente?! Se queres morrer vai tu! - a namorada de Luke falou.

- Olha querida para a próxima quem deixamos morrer és tu. - levantei-me e fui para o lado de Michael inspeccionar o que havia lá em baixo. - Como é que achas que aquelas coisas morrem?

- Tu não falas assim comigo ó espertinha! - a rapariga veio ter comigo e empurrou-me, fazendo-me perder o equilibrio. A minha sorte foi cair para dentro do telhado, aos pés de Michael, que me levantou logo.

- Estás-te a passar?! - Ashton veio ter connosco e agarrou-a pelo pescoço. - Se tu tocas com um dedo que seja na minha irmã, dou cabo de ti!

Luke ia ripostar, e estava a vir ao encontro de Ashton, mas este foi logo rodeado pelo grupo de amigos.

- É melhor para vocês se forem sossegados. No nosso grupo ninguém toca. - Chris pôs-se à frente de Luke e, apesar de ser um pouco mais baixo, era enorme em termos de músculos devido ao rugby.

- Se não tocarem na Stephanie para mim está tudo bem.

- Se ela não tocar na Z também está tudo bem para nós. Mas se ela se volta a armar em esperta eu não me importo de a atirar daqui, visto que foi isso que ela tentou fazer com a minha irmã. - Ash largou a rapariga e veio ter comigo. - Estás bem amor?

- Sim mano, estou. Não te preocupes. - sacudi-me e voltei a olhar para baixo, como se nada tivesse acontecido.

- Michael, volta aqui.

Ele veio e ambos olhámos para o chão. A sua cor tinha-se tornado vermelha em vez do típico cinzento do alcatrão e uns quantos... zombies?... andavam de um lado para o outro no recinto escolar, com aquele ar meio tonto e assustador.

- Como achas que aquelas coisas morrem?

- Com algo na cabeça? Não faço mesmo ideia. - ele olhava com pavor para baixo. - Mas temos de tentar alguma coisa, se esperarmos até à noite é pior, aí é que não vamos conseguir fazer nada sem luz.

- Vamos fazer o quê então? - olhei para ele.

- Quanto a vocês não sei, mas eu vou arriscar. Não me vale de nada ficar aqui. - suspirou.

Olhei-o nos olhos.

- Estás preocupado com a tua família, não estás?

Michael sempre foi muito apegado aos pais, mas quase ninguém sabia disso. Ele é o tipo de rapaz que parece não querer saber de nada nem de ninguém mas, depois de se dar a conhecer, percebemos que é um doce de pessoa. Conheço-o desde que nasci porque ele e o Ashton sempre foram melhores amigos, conhecem-se desde o infantário. Os pais dele são as melhores pessoas que já conheci, cinco estrelas. E agora Michael estava preocupado com eles, porque a casa onde vivem é perto da escola e, com o que está a acontecer, provavelmente estava com medo que algum mal lhes acontecesse.

- Sim, claro que estou. Quero chegar lá o mais depressa possível. Por isso, vou fazer alguma coisa para que aconteça e não vou ficar aqui especado a olhar para o céu. - dirigiu-se às escadas.